XII - Ataques

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O som dos sapatos elegantes da mulher ecoaram pela recepção. Ela cumprimentou a recepcionista com um sorriso e caminhou direto até o escritório.
- Precisando de mim, benzinho~? - perguntou ao abrir a porta, em um tom de voz manso e suave.
Orzo virou-se para ela e sorriu.
- Em quem eu confiaria, mais do que minha belíssima esposa, para realizar um trabalho tão importante? - ele disse, segurando a mão da mulher, levantando o braço e fazendo-a dar uma volta, fazendo o tecido rosé de sua saia esvoaçar. - É o vestido novo que comprei para você?
- Claro, serviu perfeitamente. - ela respondeu, colocando uma mecha de cabelo azul-claro atrás da orelha e puxando o homem para perto pelo paletó. - Mas não estamos aqui para discutir as roupas que você compra para mim, não é? - a mulher deixou as mãos subirem até descansarem nos ombros de Orzo. - Pelo telefone você parecia bem... Bravo.
- Oh... Eu estou bravo, Anisette... Furioso. - ele sussurrou, dando ênfase na palavra. - Alguns... Ratos... Fugiram do caminho das minhas armadilhas e agora todo o plano precisa ser alterado.
Anisette assentia à medida que o ouvia falar.
- Que pena, amorzinho... Mas é ótimo que estive no encalço desses ratos. - ela esboçou um sorriso, vendo Orzo a olhar com interesse. - Giorno Giovanna e Guido Mista não estão em Nápoles.
O homem empurrou bruscamente Anisette contra a parede, acertando com o punho na superfície, desviando do rosto da mulher por poucos centímetros.
- Eu teria chamado você aqui se já não soubesse disso?! Sua vadia imprestável! - Orzo disse em um rosnado, mas logo respirou fundo ao notar que Anisette permaneceu séria, com o olhar fixo no seu. Ele relaxou a mão e fez uma carícia em sua bochecha que causou um calafrio na mulher. Um gesto mais assustador que a possibilidade de levar um soco. - Não faça essa cara, meu amor, você sabe que precisa se esforçar aqui mais do que qualquer um... Afinal... - Orzo se aproximou do ouvido da esposa. - ... Nem a porra de um filho você consegue me dar.
O cerrar dos punhos de Anisette indicava que ele havia tocado em um ponto fraco.
- Mas temos as... - ela começou e o homem pôs o indicador sobre seus lábios, silenciando-a.
- Aquelas duas ratinhas? Elas não são minhas filhas. - Orzo corrigiu, rangendo os dentes. - Você que se apegou a elas antes que eu as vendesse. - ele a segurou pela gola do vestido, erguendo o punho fechado. - Os seus caprichos inúteis me fizeram perder uma grana boa.
- No rosto não. - Anisette ralhou. - Tenho uma sessão de fotos nessa semana.
Ele relaxou a mão a contragosto.
- Que seja. - Orzo acertou um tapa na bochecha esquerda da mulher, forte o suficiente para deixar uma marca vermelha no formato de sua palma e virar seu rosto para o lado.
Anissete empurrou seu peito com força.
- Eu falei pra não encostar no meu rosto, porra. - ela rosnou. - Não me ouviu?!
Ele a segurou pelo queixo, forçando a olhar em seus olhos.
- Lembre-se que sem mim, você não é porra nenhuma, Annie. - disse. - Não se atreva a sair da linha agora.
- Orzo...
Orzo a silenciou de novo e esboçou um sorriso sádico, percorrendo a mão livre pela cintura da esposa.
- Fui eu quem lhe entregou oportunidades, fui eu quem fez o seu sucesso na mídia, fui eu quem pagou os seus 400ml em cada lado. - ele apertou o seio esquerdo de Anisette com força, o suficiente para doer. - E você não consegue me retribuir o mínimo.
Um vislumbre do Stand da mulher surgiu atrás dela, como uma ameaça silenciosa.
- Orzo... - ela repetiu, em alerta.
O homem sorriu de canto ao ver a aura azul a envolver.
- Tsc, tsc... Depois de tantas tentativas falhas de me matar, você ainda não desiste, não é, princesa? - provocou, inclinando a cabeça. - Você é tão teimosa... Obstinada... E é por isso que gosto de você.
Ela calmamente afastou as mãos de Orzo, segurando o rosto dele com as suas, e esboçou um sorriso.
- Não se ache tão especial, meu amor. Sua hora ainda vai chegar. - disse, fazendo uma carícia com os polegares em suas bochechas, descendo a mão direita para enrolar a corrente de prata do marido no indicador. - Você me chamou aqui para um trabalho, sim?
- Vai fazer direito? - Orzo perguntou, franzindo o cenho.
- É claro.
- Certo... Minha querida Annie... - ele também esboçou um sorriso, segurando as mãos da mulher. - O seu trabalho é bem simples, mas pode levar Miele se precisar... - Orzo se aproximou de seu ouvido para sussurrar. - Eu quero que encontre e mate Giorno Giovanna.
Anisette se afastou, caminhando até a porta e lançou-lhe um olhar provocativo por cima do ombro.
- Estará feito até amanhã.

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