Ano 1764 d.c
L.S
Harry era um bruxo, vivendo em uma aldeia escondida nos confins da Itália, depois da morte trágica de sua irmã, ele havia se tornado o próximo na linha de sucessão para assumir a liderança daquela pequena sociedade, depois de consta...
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Despedidas são sempre a pior parte, dar adeus as coisas que gostamos e somos apegados, é doloroso e angustiante, nos quebra um pouquinho, comprime o coração e parte a alma. Mas elas são sempre agridoces, porque despedidas normalmente são o fim de um ciclo, é dar adeus a uma fase, e isso nos dá abertura a coisas novas.
Harry teve a sensação de que iria se despedir de uma parte de sua vida quando avistou a ilha de Tortuga, ele soube que seria um fim de um ciclo, ali se encerraria tudo, as coisas poderia dar muito certo ou ser um completo desastre, mas independente do fim, o bruxo estava "bem", ele sabia que não ficaria longe de Louis, o destino não permitiria.
Todos na embarcação mantinham silêncio, a poucas horas atrás, quando todos achavam que o bruxo estava em sua cabine descansando Styles apareceu, o sol queimava no céu e todos olharam surpresos, as roupas do homem estavam completamente sujas de sangue, algumas gotas do líquido vital manchado sutilmente o chão, fazendo uma completa bagunça por onde Harry passava. O bruxo tinha a feição séria e a marca de um choro recente nas bochechas, e todos ali de alguma forma perceberam, talvez pelo clima que tinha mudado ou a aura do lugar, não era mais o doce e gentil Harry Styles, algo tinha mudado.
— Tirem os corpos da minha cabine e do porão, os joguem no mar sem cerimônia alguma, são traidores — Ele ditou, não encarando os marujos que sem questionar obedeceram.
Dúvida pairava em cada um daqueles homens, mas nenhum deles – por medo de ter o mesmo fim que os outros – perguntaram.
Niall se absteve a ajudar o amigo a se banhar, tirando todo aquele sangue e um pouco da fadiga, mesmo sendo curioso não perguntou nada naquele momento, ele fingiu não notar as lágrimas que caíram em meio a água, muito menos o tremor nas mãos do bruxo. Niall aguardou que Harry falasse sozinho, dissesse o que tinha acontecido, e após um longo tempo o bruxo o fez, não contando tudo, mas dizendo o que importava.
— Minha mãe me ama — Ele sussurrou, deixando Niall confuso, mas pela expressão do bruxo nada mais seria dito.
Um silêncio se fez, não era tão desconfortável quanto poderia parecer, eles estavam calmos, os olhos de Harry tinham um novo brilho. Ele precisava de tempo para raciocinar tudo que tinha acontecido, mas esse era um privilégio que ele não podia se dar.
Na mesma intensidade que doía a verdade sobre confiança, sobre ser ingênuo e dar liberdade aquele homem, ser bom, gentil e principalmente acreditar, ter esperanças que as pessoas poderiam ser boas, mas agora ele tinha presenciado a maldade que podiam cultivar em seus peitos, o egoísmo e individualismo, a traição. Mas em contrapartida ele tinha vislumbrado o amor que precisou durante toda vida, ele sabia o quanto a sua mãe o amava, e isso era o suficiente para o fazer forte, para lhe dar forças e curar o que se tinha quebrado.
