Capítulo VI

1.8K 338 172
                                    

Evan suspirou e fechou a porta depois de entrar.

— Vai se fazer de muda por quanto tempo? – Perguntou a Maiara, que seguia para a sala batendo os pés e de cara emburrada.

— Por quanto tempo eu quiser. Depois daquela palhaçada no nosso passeio você quer o quê?

— Eu entendo você estar brava, Maia...

Brava? – Ela retorquiu, virou-se para ele e atacou: – Brava é pouco, Evan! Olha o tipo de mulher que vem falar que está grávida de você e você aceita e fica dando confiança. Nem me defendeu do jeito que ela estava falando comigo...

— Porque não foi diferente do jeito que você estava falando com ela. – Ele interrompeu. – E eu posso ser o pai...

Maiara franziu o nariz.

— Ela falou que você não precisava assumir!

Ele bufou.

— Ela é orgulhosa, é óbvio que não quer pedir nada...

— Então deixa ela se ferrar até ela engolir o orgulho, não aceito de você ficar correndo atrás...

— Parece que você acha que estou fazendo um favor. É a minha obrigação...

Se você for o pai, e eu duvido que seja! – Ela cortou, inflamando-se mais. – Que ódio, Evan! Acha que ela não quer fazer o teste por quê? No mínimo vai demorar pra sair pra ela se aproveitar bastante do seu dinheiro.

— Ela não vai se aproveitar do meu dinheiro, Maiara, e eu não duvido que o filho seja meu...

— Evan, meu filho! – O rapaz foi interrompido pela aparição do pai de Maiara, um homem de cinquenta e tantos anos com cabelos grisalhos e rosto pouco enrugado. Tanto os olhos extremamente azuis quanto os lábios finos foram herança dele para filha. Maiara cerrou os dentes e abaixou a cabeça, e Evan tentou dissolver a tensão na postura e sorrir. – O que estão fazendo aqui tão cedo? – Geraldo se aproximou do casal e passou o braço em volta da filha. – Maia disse que não voltava, não disse? – Responderam que houvera um imprevisto. – Tudo bem, fico feliz em vê-lo. Por que estão parados aqui, onde estão seus modos, filha? Alda logo vai estar organizando o jantar, vá avisá-la que vocês dois vão...

— Não – Evan recusou o convite. – Não estou com fome. Na verdade eu tenho que ir logo para resolver alguns problemas...

— Da empresa?

Evan coçou a nuca.

— Pessoais também. – Maiara revirou os olhos.

— Hum, uhum, é um homem sério, eu entendo. – Geraldo concordou. – De qualquer forma é sempre bem-vindo para se juntar à família. – Evan agradeceu breve e durante mais alguns minutos de uma conversa mantida pelas cordialidades o visitante se despediu, pronto para ir para casa finalmente pensar no assunto tão sério que era Sofia e sua gravidez.

*

Sofia tentava controlar a respiração enquanto andava pela casa arrumando qualquer coisa que pudesse arrumar. Piscava repetidas vezes de vez em quando para que as lágrimas não caíssem dos olhos e penteava e apertava os cabelos com os dedos sempre que o caos em seu interior escapava da tentativa dela de soterrá-lo.

Já tinha procurado formas de escapar de Evan. Não podia se negar a fazer o exame, não podia sumir do mapa, não podia arranjar um pai de mentira e nem uma das outras ideias que tivera foram para frente também.

Portanto Sofia estava surtando. Com raiva, medo, frustração, infelicidade e ansiedade. Nem beber podia, então ela devorou um pote de sorvete enquanto chorava e insistia em buscar uma solução.

Inside meOnde histórias criam vida. Descubra agora