Destino imprevisível

Respire fundo

Meghan

A madrugada passava lentamente, ainda permanecia encolhida ao chão olhando a vasta escuridão que havia através da janela, o céu se encontrava completamente negro sem qualquer nuvem a vista, a lua distante como um pequeno ponto de luz em meio a vasta escuridão

Ironicamente assim como eu me deparava perdida em meio a escuridão que meus pensamentos me traziam continuamente

Tentativas de compreender minha situação atual me fazia sentir sem qualquer sanidade mental ou fantasiando uma realidade que não existia, a linha entre a realidade e ficção havia desaparecido depois de presenciar fatos anteriores

Havia explicação lógica para a dor intensa que senti na floresta? ou olhos brilhantes e presas como a de um animal selvagem ?

Quanto mais imaginava e criava teorias em minha cabeça, mais perguntas do que respostas surgiam e nada parecia ter sentido

Em um tentativa de evitar pensar ainda mais no problema em que me encontrava, lembro me de minha família e a saudade me invade com total intensidade me fazendo pensar

Como estavam após o acidente? sentiam minha falta? será que estavam a minha procura ?

Parecia estar envolvida em uma bola de neve de problemas com diversas perguntas e nenhuma resposta

O nascer do sol já surgia iluminando o céu, havia passado a noite em claro com ainda mais perguntas do que no dia anterior 

As demais pessoas ou seja lá o que eles são, já haviam despertado pois já ouvia barulho de passos nos corredores, me levanto do chão que passei toda a madrugada ainda olhando pela janela a espaçosa entrada e as diversas árvores que cercavam a propriedade

Os sons que vinham de fora do quarto pareciam se intensificar, ouvia as batidas de seus corações, suas respirações, cada passos seus, exatamente tudo ao mesmo tempo se tornando cada vez mais alto

Caminho em direção a janela a abrindo com a respiração pesada em uma tentativa que os barulhos cessasse

- Parem de barulho! Fiquem quietos, estão me enlouquecendo, parem! Por favor, parem! - Digo aos berros

Levo minhas mãos em direção aos meus ouvidos, pressionando-as, em uma tentativa de amenizar os sons, sem muito resultado

Um forte zumbido invade minha cabeça piorando minha situação, ouço baterem a porta e sem minha resposta entrarem no quarto, era Victória, acompanhado dos dois garotos que estavam juntos na noite passada

Imediatamente noto Elijah chegar com rapidez a porta do quarto em seguida seus irmãos me observando com expressões de não compreendia o que se passava

Victoria se aproxima articulando algo que mais parecia gritos estridentes

Victoria: Meghan, o que houve?

- Por favor pare de gritar! os barulhos... estão muito alto! Esta me enlouquecendo! 

Ouço a voz de um dos amigos de Victória que noite passada havia se intrometido na conversa, dizer algo

Garoto: A audição dela Victória! ela não esta sabendo controlar !

Victoria o ouve concordando com a cabeça se direcionado novamente a mim

Victória: Fica calma! olha pra mim e respira fundo - Victoria diz articulando com as mãos

Apenas desejava que aquilo parasse imediatamente, então direciono minha atenção a ela

Victória: Voce precisa controlar sua audição Meghan !

- Eu não consigo! é alto demais!

Então Elijah caminha em minha direção se aproximando e parando em minha frente

Elijah: Ouça minha voz, se concentre apenas em mim!

- Não dá! Eu não consigo! É alto demais!

Elijah direciona suas mãos as minhas, que estavam pressionando meus ouvidos

Elijah: Consegue! eu sei que consegue! Apenas me ouça, somente a mim, respire fundo!

Respiro fundo varias vezes o encarando

Elijah: Isso! foque sua atenção em mim! na minha voz!

Faço de imediato o que ele dizia direcionando minha atenção apenas a ele, e os sons começam a diminuir em instantes  

Lentamente retiro minhas mãos de meus ouvidos me certificando que realmente haviam parado e para minha sorte, pararam!

- Parou, o barulho parou!  - Digo suspirando

Elijah: Eu disse que conseguiria!