𝟏𝟐. 𝐔𝐌 𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐂𝐎𝐑𝐑𝐎

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Sinopse: Enquanto coloca seu plano de derrubar a Corte Primevaril em ação, Tamlin fica frustrado com as recusas de Feyre quando tenta toca-lá.

Observação:. Se você sente GATILHØ com assuntos sobre abuso sexual, não leia.

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Voltei rastejando para a mansão duas horas depois da meia-noite, exausta demais para ficar até o alvorecer.

Principalmente quando reparei na forma como Tamlin me olhava, lembrando o alvorecer no ano anterior, quando ele me levou para longe e me beijou durante o nascer do sol.

Pedi que Lucien me acompanhasse, e ele ficou mais que feliz em fazê-lo, considerando que o próprio estado de macho com uma parceira fazia com que perdesse o interesse em qualquer tipo de companhia feminina ultimamente. E considerando que Ianthe tentara encurralá-lo o dia todo para perguntar o que acontecera na cerimônia.

Vesti a camisola, uma coisinha pequena de renda que usei certa vez para a diversão de Tamlin e agora estava contente em vestir graças ao suor do dia, que ainda se agarrava a minha pele, e então caí na cama.

Por quase meia hora, chutei os lençóis, me virando e revirando, me debatendo.

O Attor. A Tecelã. Minhas irmãs sendo atiradas no Caldeirão. Todos se misturavam e oscilavam a meu redor. Eu permiti.

A maioria dos demais ainda estava comemorando quando gritei; um grito agudo e breve que me fez saltar da cama.

Meu coração retumbava nas veias, nos ossos, quando entreabri a porta, suada e exausta, e caminhei pelo corredor.

Lucien atendeu na segunda batida.

— Ouvi você... o que foi? — Ele me observou, o olho avermelhado arregalado ao notar meus cabelos embaraçados, a camisola suada.

Engoli em seco, uma pergunta silenciosa no rosto, e Lucien assentiu, recuando para o quarto a fim de me deixar entrar. Nu da cintura para cima, ele conseguiu vestir a calça antes de abrir a porta, e rapidamente a abotoou conforme passei.

— Eu sonho com aquilo — comecei, a voz rouca. — Sob a Montanha. E, quando acordo, não me lembro de onde estou. — Ergui o braço esquerdo agora, incólume diante do corpo. — Não consigo me lembrar de quando estou.

Verdade... e meia mentira. Ainda sonhava com aqueles dias terríveis, mas eles não mais me consumiam. Eu não corria para o banheiro no meio da noite para vomitar as tripas.

— Com o que sonhou esta noite? — perguntou Lucien, baixinho.

Voltei os olhos para os seus, assombrada e lívida.

— Ela me pregou à parede. Como Clare Beddor. E o Attor estava...

Estremeci, passando as mãos no rosto.

Lucien se levantou, caminhou até mim. A onda de medo e dor diante de minhas palavras mascarou meu cheiro o suficiente, mascarou meu poder quando meus tendões escuros captaram uma leve vibração na casa.

Lucien parou a 15 centímetros de mim. Ele sequer protestou quando lhe envolvi o pescoço com os braços, enterrei o rosto contra o peito morno e exposto. Era água do mar do dom de Tarquin que escorria de meus olhos, por meu rosto e contra a pele dourada de Lucien.

𝐎𝐍𝐄𝐒𝐇𝐎𝐓𝐒 ─ 𝐅𝐄𝐘𝐒𝐀𝐍𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora