Capítulo Único

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A dança do ventre é uma das manifestações culturais egípcias mais reconhecidas mundialmente. Também chamada de 'raqs sharqi', a dança tem um importante papel na cultura do país desde o Antigo Egito. Apesar de ter sido originada no Egito, a dança do ventre é praticada em várias partes do mundo.

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Mesmo sendo um espectro de Hades, Esfinge não deixava de lado suas raízes. Ele colocou a música para tocar e olhou seu reflexo no espelho...e mexeu o corpo no ritmo da música.

Uma musica alta ecoava aos arredores da Segunda Prisão. Isso chamava a atenção de Orfeu que tampava os ouvidos com as duas mãos. Desse jeito, o som de sua lira era encoberto e Eurídice não tinha como ouvir sua bela melodia. O jeito era reclamar com o juiz responsável por certo subordinado que morava na Segunda Prisão...

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Quando Orfeu chegou na Segunda Esfera, ele caminhou até a morada de Aiacos: Antenora. Não se anunciou e simplesmente foi entrando. Encontrou Aiacos jogando videogame e comendo um lanche.

- Não sabia que os juízes de Hades tinha videogames no submundo. - Disse sarcástico.

- E o que um Cavaleiro de Prata faz aqui? 

- Tenho uma reclamação!

- Oh ele tem uma reclamação. Que lindo! E o que seria? - Sem dar a menor atenção ao prateado.

- Faraó de Esfinge está tocando uma música alta demais. Consigo ouvir até o resmungo de Cérbero.

- Então aquele idiota tá tocando música alta e importunado o cão ou a você?

- As duas coisas. Não consigo tocar minha lira para Eurídice.

- Hum, então o problema é esse? - Ele deu pausa no jogo e se virou para o prateado. - Muito bem. Vamos ver o que eu posso fazer!

Aiacos desligou o jogo e praticamente engoliu o lanche. Colocou o manto que usava no tribunal e seguiu com Orfeu em direção da Segunda Prisão.

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Na morada de Faraó, ele seguia fazendo a dança do ventre. A saia era preta com uma fenda na perna direita. Com bordados, pedrarias e franjas no cinturão que desciam pelo cumprimento da vestimenta. O top que ele usava era como o cinturão. Com franjas que seguiam todo o movimento do corpo esbelto do egípcio.

Seus olhos âmbares era destacados pela maquiagem preta que usava no Antigo Egito. Em seu olho direito, destacava mais, lembrando o olho de Hórus. 

Esfinge fazia movimentos com o véu de cor preta. Sempre mexendo o corpo sensualmente. Seus dedos das mãos acompanhavam todos os movimentos. Estava lindo!

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Ao se aproximar, Aiacos ouviu a música alta por toda a Prisão de seu subordinado. Mas que diabos Faraó estava fazendo ali? Orfeu se despediu do juiz e Garuda perguntou se ele não iria entrar e a resposta do prateado foi simples. 

- Pra descobrir que ele gosta cozinha ouvindo musica árabe? Não obrigado. Só faz ele abaixar o som. - E saiu pisando duro, tampando os ouvidos.

Garuda achou graça e balançou a cabeça em negação. Só restava ao juiz seguir em frente...

Ele olhou as estátuas da entrada da Prisão e começou a subir os degraus. A cada passo que dava, a música ficava pior. Não adiantava falar, gritar, ou algo assim. Aiacos caminhou seguindo o som. Notou que vinha do quarto do subordinado. Mas o que ele estava fazendo?

Faraó agora dançava com espadas. Sempre na frente do espelho. As espadas não tinham cortes e fazia parte da dança. Assim com em algumas, se dançava com cobras. Mas como ele não tinha o animal... era o véu e as espadas. Nada demais. Ele ainda seguia o ritmo da música sem deixar de balançar seu corpo. E o que ele não sabia, era que estava sendo observado. Seu espelho não mostrava a porta de seu quarto.

Garuda estava boquiaberto com a cena. Ele seguia todos os movimentos do Faraó com seus olhos. Mas porque ele dançava com espadas? Notou que havia um véu jogado perto dos pés descalços do moreno.  O nepalês, embasbacado como estava, entrou no quarto do egípcio sem se anunciar. Mesmo que tentasse, não seria possível devido a música no volume máximo.

Esfinge fechou os olhos e deu alguns giros, sempre mexendo seu corpo. Ele acabou ficando de costas para o espelho e ao abrir os belos olhos âmbares, ele parou de dançar e ficou encarando o juiz.

- A-A-Ai-Aiacos-S-Sama?

- Eu mesmo. - Ainda não era possível se ouvirem devido a música árabe que tocava.

Faraó largou as espadas no chão de qualquer jeito e correu para desligar o som, porém acabou tropeçando nos próprios pés antes de chegar no rádio. Aiacos que acabou desligando o aparelho, dando um alívio para seus tímpanos.

- Posso saber o que se passa aqui? - Garuda estendeu a mão para ajudar o subordinado a se levantar.

- Eu...e-eu estava.. e-estava dançando.

- E precisa dançar com a música alta? E porque está vestido de odalisca? 

- Odalisca? - Esfinge olhou para o corpo e corou na hora, cobrindo o tórax com os braços. - E-eu posso explicar.

- Ah eu sei que pode explicar. Mas primeiro me explica aquilo ali! - Apontou para as espadas.

- F-faz parte da dança do ventre e..

- Dança pra mim!

- O...O quê?

- Dança pra mim! - Repetiu. - Mas sem as espadas. - Disse malicioso e notou que o rosto do subordinado ficava mais vermelho.

- T-tudo bem..

Faraó pegou o véu do chão, as espadas e antes de ligar o som, ele guardou aqueles objetos pontiagudos, porém sem cortes e se aproximou do rádio. Olhou de relance para o juiz que se acomodou em sua cama e ligou o som...

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O som alto mais foi ouvido por Orfeu que acabou gritando alto.  Eurídice abaixou a cabeça. Petrificada como estava não podia fazer nada. Mas o som foi abaixado. Ainda estava alto, mas não como antes.

Fim?

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2021 ⏰

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