𝔱𝔴𝔢𝔫𝔱𝔶-𝔬𝔫𝔢

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NARRADORA

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NARRADORA

Ramona abriu os olhos, sua cabeça doía, olhou para os lados, sua meia-calça estava rasgada na perna, juntamente da manga de seu vestido, ela tocou sua cabeça e conseguiu sentir algo líquido escorrendo, tocou-o e levou até a frente de seu rosto, reconhecendo o sangue. Olhou para seu redor.

Ela ainda estava no lago congelado, mas não estava em cima do gelo, estava deitada no chão duro, quase dentro da pequena floresta, Ramona procurava mas não o encontrava em lugar nenhum. Se levantou rapidamente ao ver um buraco no gelo.

— SEVERUS! — Ramona gritou assustada.

Não podia ser!

— SEVERUS, APAREÇA! — Ramona gritava, não queria acreditar no que parecia ser óbvio.

Lágrimas começaram a surgir em seus olhos, pegou sua varinha e fez um feitiço para dar firmeza ao gelo, podia ter feito isso desde o início mas tinha se esquecido totalmente, na verdade, ela nem sabia se conseguia fazer aquele feitiço, era um feitiço para bruxos muito avançados, pouquíssimas pessoas conseguiam realizá-lo sem efeitos colaterais.

Mas o desespero tomou conta do corpo da garota de forma que ela não ligava com as consequências, apenas queria procurar Severus.

Chegou até o buraco e conseguiu ver o corpo de Severus flutuando desacordado dentro do lago.

— NÃO! — Ramona gritou e caiu de joelhos.

Era como se tivesse perdido toda a sua força, como se já não tivesse controle do seu corpo.

— POR FAVOR, NÃO! — Ramona disse e então se enfiou lá dentro.

Ramona não sabia nadar, mas tinha que tentar, não podia deixar Severus lá dentro, pegou a mão do rapaz, ele estava ainda mais pesado, segurou na borda do gelo e começou a puxar seu corpo para fora, mas ela não era forte o suficiente.

Continuou tentando, usava todas as suas forças, até que conseguiu, o corpo molhado de Severus deslizava pelo gelo, Ramona o arrastou até o chão, aonde estariam a salvo. Ela se sentou e colocou ele em suas pernas.

Aproximou seu ouvido do peito de Severus, tentava ouvir os batimentos de Snape mas não haviam, ele não tinha batimento cardíaco algum. As lágrimas escorriam ainda mais no rosto de Ramona, ela não podia acreditar.

Fez de tudo, respiração boca-a-boca, reanimação cardiorrespiratória, mas nada adiantava. Severus Snape estava morto!

— Por favor, Severus. — Ramona pediu para o corpo. — Você não pode ir, você não pode me abandonar.

As lágrimas de Ramona caiam no rosto do Snape.

— Eu esperei tanto por você! Todos esses anos eu estive esperando pelo seu momento de redenção! Eu esperei por você, eu estive do seu lado, sempre te defendi, você não pode fazer isso comigo! — Ramona falava, quase gritando. — Por favor, você não pode ir.

Ramona tentou novamente respiração boca-a-boca, mas era inútil.

— Severus, por favor, não me abandone quando eu finalmente estou me apaixonando novamente. — Ramona pediu em um sussurro.

O corpo do rapaz estava gelado, mas Ramona não sabia reconhecer se era pela falta de vida ou se pelo clima.

— POR FAVOR, NÃO O LEVE!— Ramona pediu aos céus. — EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ, MORTE, SEI QUE PODE ME OUVIR!

Ramona encarava o vazio na sua frente, sua visão estava embaçada devido às lágrimas mas ela sentiu quando um vento forte começou a juntar várias folhas em um mini redemoinho. Um esqueleto negro, coberto apenas por um manto fino, surgiu na frente de Ramona.

— Lady Ramona. — O esqueleto falou, se curvando diante da garota.

— Você não pode levá-lo. — Ramona falou abraçando o corpo de Severus.

— Acredite, não estou fazendo isso porque gosto ou porque eu quero, é apenas o meu trabalho, você deveria entender isso melhor do que ninguém, minha cara criança. — O esqueleto disse com a voz calma, se aproximando da garota. — Afinal, eu sou a Morte.

— Você já me tirou tudo, não pode tirar ele de mim também, você NÃO pode fazer isso comigo, não é justo. — Ramona falou irritada.

— A VIDA não é justa, e nada do que eu faço é de minha escolha, eu não escolhi que você nascesse dessa forma, foi um preço pago, e eu não estou escolhendo levá-lo, mas não tem nada que eu possa fazer. — A Morte falou, sabia como a Collins se sentia mas sabia que isso era além de seus poderes (e de suas leis). — Mas tem algo que você pode fazer.

Ramona levantou o olhar, a Morte se curvou, se abaixando para ficar na altura da visão de Ramona.

— Eu não posso. — Ramona falou mordendo o lábio inferior. — Prometi para Remus que não o faria novamente.

— Você salvou a vida do rapaz, você tem um dom incrível, não deveria se privar de ter o controle de si mesma apenas porque prometeu a alguém. — A Morte disse e levou sua mão até o rosto da garota, afastando as mechas de cabelo que estavam em seus olhos. — Você não é como os outros, Lady Ramona, você é especial!

Ramona já estava tão acostumada com aquela fala, não era a primeira vez que a Morte lhe dizia essas coisas para que ela não se sentisse mal por causa de seu... "dom".

— Eu tenho medo. — Ramona disse, com a voz fraca e as mãos trêmulas.

— Lady Ramona, você enfrentou seus medos, as cicatrizes em suas costas contam sua história, você foi criada pela Morte, treinou como os deuses, e está com medo de usar seu próprio dom? — A Morte perguntou, enquanto acariciava o rosto da garota. — Não tenha medo, estarei ao seu lado.

— Obrigada... mãe. — Ramona disse e, por mais que o esqueleto tivesse seu "rosto" coberto, ela sabia que a Morte estava sorrindo.

A Morte segurou a mão da garota, lhe dando forças. Ramona ergueu sua cabeça, apertou a mão grande e áspera do esqueleto, fechou os olhos e começou a cantar.

— Brilha, linda flor, teu poder venceu, traz de volta já o que uma vez foi meu. — Ramona começou a cantar.

A Morte respirou fundo ao ver a pequena marca no pescoço da garota começar a brilhar, acariciou as costas da mão de Ramona, não sabia mais o que fazer, sabia que não poderia ajudar a garota, mas podia ficar ao lado durante o processo.

— Cura o que se feriu, salva o que se perdeu, traz de volta já o que uma vez foi meu. — Ramona continuou a cantar.

As folhas voavam ao seu redor, alguns fios de seu cabelo flutuavam conforme a melodia tocava.

— Uma vez foi meu... — Ramona terminou sua música e então abriu os olhos.

— Até breve, Lady Ramona. — A Morte disse se despedindo.

— Até breve, cara Morte. — Ramona falou vendo o esqueleto sumindo com o vento. — Eu te amo.

A atenção de Ramona foi roubada por Severus, que começou a tossir e se debater em seu colo. O pulmão de Ramona falhou, sua respiração travou e ela sentiu que seu coração poderia sair pela boca a qualquer momento.

— Severus? — Ramona chamou por seu nome.

— Ramona?

𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑, 𝒔𝒆𝒗𝒆𝒓𝒖𝒔 𝒔𝒏𝒂𝒑𝒆 𝒆 𝒋𝒂𝒎𝒆𝒔 𝒑𝒐𝒕𝒕𝒆𝒓 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora