Cap 63

315 35 1
                                    

< Roseanne >

Após escutar tudo que havia acontecido; O sonho da Jendeukie. A forma que a Chahee olhava para ela. A ousadia da Chahee no banheiro. Como foi maluca em dizer o que disse para a Lisa. E a coragem de dizer que lutaria pela Jendeukie, eu conseguia entender o porquê da preocupação que Jisoo sentiu. E ela nem sabia de tudo.

Conhecendo a Lisa, me perguntava como ela conseguiu se segurar..

Pedindo minha ajuda com a Chae, Jendeukie e eu subimos para dar banho em uma lobinha extremamente alegre e agitada, diferente do Marco, que dormia tranquilamente no peito da Lisa.
E como tudo que envolvia os dois, eu achava incrível como os dois davam dicas de suas personalidades; Chae, agitada e arteira, certeza. Marco, tranquilo e sensível.

Enquanto Jendeukie separava a roupinha dos dois, tentava manter a Chae entretida. Perguntando sobre seu dia, sorri ouvindo seus resmungos, como se estivesse me contando detalhadamente tudo.

- Você está bem? - erguendo meu olhar, franzi o cenho vendo-a se aproximar. - Percebi que estava chateada hoje mais cedo.

- Não é nada que deva se preocupar.

Pegando a Chae dos meus braços, observei a forma cuidadosa que a colocou no berço e se sentou do meu lado, me puxando para deitar a cabeça no seu colo. Fechando meus olhos, aproveitei seu cafuné.. eu sentia falta de quando ficava horas deitada no seu colo apenas aproveitando e falando sobre meu dia. Fazia tempo que não tínhamos esses momentos.

- Me diz, o que aconteceu?

- Eu tive duas realidades; ensinar cada criança em Corey, Deshayes e Renard que não tinha acesso a educação e, ensinar no centro, onde as crianças são sobreviventes e muitas não tem para onde ir ou com quem ficar. E eu não tinha percebido isso até uma semana atrás, quando perdi um aluno... 10 anos, ele tinha apenas 10 anos e não resistiu porque era feito de bolsa de sangue. - sentindo uma imensa frustração, engoli a vontade de chorar ao lembrar do seu sorriso. Ao lembrar de como ele parecia bem quando nos despedimos. - Ele se chamava James Kim. Eu cuidei dele por duas semanas e vê-lo partindo foi difícil... está sendo difícil.

- Rosie...

- Eu não me conformo com a ideia de perder alguns alunos. Eu não quero me acostumar com isso, Jendeukie.

- Quem disse que você precisa se acostumar? Quem disse que isso deve ser algo para se conformar? Eles são seus alunos, Rosie, são parte de você agora. Você não é só uma voluntária para ensina-los a ler e escrever, mas para ensina-los algo diferente do que eles aprenderam e vivenciaram. - permitindo que eu chorasse no seu colo, Jendeukie me envolveu carinhosamente, como uma mãe faria. - Lili está fazendo de tudo para que mais ninguém sofra o que eles sofreram. E vocês, voluntários, estão fazendo de tudo para ensinar o caminho certo. Que o que passou, não deve se repetir. - deixando um beijo na minha testa, Jendeukie limpou calmamente todas lágrimas que escorria no meu rosto. - Sinto muito pelo James! E tudo bem ficar triste e querer chorar por horas. Você não precisa esconder seus sentimentos, são eles que fazem você ser você e ser uma das pessoas mais fortes que conheço.

Quando recebi a ligação do hospital dizendo que o James havia morrido, eu passei uma semana chorando até dormir no colo da Chu. Eu sentia que nada fazia sentido e sentia uma raiva que faria com que me vingasse dos culpados pela minha perda. Mas, deitada no colo da Jendeukie, percebi que, talvez, eu precisasse apenas do colo da minha irmã mais velha.

Mais calma, ajudei a dar banho nos dois lobinhos. Cheirosos e de pijamas, acompanhei a Jendeukie até a sala de jantar, onde todos já estavam sentados, exceto Jisoo.

Eclipse G!P - JenLisa & ChaeSoo Onde histórias criam vida. Descubra agora