𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐍𝐄𝐌𝐘 - Tooru Oikawa

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— Nem fudendo... - Disse eu em um tom não audível.

Eu e o garoto nos encarávamos chocados, fazia um ano que não nos víamos, eu tinha desaparecido sem dizer nada.

— Ó meu deus, menina. - Disse a enfermeira me segurando e me colocando em uma maca. - Oikawa, espere um pouco que eu preciso de desinfetar isso aqui.

— Sem problemas... - Respondeu o moreno.

...

O silêncio era estabelecido na sala após a enfermeira tratar do meu joelho e sair para buscar o gelo.

— Você tá bem? - Perguntou ele.

— Vou ficar... E você?

— Também... - respirou fundo e perguntou. - Porque desapareceu sem avisar?

— Oikawa, eu não quero ter essa conversa agora...

— Então quando vamos ter essa conversa? Nunca? - meus olhos já estavam em lágrimas novamente.

— Eu queria recomeçar...

— Recomeçar? Você acha isso justo?

— Você não sabe o que é justo! — disse eu levantando o meu tom de voz minimamente.

A conversa deu um fim ali após a moça voltar.

Se passaram longos minutos até que se ouviu o som da porta a bater:

— [Nome], como se sente? - Era o meu treinador com a sua voz calma de sempre.

— Estou melhor, como está a correr o jogo?

— Acabamos a primeira parte, o placar está 30 a 34 para elas. Ainda temos dois períodos pela frente.

— Certo, tenho certeza que conseguimos.

— Acha que ela pode voltar para o campo? - Perguntou ele se virando para a enfermeira.

— É melhor não, [Nome] terá que ficar fora neste jogo, ela está tendo dificuldades ao andar, nada que não passe com descanso.

— Não, eu consigo jogar, já estou melhor!

— Melhor ouvirmos a enfermeira. - Disse o treinador.

— Mas...

— Conto com você próximo jogo.

Ao dizer isso, Takashi, saiu do local fazendo meus olhos se encheram de lágrimas pela terceira fez do dia.

— Ao contrário de [Nome] você já pode sair, Oikawa. - Disse a enfermeira.

— Obrigado.

Oikawa saiu sem me dirigir uma única palavra, eu estava de rastos, só queria sumir.

...

Acabamos perdendo por 12 pontos de diferença. Não tínhamos o campeonato perdido mas eu não conseguia parar de me culpar.

Neste momento estávamos todos esperando o ônibus quando o treinador nos chama:

— Agora que a [Nome] está aqui podemos falar sobre o jogo de hoje. - Todas olhávamos atentamente para ele. - Nos faltou muitas coisas, técnicas que fazemos em treino e não as demonstramos aqui... Não quero que pensem que a nossa época acabou aqui. Não vai ser uma derrota que vai acabar com a gente. Ainda temos quatro jogos para ganhar e nos garantimos na Final Four.

Ele sempre sabia o que dizer para nos motivar. No final logo o ônibus nos levou de volta para o colégio.

Já era tarde então me despedi das meninas e fui embora. Era sexta-feira, não tínhamos treinos ao fim-de-semana ou seja poderíamos descansar e pensar individualmente no que melhorar.

Fui o caminho todo me culpando como sempre, tudo deu errado hoje... E ele, porque ele tinha que aparecer justo agora, nem nos despedimos.

Esses pensamentos me distraíram o caminho todo, rapidamente já estava à porta de casa. Como sempre a minha mãe não estava em casa, por conta do trabalho ela nunca foi pressente.

Fui direta ao banheiro para tomar um longo duche, a única coisa que me iria conseguir acalmar.

Eu não poderia ficar nesta tristeza, eu não sou assim. Após acabar de me cuidar peguei no meu celular, não tinha nenhuma notificação importante, apenas amigos perguntando como tinha corrido o jogo e uma chamada não atendida.

— Hey! como correu hoje?

— Uma merda, posso ficar aí o fim-de-semana, depois te explico tudo.

...