O Leão de Daemon e os Sete Pecados

Pequeno Pedaço de Paraíso (Parte III)

⚠️ Gatilhômetro: 🟠4,5/10

Enquanto isso, Larissa escovava seus cabelos na varanda alta, adorava observar a fazenda a noite, principalmente o céu estrelado:

- O céu está lindo, não acha?
- Sim, a lua minguante, como uma boa leonina, costumo refletir quando ela aparece!
- Signos não existem, astrologia é apenas uma pseudociência, meu amor...
- Pode até ser, mas eu gosto mesmo assim, e você deveria agradecer a astrologia por existir, senão Cavaleiros do Zodíaco jamais teria existi...

Larissa parou de falar de imediato, pois ouviu algo estranho, eram gritos, Larissa rapidamente se levantou, deixando o pente cair no chão, andou até o seu quarto em direção a uma caixa preta de bordas vermelhas, ela a abriu e pegou o que havia dentro:

- Para quê você vai tirar a Oniunmei da caixa?- Questionou Fábio, apreensivo.
- Apenas três pessoas poderiam quebrar o esquema de minha segurança... dois deles estão aqui, e se for ela... eu preciso disso para defender a a nossa fazenda!

Larissa tirou sua poderosa katana, a expressão de Fábio foi assustadora, pois por mais que ele soubesse da imensa habilidade de sua esposa com a espada, ele temia pela bebê:

- Você vai lutar?
- Ela veio para isso e eu me preparei para tal!
- Larissa, você está grávida...
- Grávida, não morta...

Larissa saiu andando rumo a varanda baixa, com Fábio correndo atrás dela, extremamente preocupado com sua esposa e a filha que ela carregava no ventre:

- Larissa, isso é suicídio, onde estão os seus irmãos?
- Ricardo está de vigia no sexto quarto, Theodoro foi se encontrar com sua peguete e de qualquer forma... só eu posso enfrentar Samara, a 143ª portadora da Excalibur!

Larissa continuou andando e somente parou quando ouviu uma voz carregada de sotaque cearense, aquela maldita voz que não ouvia desde a última luta entre elas em Marapanim... a voz de sua rival, Samara, ou como ela adorava chamá-la, "cadela celestial":

- Saiam com as mãos na cabeça?!

Larissa deu um leve sorriso, pois sentia que podia ter um momento de adrenalina que a gestação a tirou, treinava todo santo dia para isso, se adaptando sua condição física de gestante ao seu estilo de combate, sem rolamentos, a defesa do ventre ao invés do pescoço e do coração, evitar esquivas muito bruscas e acima de tudo, usar os portais para se teletransportar em um curto espaço e extrema velocidade, tudo isso para defender sua fazenda de quem quer que fosse, e ainda mais de Samara.

Todavia, uma parte lhe dizia que proteger sua filha era muito mais importante do que lutar por sua honra, e nessa imersão de pensamentos, ela voltou apenas com a indagação de seu marido Fábio:

- O que essa filha da puta tá fazendo aqui?
- Não sei, só sei que eu não irei me render!

Larissa andou até a porta da frente, avistando sua rival de longa data, ela portava a Excalibur, mas não havia sangue nela, os seguranças foram nocauteados, apenas nocauteados, ao ter a convicção de que Samara só tinha um alvo, ela perguntou:

- O que faz aqui, Detetive?
- Seu irmão causou problemas demais...
- Ele matou Belzebu, Mamon e Azazel, seus corpos humanos eram somente cascas...
- Ele virá comigo...
- Venha com um mandado, caso contrário, saia da minha fazenda imediatamente, celestiais como você não são bem vindos aqui!

Foi quando Samara ergueu sua espada e apontou para Larissa, que se posicionou para fazer o saque rápido de sua katana, mas ainda mantendo sua postura ponderante:

- Abaixe essa espada, eu não quero lutar...
- Então não fique no meu caminho e convença o seu irmão a se render?!
- O Artigo 6 do Código de Conduta de Seres Sobrenaturais diz que nós podemos matar demônios em legítima defesa de humanos, Ricardo matou Azazel em legítima defesa de Karollyne Valentin da Costa...
- Isso também se aplica a morte de Helena Sampaio? Artigo 4, todo ser sobrenatural que mata um ser humano, deve ser julgado pelas leis da Ordem Celestial...
- Eu tentei ser educada e ponderante... mas você não tem jeito, sempre foi, é e será lambe-botas, eterna serva da Ordem Celestial!