Capítulo 5

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Estou almoçando na sala dos funcionários quando meu celular toca, me fazendo tirar a atenção do meu bife suculento e dos talinhos de agrião da salada, que fazem uma grande explosão de sabores na minha boca.

— Quem é? — Brad, um dos meus colegas de trabalho, pergunta com preocupação.

Ele está almoçando comigo, na mesma mesa. Eu contei a ele todo o alvoroço da minha noite de ontem, tudo nos mínimos detalhes. Brad achou muita coincidência eu ter ido parar na residência de um Smith e disse que eu deveria estar com medo, porque ele pode tomar medidas a meu respeito.

Medidas a meu respeito? Eu nem fiz nada. Simplesmente falei que o conhecia e ele pirou. Eu não tive intenção negativa nenhuma. Talvez por isso eu estou tranquila.

Exceto pela Samy. Até hoje de manhã, ela ainda não tinha sido paga. O tal Douglas não tinha feito o pix porque dormiu depois de prendê-la em uma conversa até às três da manhã.

Ela perguntou se poderíamos voltar na casa depois que eu saísse do trabalho, caso ainda não tivesse sido paga. Eu disse que sim, mas passei o restante do tempo torcendo para que o Douglas a tivesse pago.

Não porque estou preocupada comigo, mas por Samy. Que fez o seu trabalho e não recebeu, só porque Ryan Smith ficou revoltado por ter medo de um sequestro.

Pego o celular e vejo o rosto dela sorridente na tela. Recuso a chamada de vídeo e refaço uma de voz, colocando o aparelho no ouvido.

— Oi, Samy — atendo.

— Achei que você tivesse no almoço, por isso liguei por vídeo, desculpa!

— Eu estou, mas tem muita gente aqui — explico. — Você ficou melhor desde ontem?

Ela ri, soltando um "ai ai" no fim.

— Que noite, minha amiga — suspira. — Mas eu fiquei melhor depois de agora, que Douglas me mandou uma mensagem pedindo desculpa por ter dormido do nada falando comigo e não ter enviado o dinheiro.

— Mas ele te pagou?

— Sim! Pagou, sim. Ele me deu mil dólares a mais, e quer saber? Eu nem questionei! Só agradeci e tchau.

Dou um sorriso.

— Acho que foi merecido pelo que te fizeram passar ontem — comento. — Eles te colocaram para fora na chuva.

Samy dá um riso nervoso.

— Nos colocaram. Ainda ficamos uns dez minutos esperando aquele abençoado achar nossas bolsas.

É a minha vez de rir.

— Passamos maus bocados. Foi mal, amiga. Foi minha culpa.

— Que isso, Lucy. Não se sinta culpada. Você só foi me ajudar. Eu que te devo desculpas por ter feito você ficar sujeita àquele episódio — ela respira fundo. — Fiquei preocupada de você ser demitida.

Por que todo mundo está achando que vou ser demitida?

— Me sujeitar aos caprichos daquele mala é que me faria ser demitida, Samy — murmuro. — Você não viu? Ele não tem noção nenhuma de nada. Fica naquela casa com aqueles homens idiotas, que parecem não fazer nada além de serem inúteis. Com certeza só fica recebendo dinheiro da família sem se importar como chega.

— Pode até ser, mas a forma que fomos expulsas do nada me deixou preocupada — ela faz uma pausa. — Eu achei que Douglas ia me explicar o motivo de tudo aquilo repentino, por isso não desliguei na cara dele quando a ligação passou de um minuto.

Tempestade de Gelo #1 (NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora