Capítulo 13

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- Ele está morto.

Morto. Foi o que Marco nos disse, ao sair do quarto onde o pai estava, o rosto molhado de lágrimas. Falando em lágrimas, quantas eu ainda tinha para derramar nesse lugar? Eu só queria sair de Salem o mais rápido possível. Mesmo que os malditos vampiros não tivessem relação direta com a morte do pai, eu senti minha raiva por eles aumentar, a única vontade que superava a de ir embora, era a vontade que eu tinha de mata-los. 

Foram horas e horas que esperamos, horas e horas que Marco e seus colegas tentaram inutilmente salva-lo, perdendo para a combinação da idade avançada com problemas antigos. Eu e Ace não pudemos fazer nada, ficamos apenas sentados o dia todo a espera de uma notícia boa, que nunca chegou. Quanto a Luffy? Felizmente, eu não estava preocupada, tinha quase certeza de que ele estava bem, havíamos trocado mensagens mais cedo, pouco antes do pai entrar no centro cirúrgico:

Eu: Eu preciso que você saia daí imediatamente, não importa se você matou ele ou não, não podemos ir até aí agora!

Luffy: Ta! Aconteceu algo? 

Eu: Nada demais; apenas vá para casa, ok?

Luffy: Ooook


Eu não contei a ele sobre o pai, pois achava que ele ficaria bem, mas talvez seja melhor assim; tenho certeza que Luffy foi atrás de Laffite por causa de Koby, Ace me contou que eles eram amigos secretamente. Talvez tenha sido um erro negligenciar a urgência da situação em que Luffy se encontrava, mas meu subconsciente me dizia que ele era forte o suficiente para realmente ter matado aquele monstro, e o resto da minha mente estava presa em uma ansiedade profunda. 

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*Jerusalem's Lot, 5 P.M*

Era por volta das 5 da tarde quando nós três nos acalmamos. Eu, Ace e Marco ficamos sentados juntos e em silêncio, cada um sentindo seu próprio luto, por mais ou menos 1 hora; foi quando Marco enxugou as lágrimas e se levantou.

- O que diabos estamos fazendo parados aqui-yoi?! - Ele praticamente gritou, me fazendo dar um pequeno pulo da cadeira - Luffy disse que matou aquele cara, matou! Como podemos ficar parados aqui sabendo disso? 

- Eu tenho certeza que Luffy o matou e está bem, aquele cara não pode com meu irmão! - Ace rosnou

- O problema não é ele-yoi! O seu companheiro, o cara que transformou metade da cidade em monstros desprezíveis e que vai continuar transformando até não sobrar ninguém, e se ele pegou Luffy? 

- Não diga isso, Marco - Eu me levantei - Luffy trocou mensagens comigo, ele deve estar em casa a essa altura

- Sim, vamos para minha casa e depois vamos até aquela maldita mansão ver o corpo do cara - Ace também se levantou 

- Sim. Vamos acabar com isso como o pai queria fazer - Marco falou saindo, e nós o seguimos 

Enquanto caminhávamos, senti a cidade mais silenciosa do que nunca. Afinal, quantos de nós ainda restavam? E para onde foram os transformados?

- Luffy? Está aí? - Eu perguntei enquanto abria a porta 

Nenhuma resposta.

- LUFFYYYYYY! APAREÇA LOGO, IDIOTA! - Ace gritou

Silêncio novamente. 

- Vamos dar uma olhada pela casa, talvez ele esteja no banheiro ou dormindo - Marco sugeriu

Olhamos cada canto da casa, mas nenhum sinal do Luffy. 

- Onde foi que aquele idiota se meteu? Ele não disse que voltaria para casa? - Ace resmungou 

- Sim.... vocês acham que deveríamos ir até lá? - Eu perguntei cautelosamente, enquanto tentava esconder o nervosismo 

- É o que nos resta-yoi.

E nós fomos. Chegamos em frente aquela casa minutos depois, aquela maldita casa que era o centro de tudo

Entramos em silêncio, com Marco indo na frente. Não foi difícil encontrar sinais de uma luta recente, assim como não foi difícil  descobrir o resultado dela. 

- Ah meu Deus! - Eu exclamei, cobrindo o rosto com as mãos ao ver o corpo de Laffite embaixo de alguns entulhos que caíram do teto 

- Pelo menos é um sinal de que Luffy ganhou a luta, ele provavelmente está bem - Ace murmurou ao meu lado

Marco se agachou até Laffite e o examinou por um bom tempo

- Ele não era um vampiro-yoi - Ele finalmente falou

- O que? 

- Ele não era um vampiro. A causa da morte foi traumatismo craniano, mesmo não sabendo como, eu diria que ele estava na altura do teto em uma grande velocidade - ele concluiu - Isso é muito improvável, mas tenho certeza de ele era humano-yoi

- O que um humano ganha ajudando um vampiro a matar outros humanos? - Ace perguntou confuso

- Tem muita mente doentia no mundo, embora ele deveria ganhar algo valioso em troca, isso explicaria como ele estava se movendo no teto - Eu respondi tentando ignorar os calafrios que aquele corpo estava me dando

- De qualquer forma, não há nada a fazer aqui, vamos procurar o Luffy - Marco falou, enquanto adentrava pela casa 

Nós o seguimos, seguimos e seguimos de novo, entrando em praticamente todos os cantos da casa, mas não encontrando nada. Quando eu digo nada, é nada mesmo; todos os cômodos estavam vazios e exceto por um quarto, que provavelmente pertencia a Laffite, não existiam nem moveis dentro deles. Era como se a casa ainda estivesse completamente abandonada, e isso me deixava muito nervosa, assim como deixava Ace nervoso. Eu podia vê-lo tremer toda vez que abríamos uma porta, ou passávamos por um corredor. Talvez estivesse lembrando do que viu quando criança, talvez estivesse começando a se preocupar com Luffy, talvez os dois. Marco era quem estava mais calmo entre nós três; ele ia na frente, e apesar de sua cautela, não demonstrava nervosismo.

Depois de passar por tantos cômodos, só nos restava o porão. Assim que Marco abriu a porta, sentimos que havia algo ali; mesmo que não achássemos Luffy ou Barba Negra, a escuridão absoluta e o cheiro de morte que emanava daquele local nos avisou da presença de alguém. Estávamos tensos e praticamente colados um no outro enquanto avançávamos pelo local, com a única luz sendo a lanterna do celular de Marco. O cheiro estranho do local estava ficando cada vez mais forte, alertando que algo estava cada vez mais perto

- Meu Deus! - Eu exclamei. 

Não era algo, era alguém. 

Era Izo, mais pálido do que nunca, com olhos amarelos e boca manchada de vermelho. Ele olhou para cada um de nós antes de pular em Marco, as presas grandes e sujas de sangue à mostra 





Salem - Portgas D. AceOnde histórias criam vida. Descubra agora