Honra

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O Magus Killer se considerava um homem prático.

De fato, embora Kiritsugu Emiya reconhecesse e desdenhasse a feitiçaria, ele aceitava os fatos. O mundo em que a humanidade viveu era impossível; façanhas que muitos recusariam eram facilmente realizadas por magia. Na verdade, a própria arte da taumaturgia era milagrosa. Mesmo assim, tinha limites. Você não poderia salvar a todos, mesmo com o incrível poder proporcionado pela magia. Para salvar alguém, você tinha que abandonar outra pessoa. Essa era a verdade feia que infestava essa verdade. Não havia maneira de contornar isso. Ao sacrificar um, você pode salvar milhares. As necessidades da minoria nunca superaram as da maioria. Por outro lado, a maioria sempre anularia a minoria sem falhar. Qualquer um que pensasse o contrário, que desviasse descuidadamente os olhos da verdade - eles eram tolos.

Todo o seu passado era um testemunho nítido dessa dolorosa realidade.

Ele matou por causa da paz.

Ele acabou gostando da paz.

Sempre, pela paz.

Ele sacrificou tudo em busca desse sonho. O pai dele. Sua infância. A mulher que o criou. O que ele pouco não tinha foi logo perdido de qualquer maneira. E ele sacrificaria muitos mais ainda. Sua esposa se tornaria o Graal. Maiya provavelmente morreria nas batalhas que viriam. Ele iria perder as duas, a menos que ele. Ele não ousa. Se demorasse mais do que o necessário, perderia a coragem. A tentação de cortar os laços com os Einzberns, de retirá-los - e Illya! - era avassaladora. Quase demais para ele suportar. Mesmo agora, seus pensamentos ameaçavam traí-lo, caso pensasse no assunto por muito tempo. Sim, não havia deus neste mundo distorcido. Não havia heróis. Apenas aqueles que eram tolos. É por isso que o mundo precisava de um milagre para salvá-lo.

Foi por isso que ele estava participando da Guerra do Santo Graal.

Enquanto se encostava em um sofá, em um dos vários apartamentos que ele usava para suas operações em Fuyuki, Emiya Kiritsugu se pôs a pensar sobre os acontecimentos recentes.

Um dos bons foi que ele mesmo havia eliminado o Mestre de Lancer, e por consequência o Servo da Lança não era mais um obstáculo nessa Guerra.

E além disso Saber tinha seu braço recuperado devido a uma magia de Caster.

Pensando na Serva da Magia, Kiritsugu franziu seus olhos, aquela mulher com certeza era a Serva mais perigosa dessa Guerra.

Os eventos do Banquete dos Reis - ou assim foi chamado o encontro entre Saber, Rider, Archer e Caster - provou isso.

Foi possível descobrir muito sobre seus inimigos, e mesmo a contragosto Kiritsugu tinha que admitir que sua Serva não tinha chance contra nenhum deles.

Quando ele convocou o Rei Arthur na classe Saber, a mais forte, o Magus Killer pensou que não havia nenhuma chance dele perder, mas após testemunhar o poder dos outros Servos ele não tinha tanta certeza.

Archer tinha suas dezenas de Fantasmas Nobres que atirava como se fossem balas, Rider tinha um Mármore de Realidade que convocou seu Exército.

E o mesmo com Caster que também tinha tal capacidade, porém diferente de Rider que convocou apenas Heróis, o de Caster convocava seres divinos para o seu lado.

E como se isso não bastasse, a mesma ainda tinha outros vários Fantasmas Nobres que alto nível que eram desconhecidos.

Além claro de seus parâmetros que superaram todos os outros Servos.

Ela era obviamente a Serva mais poderosa e perigosa nessa Guerra.

Se fosse um caso normal, Kiritsugu atacaria o Mestre de Caster, era bem conhecido que se você não pudesse lidar com um Servo, bastava lidar com seu Mestre e acabou.

Fragmentos: ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora