Cap 33

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< Lalisa >

Encostada na porta do meu carro, esperava um pouco impaciente a Chloe. Após uns minutos vendo crianças e mais crianças saindo, e nada da minha filha, estranhei o atraso.
Caminhando pelo meio das crianças e seus pais, cumprimentei algumas mães rapidamente e procurei com o olhar por toda a entrada. Parada ao lado de uma mulher com uma expressão abatida, tranquei o carro e caminhei em passos largos até as duas. Assim que a peguei no colo, senti um aperto no peito ao ouvi-la chorar.

- O que aconteceu, filha?

- Melhor conversarmos na minha sala. Me acompanhe, por favor.

A seguindo, tentava acalmar a Chloe, que chorou um pouco mais e soltou um gemido de dor quando passei minha mão pelas suas costas. Franzindo o cenho, estranhei quando não me deixou olhar e se agarrou no meu pescoço.

Assim que entrarmos na sua sala, revirei os olhos ao ver um garoto fazendo bagunça e correndo como doido de um lado para o outro enquanto um homem de aparentemente 30 á 35 anos mexia no seu celular confortavelmente sentado. Erguendo seus olhos assim que me sentei, me segurei para não perder a pouca paciência que me restava. Seu olhar com desprezo e as caretas que provavelmente seu filho fazia para a minha filha não passaram despercebidas por mim.

- Me chamo Carla, sou a diretora, como devem ter percebido. Tivemos um problema e temos que resolver o mais rápido possível. Seu filho, Ruan, agrediu e falou coisas inaceitáveis na hora do lanche para a Chloe.

- E o que meu filho falou?

- Me desculpe pelo que irei repetir, Sra. Manoban. - assentindo, abracei a Chloe, que havia se encolhido no meu colo. - Ruan disse com essas palavras: "Você não deveria ter nascido e não deveria ter duas mães, isso é pecado e uma abominação." Para uma criança de 6 anos, essas são palavras muito pesadas e com uma maldade de pessoas adultas que tem preconceitos.

-Ele está errado? Não vejo problema do meu filho expressar suas opiniões.

Afastando a Chloe do meu peito, abri seu macacão e ergui sua blusa. Vendo dois hematomas nas suas costas, senti meu sangue ferver, e uma vontade imensa de pegar sua cabeça e bater com força na mesa a nossa frente. Eu o faria engolir suas palavras e as palavras que ensinou seu filho.

- O senhor acha certo minha filha ter dois hematomas nas costas causados pelo seu filho? - revirando os olhos, respirei fundo para não deixar as ideias que passavam na minha mente se realizarem. - A senhora pode garantir que minha filha não fique no mesmo local que esse.. menino?

- Infelizmente não. Eu tentei achar uma vaga para o horário da tarde ou uma maneira que eles não se encontre, mas não foi possível. Eu sinto muito mesmo. Todos sentimos pela sua filha, Sra. Manoban.

- Obrigada!

Arrumando sua blusa e seu macacão, peguei sua mochila que estava no chão e arrumei no meu ombro antes de arruma-la no meu colo. Saindo da sala, comecei a contar de 1 á 10 ao ouvir o som dos seus sapatos no nosso encalço.
Calma, Lisa, você está com a Chloe. Respira. Esse menino não tem culpa do pai lixo... Respira.

A sentando na sua cadeirinha, entreguei o Pororo e passei o cinto de segurança pelo seu tronco. Ao fechar a porta, estava dando a volta no carro quando o peste do menino me atacou uma pedra e o bosta do seu pai ficou parado olhando para o nada.

Respira, Lisa.

- Você não tem vergonha? Vai acabar com a vida dessa... Ela é adotada, né? Ruan, não quero você perto desses anormais!

Quer saber? Que se foda esse bosta e seu preconceito ridículo. Caminhando em sua direção em passos largos, o segurei pelo colarinho e acertei três socos seguidos antes que ele caísse no chão, e eu me sentasse no seu abdômen.

Eclipse G!P - JenLisa & ChaeSoo Onde histórias criam vida. Descubra agora