Capítulo XIII

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Evan estava saindo quando alguém bateu à porta de sua sala. Só voltara depois do encontro com Sofia para conferir se tinha realmente terminado, mas ficara preso lá, porque suas responsabilidades sempre aumentavam quando seu pai tinha que viajar, e era esse o caso.

— Entra – Ele respondeu, batendo uma pequena pilha de papéis na mesa para alinhá-la.

— Oi – Maiara entrou, com uma postura que oscilava entre timidez e orgulho. – Não me mandou mensagem.

Evan franziu levemente as sobrancelhas para ela, que corou furiosamente e abaixou o rosto para olhar para o chão.

— É... Não achei que era uma boa ideia. – Puxou a cadeira para que ela se sentasse, e Maiara encarou-o intensamente.

— Por quê?

— Nossa última conversa não foi boa, e o que eu penso não mudou.

Ela cerrou os dentes, desviando os olhos dos dele para o colo, onde apertava as mãos para conter a ansiedade.

— Me perdoa... Eu não fui legal com você, mas você tem que me entender! Eu tava estressada, não era um dia legal e quando eu achei que ia ficar melhor por causa do nosso encontro aquela mulher aparece, e ainda vem me dizer que está grávida! Como eu ia reagir? Ela foi detestável comigo, e eu fiquei com ciúmes e...

— Você está se desculpando ou se justificando? – Ele perguntou, fazendo-a arregalar os olhos e se calar, mas logo ouviu a risada nasal e percebeu que ele falara brincando, sem irritação.

Sentindo o coração palpitar de alegria, respirou fundo e teve coragem de encará-lo.

— Me desculpando, não fui justa com você. A culpa não é sua...

— Nem dela – Ele deu de ombros, e com uma força divina Maiara conteve uma exclamação indignada, apenas olhando-o impassiva. – Mas, sabe, não vou parar de vê-la, a não ser que o filho não seja meu...

Ela sentiu o sangue gelar. Ele estava terminando com ela. Ia terminar com ela por causa de uma mulher à toa, que estava grávida de sabe-se lá quem e... O que diria para sua família, e o que sua família iria dizer?

— O filho não é seu! – Maiara soltou, quase com desespero. – Ela já falou que não é, então por que não para de procurar por uma coisa que só estraga sua vida?

Ele praguejou.

— Pelo amor de Deus, Maia!

— O quê? Acha que seus pais vão ficar felizes? E...

— Com os meus pais, eu me resolvo. – Ele interrompeu zangado. – Não vai estragar minha vida só por isso, é uma criança! E eu vou ajudar a Sofia, se for minha, eles gostando ou não. Você gostando ou não - Acrescentou e a fez tingir-se com uma vermelhidão de cólera e mágoa. – E é justamente disso que eu estava falando. Eu gosto de você, mas nós não vamos passar de onde estamos, então se não conseguir lidar com essa história, é melhor nos afastarmos desde já. – Pretendia que fosse menos brusco, mas, mesmo tendo refreado o tom para o mais calmo possível, sua escolha de palavras fora reflexo do estresse.

— Não! Eu vou lidar muito bem com essa história...

— Não parece – Ele retrucou, e vendo que os olhos dela marejavam, sua raiva se dissipou. – Eu não quero que você fique me falando pra abandonar meu filho, Maia. Já chega a Sofia, e o Rafael também enche o saco, mas você além de tudo tem ciúmes, e já esqueceu que não era pra ser sério...

— Quer terminar comigo pra ir ficar com ela? – Perguntou desdenhosa, olhando-o furiosa.

Ele respirou fundo.

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