Ano 1764 d.c
L.S
Harry era um bruxo, vivendo em uma aldeia escondida nos confins da Itália, depois da morte trágica de sua irmã, ele havia se tornado o próximo na linha de sucessão para assumir a liderança daquela pequena sociedade, depois de consta...
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O ar fresco da maresia tocava suavemente o rosto de Louis, trazendo um pouco da calmaria que ele tanto pedia, aquecendo seu coração e florescendo o sentimento de estar em casa, ele nunca se cansaria do mar.
O sol ainda nascia ao horizonte, estava tão cedo que os marujos que vigiam o navio durante a noite ainda estavam ali, fazendo a ronda para uma maior segurança de todos.
Uma leve angústia consumia uma parte do coração de Louis, as lembranças de um Harry devastado e quebrado de semanas atrás ainda lhe partia a alma. Ele nunca sentiu tanta dor em ver alguém sofrendo.
Ver aqueles que você ama machucado doía, haviam se passado anos desde a última vez que ele sentiu algo daquele tipo. Não que fosse apático à dor alheia, apenas nunca tinha amado alguém tão intensamente como amava Harry.
Coisa que ele descobriu recentemente teve que quebrar todas as suas barreiras e medos para assumir aquilo. Saber que estava apaixonado era uma coisa, mas ter ciência de que se ama alguém era apavorante - naquelas circunstâncias ao menos.
A sua imortalidade nunca foi um problema tão doloroso, mas se tornou um dos maiores empecilhos. Ele viveria mais milhares de anos, veria o sol nascer e se por pela última vez, viveria mais dezenas de guerras e descobertas incríveis. Completamente Sozinho.
Harry não o acompanharia em tudo isso, o fardo da vida eterna é saber que você veria todos que ama morrer. Já era tarde demais para se afastar de Harry, seu coração já tinha sido capturado.
A sua única opção era aceitar que um dia perderia a pessoa que levou décadas para encontrar, e no fim não importava se durassem dias ou anos, ele seria grato e ficaria satisfeito por ter tido o privilégio de adorar a Harry Styles.
Ele faria de tudo por aquele garoto, enfrentaria anjos, demônios e até deuses se fosse necessário, para poder ficar o máximo de tempo ao seu lado.
- Você me parece muito melancólico, capitão - Um corpo se apoiou na borda do popa do navio ao lado de Louis, a voz rouca soando entediada - Está triste com a mudança de rota?
Era Charles que sorria estranho, olhando diferente para Louis, uma caneca feita de barro continha algum líquido estranho às roupas desgastadas e com um odor no mínimo peculiar. Alguma mudança tinha acontecido no homem, que no cotidiano era sorridente e amável, apesar de ter o pulso firme com todos os marujos.
O Capitão William percebeu a diferença, da mesma forma que notou o cheiro estranho e a aura ruim que se espalhou com a presença do homem.
- Estou apenas refletindo - disse com um sorriso falso, fingindo não perceber o que aquela criatura que estava no corpo de Charles - estou bem satisfeito com a nova rota, Brasil é um ótimo lugar.
