Cap 69

234 28 3
                                    

Após a Lisa deixar o quarto para conversar com a Dra. Lee sobre meu estado, Rosie se mantinha grudada no meu corpo exatamente como um bebê coala, diferente da Chu, que estava sentada na poltrona com o livro "O Sol É Para Todos" em sua perna enquanto me contava sobre o estado da Lili; costela quebrada, as vezes ficava aérea, se recusava beber sangue e não demonstrava nenhum tipo de dor para não preocupa-las. Também me contaram como ela entregou o celular para a Rosie e se transformou dentro de casa mesmo.
Ouvir coisas que eu já suspeitava, não amenizava minha culpa ou minha preocupação. Eu sabia exatamente o motivo pelo qual ela não queria tomar sangue, mas ela não podia se culpar por coisas que estavam além das suas compreensões.

Me lembrando de uma Lisa “bad girl” que usava calças de couro, jaquetas personalizadas com tarraxas, coturnos e outras coisas, que não se importava com as regras; dirigia como uma doida, bebia sangue de civis.. e brigava com todo mundo que pensasse olhar para ela, senti um aperto no peito. Essa Lisa, de todas que eu conheci, foi a única que sequer teve um flashback de nós.. pelo menos que eu sabia.
Porém, também lembrava de como nos conhecemos e ela não me deixou em paz até que eu aceitasse sair com ela. Eu como não sou besta, coloquei uma única condição; para de ser babaca. E o resto daquela tarde ela não foi babaca nenhuma vez comigo ou com outras pessoas. Passamos metade de um dia namorando até que a Chahee descobriu e apagou nossas memórias novamente.

- Jennie?

Saindo dos meus pensamentos, encarei os rostos da Lili, Rosie, Jisoo e Dra. Lee que me olhavam curiosas. Sorrindo, me desculpei pelo meu devaneio e me arrumei na cama com a ajuda da Rosie. Nos explicando minha condição, a Dra. Lee permitiu que eu fosse para casa, mas que não fizesse esforços e nem ficasse sem me alimentar direito. Como se isso fosse possível com Jisoo e Sra. Yun na minha vida.

Enquanto Lili me ajudava vestir um conjunto de moletom rosa que a Rosie fez questão de trazer alegando ser o mais confortável, Jisoo e Rosie acertavam a conta do hospital. Mesmo sabendo que a Lili estava aqui do meu lado e estava me tratando como sempre, eu sabia que ela não estava realmente aqui. Tinha algo errado. Algo que a incomodava e a deixava fora do ar.

- Lili.. – parando de amarrar meu cadarço, Lili ergueu seus olhos para me encarar e, por um segundo, não a reconheci. – Quer me dizer alguma coisa? – negando, voltou a amarrar meu cadarço. – Tem algo te perturbando?

- Jen..

Fechando meus olhos, vi flashs de todas as vezes que a Chahee me chamou assim e um sentimento de nojo, desprezo e medo me dominaram completamente.

- Jennie, tudo bem? Eu vou chamar a doutora..

- Amor! Me faz um favor? – assentindo, Lili se sentou do meu lado e cobriu minha mão com as suas. – Por favor, não me chame mais assim.. Era seu apelido, mas ela me fez ter sentimentos ruins pela forma que pronunciava. Eu.. me desculpa!

Em frações de segundos eu estava falando com a Lili e no outro estava chorando descontroladamente nos seus braços. Repetindo “desculpa” sem parar, me afundava cada vez mais na culpa de ter pedido que ficasse abraçada comigo. Como foi extremamente fácil a Chahee me pegar todas as vezes. Como eu sou fraca, sempre precisando de ajuda e da Lili.
Me apertando levemente em seus braços, Lili repita que estava tudo bem, que ela estava aqui e ninguém nunca mais me tocaria. Eu queria muito acreditar em suas palavras.. muito mesmo, Lili.

- Ei, eu posso achar outro apelido. Eu sou muito criativa. – afundando ainda mais meu rosto no seu peito, me sentia aliviada pela sua compreensão. – Nunca mais ouvirá esse apelido, Jennie. – me afastando gentilmente, Lili levantou e me estendeu a mão sorrindo. E como uma criança, a peguei limpando meu rosto. – Vamos para casa!

Eclipse G!P - JenLisa & ChaeSoo Onde histórias criam vida. Descubra agora