Entre irmãos

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Bulma olhou para trás e viu o portão da casa de Vegeta ficando cada vez mais longe. Ela voltou seu olhar para seu irmão que dirigia em total silêncio, e pela expressão facial ela não tinha dúvidas que ele estava irritado com ela. Fizeram o caminho inteiro assim, ela podia ainda sentir o caminho que as lágrimas dela fizeram no seu rosto ao ver o embate entre Kakarotto e Vegeta secas na sua pele.

Ela nunca sequer imaginou que um dia fosse presenciar isso de ambos. Desde que era menina suas lembranças de Vegeta, Kakarotto e Yamcha eram de sempre ver os três pra cima e pra baixo e embora Vegeta fosse o mais estourado, quem sempre arrumava confusão era Yamcha e com isso sempre arrastava os dois para brigas nos fundos da escola e depois de maiores em bares. Bulma sempre esperou que seu irmão um dia fosse dar um soco em Yamcha e o mesmo ela nunca duvidou que acontecesse com Vegeta que sempre estava por um fio de socar seu ex namorado.

Era essas certezas que ela tinha conforme foi crescendo ao lado daqueles três, e foi isso que mais a assustou quando viu seu irmão mais velho dar um soco em Vegeta e se surpreendeu quando Vegeta não revidou, isso era sinal que sua vida estava mesmo toda de ponta cabeça. Nada que ela tinha como certo era o certo naquele momento. Bulma suspirou e olhou mais uma vez para trás agora nem reconhecendo mais a rua que estavam, ela suspirou e olhou novamente para Kakarotto que insistia em não olhá-la, quando ela viu ele virar o carro entrando num condominio de prédios e parando numa das vagas em frente de um prédio pequeno de três andares.

Ela viu de canto de olho ele desligar o carro e não destravar as portas. Sua respiração estava visivelmente alterada ela podia ver pelo subir e descer do peito dele por debaixo da camisa, ela levantou o olhar até o rosto dele que permanecia trincado, aquilo estava matando ela, aquele silêncio a consumia, ela preferia que ele brigasse com ela de uma vez e depois como sempre ela se jogaria no peito dele chorando e ele a perdoaria, mas ele parecia não querer dessa vez ceder... Ela não ia suportar mais isso... —Kakarotto eu...

Kakarotto destravou as portas e saiu, não queria escutar ela, estava com raiva dela.

Ele saiu e viu ela sair em seguida e assim que ela fez isso ele travou a porta com alarme e começou a andar vendo de canto de olho ela seguir ele abraçada em seus próprios braços.

Kakarotto queria quebrar aquele clima estranho que se formou entre eles. Ela não insistiu em falar com ele, deveria prever que com seu silêncio era mais que suficiente ela entender que ele não estava realmente feliz na situação que ela se colocou.

Ele como irmão mais velho sempre cuidou dela, nunca permitiu que ninguém a machucasse quando crianças na escola quando os meninos mais velhos que ela queriam provoca-la puxando seus cabelos azuis. Ele tinha a mesma idade que aqueles meninos e sempre os espantavam. Bulma e ele sempre foram muito próximos e isso sempre fez ela confiar nele pra tudo, não tinham segredos que eles não compartilhassem um com outro, então quando ela já estava se tornando uma linda mulher, ele percebeu que um de seus amigos o Yamcha estava de olho nela.

Ele se lembra até hoje de quando o chamou para uma conversa e falou que se ele a magoasse que ele iria amarrar pedras no corpo de Yamcha e jogaria ele no lago da cidade, pra ninguém nunca mais achar o corpo dele. Foi uma ameaça extrema, e ele nem sabe se faria isso, mas o fato é que ele não iria permitir que mesmo Yamcha sendo seu amigo magoasse sua irmã.

Ele se lembrava que via sua irmã triste pelos cantos e não sorria mais. Aquilo estava o incomodando, mas ela sempre negava que tivesse acontecendo alguma coisa errada entre ela e Yamcha, até que numa noite de natal, ele viu Yamcha no jardim puxar o braço da sua irmã com força a ameaçando de algo, pelo que ele entendeu teria sido por ele estar com ciúmes de Vegeta que estava ajudando ela com os enfeites de natal, e ele não gostou daquilo e quando escutou sua irmã subindo as escadas indo para o quarto ele saiu de seu quarto indo de encontro a ela e a viu chorando deitada na cama. Ali ela não pôde mais negar, estava visível nos olhos que minavam as lágrimas e na pele marcada do braço dela que seu amigo Yamcha a machucava, e ali ele fez uma promessa a abraçando que ele não deixaria ninguém mais a machucar, não importasse quem fosse, ele estava ali por ela, era sua irmãzinha caçula e ensinaria uma bela lição ao Yamcha.

O Casamento do meu melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora