Meu Amor

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Muito prega-se que o oposto ao Amor é o Ódio

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Muito prega-se que o oposto ao Amor é o Ódio. Não sei bem quando começou essa distinção, essa combinação de "opostos", de "ame ou odeie", mas, se pararmos para pensar, veremos que há um enorme equívoco nessa premissa, pois ela considera apenas superficialmente o significado dessas palavras, sem levar em conta a profundidade de conceitos que cada uma carrega. "Amor" e "Ódio" são, em uma concepção bem genérica, apenas sentimentos, independente de serem positivos ou negativos, que nutrimos por alguém. Deste modo, se pararmos para pensar bem, a verdade é que não existem sentimentos opostos, contrários um ao outro; o que existe é simplesmente tudo o que sentimos, essa erupção de emoções que, às vezes, nos domina e nos faz agir por completo instinto. Sentimentos, independente de sua natureza, não são opostos pelo simples motivo de que nunca o poderiam ser, uma vez que refletem a construção das relações que estabelecemos; não são opostos porque todos fazem parte do imenso, complicado, simultâneo e confuso quebra-cabeça que é o coração humano e, como peças deste, apenas complementam um ao outro, sempre variando de momento e pessoa, contribuindo para a nossa completa vivência na terra.

Pois, muito bem, partindo dessa prerrogativa e buscando entender, encontrar um real oposto para o "Amor", eu então proponho que pensemos de outro modo, enxergando que o antônimo do Amor é a Indiferença|29|, já que esta, sim, se refere a total ausência de sentimento e consciência por alguém. Tal significação pode lhe causar estranheza à primeira vista, eu sei, mas, acalme-se, meu caro leitor, irei te explicar a ideia aqui contida. Lembro-me que a primeira vez que ouvi sobre essa comparação foi em um filme ou série e aquilo me surpreendeu demais; eu nunca havia pensado daquela forma, porém havia ali uma linha de raciocínio que me pareceu fazer bastante sentido: o Amor seria o ápice de todos os sentimentos bons que dedicamos a uma pessoa; o Ódio, por sua vez, é o mais profundo de todos os maus sentimentos que nutrimos por alguém, mas que possui uma origem e, possivelmente, pode ser remediado. De modo bom ou ruim, quando nos referimos a esses "opostos" queremos dizer que estamos constantemente conscientes de suas ações, pensamentos e emoções, pois, ainda que neguemos, nos importamos com essas pessoas, nos interessamos por elas. Já a Indiferença é a completa inexistência de preocupação, interesse e sentimento; ser indiferente a alguém é não se importar, é não ter o mínimo de empatia, não ter sequer a consciência da existência ou presença da outra pessoa.

Sentimentos se complementam, nunca existem isolados e constantes no nosso espaço-tempo; eles se fundem, se ressignificam e criam novos sentimentos, portanto, são partes de um mesmo todo, não existem um sem o outro. Com essa ideia em mente, pensemos que o oposto do amor é a indiferença, pois entre estes, sim, não há nada que os ligue, nada que os complete entre si, nem sequer por um mísero instante. Se a ausência de Amor é a Indiferença, então não devemos, não podemos ser indiferentes a nós mesmos. Digo, devemos nos preocupar, cuidar e nos importar com o mais íntimo da pessoa que somos; devemos nos amar, pois uma atitude no sentido contrário disto seria ignorar, não considerar a nossa vivência no mundo; seria se esvaziar de significado e importância, para si mesmo e para todos os que te cercam; seria inexistir na sua própria existência.

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