.:*☽𓆣 ━━ ❝ teias e mais teias de mentiras
ligando duas famílias. ❞
Elizabeth Wood é uma jovem de dezoito anos passando pelo último estágio do luto: aceitação, após o trágico acidente de carro que levou seus pais a morte, sendo...
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"Novembro, 2030
Terça-feira,
Eu lembro de escrever, logo nas primeiras páginas, que não tornaria isso um diário, não teria nada sobre o meu dia a dia, ou coisas semelhantes, eu lembro de deixar claro para meus pais que eu não precisava de terapia escrita, que poderia lidar com a minha própria mente, mas era mentira.
Sempre foi uma mentira e eu nunca consegui perceber, eu mentia para mim mesma e meus pais para mim. Eu não sou e nunca fui nada do que eu imaginei, eu sou um monstro, na verdade, um projeto em andamento de um, porquê como eu sempre gosto de ressaltar no momento eu não passo de uma pilha velha, que funciona na hora que quer e quando quer.
Mas isso não adianta o inevitável, eu sou uma bomba relógio, prestes a explodir e incendiar todos ao meu redor, e como não bastasse a minha drástica condição atual, meu sobrenome, (que a propósito não é meu porque que sou, na verdade adotada) me persegue. Um clã louco e centenário de vampiros e provavelmente bruxas traidoras, querem aniquilar o ar dos meus pulmões, não é atoa que agora eu estou escrevendo tudo isto aqui.
O diário, que não é diário, se tornou oficialmente um diário, uma última memória, algo a se apegar caso eu não chegue ao final disso. Eu sei, é dramático, eu sou dramática demais, mas eu não consigo pensar em todas as coisas que eu preferi não dizer, ou que eu apenas esqueci, e de forma alguma eu quero que as pessoas que eu amo não tenham memórias sobre mim. Que quando eu for, me vejam apenas como a garota caçadora com bipolaridade e ansiedade, que dizia demais algumas vezes e outras não.
Mas caso eu não tenha dito antes, caso não pude me despedir, ou se apenas eu estive ocupada demais buscando uma solução, eu te amo. Quem quer que leia, eu te amo, mesmo que você seja apenas um mendigo que achou esse diário quando ele caiu da minha bolsa, ou um ladrão que invadiu a minha casa e o encontrou na chaveta da penteadeira. Ou quem sabe se for um amigo, meu padrinho, minha melhor amiga ou meu irmão.
Mas caso eu seja tremenda sortuda abençoada e consiga sobreviver até o final do mês, estou sendo patética ao escrever tudo isso enquanto, na verdade deveria estar estudando para a prova de matemática de sexta-feira."
෴
O carro preto parou enfrente ao colégio de Beacon Hills, a pintura reluzindo por conta da lavagem da última semana. Lizzie se olhou no retrovisor, ajeitando o cachecol escuro, as marcas de dedos ao redor do pescoço não estavam tão nítidas como no dia anterior, mas fazia questão de manter o assessório tanto para prevenir comentários, além de que estava realmente frio.
━━ Você se lembra das regras? ━━ perguntou, olhando para Adrien que retirava o cinto de segurança.
━━ Ir embora apenas com você ou alguém confiável. ━━ Lizzie assentiu ouvindo a voz monótona.
