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Eu e Mayumi continuamos onde estávamos, lágrimas escorrendo por nossos rostos.

O corpo de Haru estava todo machucado, sangue manchava o chão e ao redor tinham vários pedaços de vidro. Alguns cortes e hematomas eram visíveis.

Seu uniforme escolar estava rasgado em várias partes, assim como manchas vermelhas.

Os paramédicos já haviam posto o colar cervical e estavam ajeitando-a na maca.

Em algum momento, Amora havia chegado ao local. Lembro de ver sua boca mexendo e sons saindo da minha, mas não sabia o que era.

Minha irmã entrou na ambulância junto, enquanto outros professores começaram a tirar os alunos dali.

Alguém veio até mim e Mayumi, nos forçando a ficar em pé. Nara era levada nos braços de algum outro professor, pois havia desmaiado em algum momento.

Eu não sentia nada exceto as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Meu corpo estava amortecido, assim como meus sentimentos.

Lembro que fomos levadas até uma sala. Lembro de policiais falando conosco, mas não lembro o que respondi.

Passamos por interrogatórios, conversas e o que mais acharam necessário. Se recusaram a nos dar informações sobre Haru quando perguntamos.

Então optamos por gritar. Gritamos com a polícia, com os professores e com a equipe diretiva.

Gritamos até perder a voz.

Quando parecia que ficaríamos presas naquela sala, sem ninguém, meu pai e os pais de Mayumi apareceram.

Foi a vez deles brigarem com todos e nos levarem de lá. Imploramos para ir ao hospital e eles aceitaram.

Assim que finalmente colocamos nossos pés no local, encontramos minha irmã e a família de Haru. Amora explicou que o quadro de Haru era estável e que não teve machucados graves, apenas alguns cortes que não eram profundos e um braço quebrado.

A garota ficaria por dois dias internada, apenas para ter certeza de que estava tudo bem, enquanto mais exames seriam realizados.

Eu e May choramos novamente. Abraçamos os pais de nossa amiga e perguntamos se podíamos vê-lá.

Ambos concordaram e fomos levadas até o cômodo. Tudo era branco como um grande comprimido.

Havia um tubo de oxigênio em Haru, assim como vários fios ligados ao seu corpo.

Ela estava inconsciente devido ao medicamento que deram para a dor que todos os machucados causavam.

Eu e Mayumi nos aproximamos da cama, cada uma de um lado.

"Hey... a gente chegou..." falei, olhando sua mão para ver se havia algum machucado. Seu braço estava engessado devido a quebra. Estiquei minhas mãos, segurando a dela delicadamente.

"Nos desculpe por não estarmos lá... deveríamos ter voltado com você..." minha amiga fungou.

"O que aconteceu lá? Ainda não acredito que tenha caído sozinha pela janela... estava quebrada e você não se jogaria, Haru!" exclamei. Ela não tentaria suicido! Não Haru.

"Por favor, acorde e nos conte o que aconteceu... volta logo para nós."

"Nara queria estar aqui, mas precisou ser sedada... estamos ansiosas para saber sobre o relacionamento de vocês..." suspirei, abrindo um pequeno sorriso.

"Meninas, precisamos levar vocês embora. O horário de visitas já acabou." Amora apareceu na porta.

Balançamos a cabeça, concordando. "Vamos indo agora, mas nos vemos amanhã." May sorriu, se retirando do quarto.

Diapason (Eita Semi x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora