Prólogo

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Ele vê a maneira como eles olham para ele. Com nojo e ódio. Pelo menos ele ainda tem seus amigos. Mas ele realmente acha que seus amigos confiariam mais nele? Claro que não. A guerra afetou todos, mas principalmente a amizade deles.

Ele vê a maneira como o velho olha para ele. Ele nunca pode dizer exatamente o quê, mas ele sabe que há desconfiança nisso. Quem confiaria em uma criatura das trevas? Quem gostaria de ser amigo de uma criatura das trevas?

Ele os ouviu falar, quando pensaram que ele não estava ouvindo. Ouvi seus planos de envenená-lo. Ele não pode acreditar que eles fariam isso. Depois de todas aquelas promessas de nunca mais deixá-lo e estar sempre lá.

Ele os vê trazendo a bebida para ele. Está envenenado, ele sabe disso, seus amigos sabem disso. Mas eles não sabem que ele sabe. Ele os vê olhando para ele com expectativa enquanto ele toma a bebida.

Ele acidentalmente derramou. De jeito nenhum ele estava bebendo. Não quando ele sabe o que é. Ele tenta não chorar enquanto olha nos olhos de seus "amigos" e vê decepção. Eles estão desapontados por não poderem matá-lo.

Seus amigos se levantam e colocam um sorriso falso. Eles o deixam sozinho. Ele sempre esteve sozinho, desde que sua mãe morreu. Ele simplesmente nunca percebeu isso.

Ele não pode acreditar. Por que eles fizeram isso? Eles não confiam nele? Por que não? O que é que ele fez de mal? Talvez eles estejam certos. Talvez ele seja um monstro. Tudo bem então. Se eles não confiam nele sem motivo, então ele vai lhes dar um motivo.

Talvez fosse hora de ignorar o convite. Afinal, eles lhe prometeram respeito e um lugar mais elevado no mundo. E se eles não mantivessem a promessa, ele simplesmente os mataria.

Fenrir não era nada mau depois que você o conheceu. Talvez ele devesse dar uma chance a ele. Talvez, apenas talvez, ele pudesse encontrar pessoas que entendessem como ele se sentia. Como era ser traído pelas pessoas em quem confiava.

Apenas talvez.

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