Capítulo 9

484 62 19
                                    


- Um principio de infarto! Você ficou louco-yoi! - Marco esbravejou

Eu e Ace tínhamos levado o pai para o hospital logo após ele passar mal no meio da rua, foi uma tarefa realmente difícil. Quando chegamos, Marco não estava surpreso, ele apenas ficou bravo e ofereceu suporte o mais rápido possível, embora tenha dado resmungado sermões o tempo todo. Ao que parece, a saúde do pai anda debilitada faz tempo, e ele além de ignorar os pedido de Marco de se aposentar, se esforçou demais nos últimos dias.

Me sinto um pouco culpada, deveria ter levado a idade dele em conta e ter procurado os meninos apenas com Ace.

- Ele vai ficar bem, não é? - Pergunto timidamente

- Não se preocupe filha, daqui a pouco eu saio daqui - O pai sorriu para mim

- É, mas até lá, nada de estresse ou esforço - Marco fala e se vira para mim e Ace - Preciso falar com vocês, longe desse teimoso. 

Saímos do quarto onde o pai estava hospitalizado e Marco respirou fundo

- Eu estou preocupado com o pai, ele está morrendo, não pode lidar com todos esses problemas-yoi -Ele nos lançou um olhar severo, e eu pensei que ia  receber a maior bronca da minha vida, mas sua expressão suavizou - Não vou deixar, vou ajudar vocês no lugar dele, eu queria isso desde o inicio. Thatch era meu irmão também, não vou deixar impune

- Sim, obrigada por isso Marco - Ace falou - Mas... tem algo que você precisa saber

- Seu tom me assusta-yoi, o que aconteceu?

- é o Izo.... ele  desapareceu

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Jerusalem's Lot, 1 P.M*

Passamos a manhã inteira conversando com o Marco, explicamos a ele tudo que tinha acontecido, nossas suspeitas e até mesmo a teoria do pai. Ele acreditou em tudo, mas não estou surpresa, Edward Newgate é o tipo de homem que ganha seu respeito e confiança apenas com o olhar. Marco permaneceu calmo enquanto falávamos da situação do Thatch e do Izo, mas ainda dava para ver a tristeza em seus olhos a cada palavra que saía de nossas bocas.

Mais ou menos na hora do almoço, o desaparecimento de Izo e do funcionário da funerária já era de conhecimento de toda a cidade, embora a polícia tenha omitido o sumiço do corpo de Thatch. As aulas haviam sido suspensas, estavam todos muito assustados e metade do comércio não abriu também.

Agora era começo de tarde e eu estava com Ace na parte mais isolada da biblioteca, tínhamos ido até lá para fazer uma pequena pesquisa sobre o assunto usando livros e a internet, mas acabamos agarrados um no outro a maior parte do tempo. Não era o jeito que eu imaginava o começo do meu "namoro", onde eu preferia Ace como minha dose extra de alegria, mas nessas condições, ele está sendo meu melhor remédio.

- O que você acha que vai acontecer daqui para frente? - Ace me perguntou após separar nossos lábios 

- Eu não sei, Marco nos dando apoio parece bom já que ele é um adulto e um bom médico, mas - Eu o abraço - Eu nunca pensei que teria que lidar com algo assim antes, é.... assustador 

Ele apenas acaricia meu cabelo enquanto planta um beijo na minha testa, me fazendo fechar os olhos  tentando esvaziar um pouco a mente, mas é claro que eu não consigo.

- Com licença - Vemos a bibliotecária pigarrear - Sinto muito crianças, mas vou fechar mais cedo hoje, vocês deveriam ir para casa 

Nos levantamos um pouco envergonhados e saímos, mas é claro que não vamos para casa, vamos para o hospital. Eu estava um pouco tensa em relação ao pai, Marco tinha deixado claro que a situação dele era delicada e que precisaríamos ter cuidado com o que falamos para ele, mas deixa aquele homem sem notícias seria uma péssima ideia. Eu tinha pego um livro grosso o suficiente para distraí-lo; era "Mob Dick", de Herman Melville.

Marco entrou conosco e contamos para ele sobre como as coisas andavam na cidade, o comportamento das pessoas e a atmosfera da região. Queria ter notícias úteis sobre nossos novos vizinhos, mas da última vez que vi Laffite, ele estava apenas olhando a janela e ainda acenou para mim, aquele miserável. Quando saímos do quarto, o pai agradeceu o livro e pediu para que tomássemos cuidado, então fomos falar com Marco.

- Então Marco, o que vamos fazer? - Eu comecei

- Vocês provavelmente não vão gostar de ouvir isso, mas Thatch e Izo serão nosso primeiro ato-yoi

- O que? - Ace falou - Por que diabos temos que fazer algo contra Thatch e Izo? Eles são vítimas!

- Isso vai ser complicado de explicar-yoi - Marco respirou fundo e nos olhou - Se vocês pesquisarem em livros ou na internet, irão encontrar várias versões das características de um vampiro, seja o modo em que ele faz suas vitimas, o modo que ele age ou os traços da sua personalidade. As duas únicas coisas que quase nunca variam são as maneiras de mata-lo, e as ações de um vampiro recém-transformado. O que eu quero dizer é que temos que primeiramente evitar a contaminação de mais pessoas. 

- Sim, eu entendi - Solto um longo suspiro com minha conclusão - Apesar de terem começado tudo isso, os moradores novos devem conseguir se controlar. Izo e Thatch são novos e devem estar sedentos por sangue

- Então.... temos que dar fim em meus irmãos? - Ace perguntou em um sussurro

- Basicamente-yoi


Eu estava cansada, não sei a quanto tempo fiquei fora de casa ou a última vez que vi meu pai, simplesmente perdi a noção do tempo. Chamei Ace para dormir comigo, não cogitávamos mais ficarmos separados e estávamos com muito medo de perder um ao outro. Falando sério, por quê? Não que eu desejasse isso para alguém da cidade, mas por que logo com nossos amigos? Nosso medo era que um de nós fosse o próximo alvo, e decidimos não nos separar hora nenhuma. 

Ace também estava interessado em falar com meu pai. Da última vez que tive notícias dele, ele estava ajudando no caso e por  ser um policial muito experiente, tive esperanças de que ele fizesse algum progresso. No fundo, eu queria contar tudo a ele e esperar seu apoio, afinal meu pai nunca duvidou de mim.

Quando chegamos na porta da minha casa vemos Koby saindo, Ace se aproximou mais para perguntar sobre as investigações, mas ele ficou tenso ao me ver 

- Ei cara, como andam as coisas? - Ace perguntou

- B-bem - Koby evitou meu olhar - N-não temos muito progresso e-e.... h-houve um novo desaparecimento

- O que? Quem foi dessa vez? - Me preocupei

- E-eu sinto muito S/n - Ele finalmente me encarou - Foi seu pai 


Salem - Portgas D. AceOnde histórias criam vida. Descubra agora