Evan suspirou e fechou a porta depois de entrar.
— Vai se fazer de muda por quanto tempo? – Perguntou a Maiara, que seguia para a sala batendo os pés e de cara emburrada.
— Por quanto tempo eu quiser. Depois daquela palhaçada no nosso passeio você quer o quê?
— Eu entendo você estar brava, Maia...
— Brava? – Ela retorquiu, virou-se para ele e atacou: – Brava é pouco, Evan! Olha o tipo de mulher que vem falar que está grávida de você e você aceita e fica dando confiança. Nem me defendeu do jeito que ela estava falando comigo...
— Porque não foi diferente do jeito que você estava falando com ela. – Ele interrompeu. – E eu posso ser o pai...
Maiara franziu o nariz.
— Ela falou que você não precisava assumir!
Ele bufou.
— Ela é orgulhosa, é óbvio que não quer pedir nada...
— Então deixa ela se ferrar até ela engolir o orgulho, não aceito de você ficar correndo atrás...
— Parece que você acha que estou fazendo um favor. É a minha obrigação...
— Se você for o pai, e eu duvido que seja! – Ela cortou, inflamando-se mais. – Que ódio, Evan! Acha que ela não quer fazer o teste por quê? No mínimo vai demorar pra sair pra ela se aproveitar bastante do seu dinheiro.
— Ela não vai se aproveitar do meu dinheiro, Maiara, e eu não duvido que o filho seja meu...
— Evan, meu filho! – O rapaz foi interrompido pela aparição do pai de Maiara, um homem de cinquenta e tantos anos com cabelos grisalhos e rosto pouco enrugado. Tanto os olhos extremamente azuis quanto os lábios finos foram herança dele para filha. Maiara cerrou os dentes e abaixou a cabeça, e Evan tentou dissolver a tensão na postura e sorrir. – O que estão fazendo aqui tão cedo? – Geraldo se aproximou do casal e passou o braço em volta da filha. – Maia disse que não voltava, não disse? – Responderam que houvera um imprevisto. – Tudo bem, fico feliz em vê-lo. Por que estão parados aqui, onde estão seus modos, filha? Alda logo vai estar organizando o jantar, vá avisá-la que vocês dois vão...
— Não – Evan recusou o convite. – Não estou com fome. Na verdade eu tenho que ir logo para resolver alguns problemas...
— Da empresa?
Evan coçou a nuca.
— Pessoais também. – Maiara revirou os olhos.
— Hum, uhum, é um homem sério, eu entendo. – Geraldo concordou. – De qualquer forma é sempre bem-vindo para se juntar à família. – Evan agradeceu breve e durante mais alguns minutos de uma conversa mantida pelas cordialidades o visitante se despediu, pronto para ir para casa finalmente pensar no assunto tão sério que era Sofia e sua gravidez.
*
Sofia tentava controlar a respiração enquanto andava pela casa arrumando qualquer coisa que pudesse arrumar. Piscava repetidas vezes de vez em quando para que as lágrimas não caíssem dos olhos e penteava e apertava os cabelos com os dedos sempre que o caos em seu interior escapava da tentativa dela de soterrá-lo.
Já tinha procurado formas de escapar de Evan. Não podia se negar a fazer o exame, não podia sumir do mapa, não podia arranjar um pai de mentira e nem uma das outras ideias que tivera foram para frente também.
Portanto Sofia estava surtando. Com raiva, medo, frustração, infelicidade e ansiedade. Nem beber podia, então ela devorou um pote de sorvete enquanto chorava e insistia em buscar uma solução.
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Inside me
Lãng mạnSofia não tinha planos de reencontrar Evan, principalmente meses depois da única noite em que tinham se conhecido e ficado. Principalmente carregando um bebê do qual ele era pai e não deveria saber. »Não sei fazer sinopse, então só deem uma chance »...