Capital 5

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Erick

Acordo e me dou conta que Mariela está ao meu lado da cama. Soa ranzinza, mas tenho que confessar que detesto dormir acompanhado, quero dizer, acordar acompanhado. Prefiro sempre que a gata vaze logo depois do sexo, mas como desta vez me prontifiquei em deixa-la em casa, tive que abrir uma exceção.

A festa acabou tarde e eu ainda tinha muitas coisas para fazer com ela em minha cama, portanto preferi deixar a despedida para hoje de manhã. Mexo-me de propósito a fim de acordá-la o que após algumas tentativas parece dá certo.

--- Bom dia! --- Fala com uma voz manhosa. Ela é até bonita ao acordar, mas não tenho muita paciência para esses charminhos logo cedo.

---- Bom dia. --- Sorrio pensando numa maneira de dispensa-la educadamente. --- Quer tomar café?

--- Oh, não! Obrigada. --- Fala levando as duas mãos a cabeça. --- Preciso ir. Hoje é aniversário do Lucas e vamos fazer uma pequena comemoração na piscina. Algumas pessoas virão de São Paulo e prometi ajudar minha amiga com os preparativos.

--- De São Paulo? --- Arqueio a sobrancelha. --- Não é um pouco longe?

--- Não para quem pode mandar o jatinho particular trazer os convidados. --- Se apressa em explicar. --- Só viemos de carro porque eles pretendem deixa-lo por aqui. Assim que voltarem para Sampa, irão comprar um Maserati.

--- Ah! --- Coço a nuca ao imaginar com que tipo de gente Mariela deve se relacionar. --- Então vamos tomar banho que depois eu te deixo em casa. Pode ser?

--- Sim, claro! --- Concorda jogando seu corpo sobre o meu. Adoro mulheres safadas logo cedo da manhã. Elas abrem meu apetite.

Depois de mais uma sessão de sexo alucinante, acompanho Mariela até a casa onde ela está hospedada, e que por coincidência, parece ser a mesma que aquele granfino disse ter comprado. O acesso ficou bem mais fácil depois que a prefeitura construiu uma ponte ligando a ilha até a cidade. Paro a moto na frente da belíssima propriedade e fico admirando por alguns segundos sua imponência até que Mari me desperta dos meus pensamentos.

--- Você quer entrar um pouco? Quero te apresentar a um casal de amigos. Os donos da casa. --- Pergunta ajeitando o cabelo que ficou um pouco desgrenhado por conta do uso do capacete.

--- Na verdade preciso resolver algumas coisas e...

--- Ei, bom dia! --- Olho para o lado e vejo o granfino na entrada da mansão, segurando uma taça de champanhe. É mesmo Lucas o nome dele.

--- Bom dia. --- Aceno de volta.

--- Vocês se conhecem? --- Mariela pergunta, confusa.

--- Sim, quero dizer, mais ou menos. Ele ficou hospedado em minha pousada na semana passada.

--- E então, pelo jeito a festa foi boa! --- Lucas se aproxima, animado.

--- Sim, posso dizer que você perdeu uma noite e tanto. --- Respondo estendendo-lhe a mão para um aperto.

--- Bom, acho que meu amigo Marcelo não achou o mesmo. --- Comprime os lábios, olhando para Mariela, que revira os olhos entendendo o recado. --- E aí, quer entrar e conhecer a casa?

--- Bom, é que eu preciso resolver algumas coisas e...

--- Ah, vamos. --- Insiste batendo em meu ombro. --- Hoje é meu aniversário, vai ser divertido.

--- E além do mais, acho que não têm tantas coisas importantes para ser resolvidas aos domingos. --- Mariela completa me lançando um olhar desconfiado.

Feridas abertas de um coração partido (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora