Arquivo 47

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- Com essa já são vinte mortes todos marcados com o número cinco entrelaçado com quatro linhas... Não sei porque ainda digo essas informações do trabalho para vocês, isso não é muito bom para jovens ouvirem. - Disse o pai de família para seus filhos enquanto vestia sua roupa de policial se aprontando para sair.

- Mas não acha muito melhor sabermos de tudo para nos precaver pai? - A garota parecia pensativa enquanto botava seu almoço, sua mãe como sempre havia saído cedo para fazer compras e seu irmão parecia entediado com o assunto de assassinos em série. - Sinceramente, não entendo porque resolveu aparecer um assassino logo agora que a epidemia já matou tanta gente.

O policial havia parado o que estava fazendo... A cada dia que passava ele temia mais pela segurança dos filhos, o mundo estava perigoso ele próprio quase havia morrido no dia anterior.

Por mais que o medo se instabilizasse em seu corpo ele sabia que precisava lutar contra isso, juntar forças. Mas como? Ver seus filhos e esposa com memórias distorcidas era doloroso demais, ver que estavam sendo monitorados em sua própria casa era apavorador mas ninguém parecia perceber...

- Pai! Estava pensando... Vai iniciar as aulas logo logo, pensei que essa escola nova que abriu seria interessante. - Dizia E enquanto sorria tentando convencer o pai. - Sei que vai sentir minha falta, mas nunca estudei em um colégio interno...

- Posso pensar...

Vendo a conversa dos dois H resolveu se pronunciar, ele achava esquisito demais um colégio interno, mais precisamente um tanto desnecessário, ele sabia que a irmã estaria segura lá por uma porção de fatores mas ao mesmo tempo ele queria poder estar ao lado dela para protegê-la, de que? Ele não sabia! porém nas últimas semanas parecia que estava se sentindo observado... monitorado... Como se cada ar que respirasse estivesse sendo vigiado por alguém.

- Desnecessário E! Sinceramente sei que morre de medo do vírus, mas é só tomar a vacina e seguir os meios preventivos. Que pelo visto até agora não fomos, daqui a pouco bate os "branquinhos" na nossa porta com incinerador. - Disse H gargalhando ao imaginar a situação hilária que seria os médicos anti-virais invadindo a casa deles do nada com uma espécie de extintor.

- Ai que horror! Nem brinque com isso porque pode atrair. - Disse a menina ao ligar a televisão.

No jornal agora falava sobre um atentado de adolescentes na rua principal que dava acesso ao centro industrial, em seguida falava sobre como a prefeitura estava fazendo um ótimo trabalho contendo o vírus e a população revoltada por estar contaminada. E sabia que realmente a prefeitura estava lidando com o assunto de uma forma madura e responsável, coisa que não acontecia há tempos. há uma semana seus vizinhos haviam sido levados para a fortaleza por causa da contaminação, era incrível como eles estavam conseguindo melhorar com o tempo, as vezes ela achava esquisito a demora para eles voltarem ou até mesmo esquisito como as pessoas estavam aceitando bem tudo isso, mas era só coisa da sua cabeça... suposições.

Logo seu pai se despediu deles e foi ao trabalho, mais um dia estaria só, o que era de certa forma nostálgico... Ela as vezes olhava a sala e via flashs de várias pessoas sentadas ali, o que era engraçado já que ninguém ia ali.

- O que foi? - Perguntou H vendo sua irmã apreensiva ainda olhando para a porta que seu pai havia passado.

E continuou olhando para a porta enquanto arrumava seu rabo de cavalo tentando disfarçar a situação, o dia estava nublado e a casa parecia fria e calma demais.

TRIMMMMMMMMM

E se assustou com o súbito toque do telefone, e ao olhar para o irmão deu um leve sorriso e disse que estava tudo bem, então seu irmão relaxou indo se sentar no sofá enquanto E ia até o telefone.

6° DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora