Milênio?

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Victoria: Mas as memórias permanecem...
Tanto as ruins como as boas, anos já se passaram e eu procuro manter suas memórias frescas em minha mente, é tudo que me sobrou... as lembranças de seus sorrisos em minha mente, quando sinto a falta de cada um deles é nelas que penso.

Minha mente parecia estar travada de algum modo, ou eu realmente não sabia como agir ou o que dizer naquele exato momento

-Você é extremamente forte Victoria! - era a única coisa que conseguia dizer, pois em minha mente era o que se repetia

Victoria: Com o tempo se aprende, vai doer muito antes de curar, o processo é lento, mas em algum momento precisamos aceitar que nem tudo ocorre como queremos...

Os problemas pareciam tão menores do que realmente eram ao escuta-lá, minha vida foi revirada, mas eu estava viva! Elijah havia dito que minha família estava bem! Eu poderia encontrar uma solução para toda aquela bagunça! Eu não poderia deixar que os problemas me engolissem juntamente com a tristeza que o acompanhava

E por mais que me entristecesse cogitar esse pensamento, infelizmente Victoria era a prova com suas próprias palavras, que em algum momento eu preciso me reerguer e tentar...

-Talvez o destino tenha te colocado em minha vida para me mostrar que eu ainda tenho muito coisa para aprender, e que nem tudo é do meu modo, mesmo que de uma forma extremamente imprevisível...

Victoria: Então que tiremos aprendizado uma com a outra desta nova amizade! - ela diz estendendo sua mão para um toque, que prontamente retribuo

Após minutos de conversa lembro-me que deveria levar a notícia a Elijah, sobre a permanência de Victoria, Theo e Noah, para que pudesse esfregar tal novidade na cara de Niklaus, e desbancar seu tão irritante sorriso

E ao lembrar do mesmo, decido contar o ocorrido na floresta para Victoria

-Quase me esqueci de te contar algo que aconteceu minutos depois de vocês subirem para o quarto, depois da floresta! - Digo um tanto eufórica

Victoria: O que? - Ela exclama

-Na entrada da casa, Niklaus com suas provocações disse estar impressionado, pelo sucesso de minha segunda transformação e que talvez não fosse um caso perdido- Digo esperando que a mesma entendesse o ocorrido

Victoria: Como ele sabe? Espera! Ele nos seguiu? - ela responde incrédula

-Sim, Ele diz não estar me vigiando, mas é o que parece agindo desta maneira!

Victoria: Meghan, que espécie de pervertido ele é? Você estava sem roupas!

-Ele diz ter chegado após a transformação, que não era nenhum pervertido, e logo após iniciou sua sessão de tortura em palavras que parece o divertir.

Victoria: E você acredita? - Ela pergunta receosa

-Não sei, ele pareci o tipo insensível e cruel, não o estilo velho e pervertido, bom, é o que espero! Não quero ter mais uma preocupação de estar sobre o mesmo teto de um vampiro milenar pervertido...

Victoria: Você disse milenar? Tipo milênio? Mil anos? -Ela indaga incrédula

-Sim, eu também não consigo assimilar essa informação, parece loucura!

Victoria: É muito tempo! Esse homem deve saber de tantas coisas, passou por tantas épocas! Eu tenho tantas perguntas!

-As quais ele não vai responder nenhuma...

Victoria: E porque não responderia? Ele é uma enciclopédia viva! Para que tanto conhecimento se não para dividir?

-Você realmente está falando do mesmo homem que eu? O mesmo homem que esfrega em minha cara meus erros em forma de "aprendizado" por pura diversão! É mais fácil perguntar a Elijah ou Rebekah, pois existe mais chances de lhe responderem por educação...

Victoria: Eles também já viveram um milênio? Os três? Eu não posso acreditar nisso! - A garota indagava com misto de felicidade e espanto por suas novas descobertas

A possibilidade de tantas histórias vividas por cada um deles, eram diversas, e claramente também gostaria de ouvi-las, uma por uma, mas jamais teria coragem de me intrometer desta maneira, afinal eu havia me fechado para a aproximação de cada um deles, mesmo que um deles não entendesse o recado e permanecesse a me provocar

Afinal como eu deveria agir? Não havia manual para isso! Foram muitos sentimentos para assimilar, solidão, raiva, tristeza, de que outra forma eu deveria agir se não me fechando para os causadores de tal bagunça em minha vida?

Estava imersa em meus pensamentos, com tantas perguntas a serem feitas sobre este novo mundo descoberto em tão pouco tempo, a raiva parecia estar dando lugar a curiosidade e eu realmente não entendia os motivos

Talvez no fundo estava aprendendo a lidar com a situação atual, não buscando saída, mas sim, em busca de uma nova maneira de se viver e entender no que eu havia me tornado...

Destino imprevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora