Pense em Você

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Entre e aconchegue-se

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Entre e aconchegue-se. Aconselho que você, meu caro leitor, sente-se em um local bem confortável, de preferência silencioso, pegue uma deliciosa caneca de chocolate quente para nos acompanhar e reserve os seus próximos minutos para dedicá-los, única e exclusivamente, à leitura que agora iremos iniciar. Por favor, não se assuste, te garanto que toda essa preparação é por um motivo muito nobre, confie em mim. Tudo certo? Está confortável? Então vamos começar esta nossa preciosa jornada.

Minha pergunta de hoje é muito simples: Quem é você? Tenho certeza que seu primeiro impulso foi começar a se apresentar, como se fôssemos completos desconhecidos, mas, não, não estou perguntando sobre o seu nome, a sua idade, o seu local de nascimento ou onde mora. Estou perguntando: Quem. É. Você? Novamente, não, esta não é nenhuma entrevista e não estou perguntando sobre a sua formação/profissão, sobre as suas conquistas, suas metas e nem qualquer coisa do tipo. Certo, vamos tentar mais uma vez, mas agora irei explicar um pouco, tornar mais fácil de ser compreendido: quem é Você? Sim, Você com todas as suas qualidades e defeitos, seus medos e anseios, suas tristezas e alegrias; tudo o que te define e te torna singular; tudo o que te faz inigualável; tudo o que espelho nenhum no mundo é capaz de refletir; tudo o que um poeta desejaria traduzir. Quem é Você?

Creio que tudo isso possa parecer um pouco confuso ou exagerado, mas pare e pense: em algum momento você já refletiu sobre isso? Já se fez perguntas do tipo? Já procurou por respostas dentro de si e se encontrou com ainda mais questionamentos? O que quero dizer é que estamos acostumados a simplesmente vivermos os nossos dias, um após o outro, sem buscar por uma razão interna, a definição de uma essência, uma luz que nos norteie. Somente ligamos a vida no automático e seguimos, sendo guiados por uma mão invisível e decisiva a qual somos indiferentes a ela.

Nos preocupamos, sim, em conhecer as pessoas, desvendar os seus detalhes, descobrir as suas curiosidades e particularidades, porém esta é sempre uma posição que tomamos diante o outro. Passamos tanto tempo nos dedicando a definir aqueles que nos rodeiam que mal percebemos que não conseguimos nos definir; sequer sabemos por onde começar. Podemos, sim, ter uma leve noção para darmos os primeiros passos, iniciando nossa conceituação pelo o que somos diante da lei: nosso nome, idade e local de nascimento; mas papel nenhum é capaz de fazer jus e introduzir uma boa apresentação que demonstre uma única estrela do universo que guardamos em nossas almas. Talvez, então, pensemos em recorrer aos nossos gostos e desgostos, nossos conhecimentos e ambições, e este caminho não está errado, faz muito sentido, mas pode ele, de fato, traduzir quem somos? Eu creio que não, pois estes detalhes, ainda assim, se referem a nossa interação com o mundo, mas não com o nosso próprio mundo; eles não dizem muito sobre nossas experiências de vida, nossos traumas, nossas alegrias, nossas decepções, nossos aprendizados, nossas cicatrizes e tudo mais que tanto nos ajudou e ajuda a constituir a pessoa que somos hoje e o universo que expandimos a cada dia.

Cada pequena parte de nós, cada minúsculo detalhe, é um reflexo dos momentos que colecionamos durante nossa árdua existência; são como notas de uma melodia interminável e incansável que transmite as mais variadas emoções. Mas tal composição só é possível quando paramos para pensar, para meditar a fundo sobre tudo o que a inspira: só podemos nos definir, só sabemos quem somos se paramos para pensar e responder a isso, caso contrário, somos apenas folhas flutuando com o vento e vagando sem direção.

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