Arquivo 51

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- O que foi? - Perguntou E para seu irmão ao desligar o computador.

- Não acredito que se inscreveu nessa prisão!

- Não é uma prisão, é uma escola, deveria estar feliz isso é para o meu bem para o meu futuro.

- Quer saber uma coisa? deveria sim! Mas não estou...

O garoto saiu do quarto se sentindo mal, não conseguiria sentir sua irmã segura longe dele e depois do dia aterrorizador que tiveram ontem ele não achava mais nem sua própria casa segura. Ele odiava aquelas câmeras idiotas que na hora em que eles mais precisaram não fizeram nada por eles. 

- H... 

- O que?

- Sabe quando você tem uma lembrança que você não sabe se realmente foi real ou um simples sonho?

- Acho que sim, por que?

- Foi sobre a praça...

- Vamos sair daqui! Não me sinto mais bem aqui...

E abaixou os olhos, ela entendia seu irmão, agora mesmo eles poderiam estar sendo monitorados pelo psicopata que havia brincado com eles no dia anterior, ela estava até agora com medo e sabia porque seu irmão estava tão triste, ela estava sendo egoísta querendo se ver livre e protegida enquanto ele ficaria só do lado de fora.

Mas por algum motivo aquela voz no telefone não queria matar eles, por algum motivo eles eram importantes em alguma parte do plano que havia sido montado. Logo os irmãos tinham saído de casa e começaram a caminhar até o centro da cidade.

- Estávamos naquela praça quando aconteceu tudo? - Perguntou E de impulso, poderia ser só alucinação sua e ela até preferia assim, mas se houvesse algo ali que não fizesse sentido ela precisava saber.

- Quando aconteceu o que? - H começou a rir. - Se estivéssemos na praça teríamos morrido infectados como todos os outros.

Então o riso de H foi cortado ao ver três viaturas policiais e duas ambulâncias fechando a rua, vários paramédicos vestidos de branco entravam correndo para dentro de uma casa e retiravam uma mulher e dois adolescentes, estava acontecendo uma incineração ali. A rua estava deserta, H puxou E para que eles dessem a volta mas a garota não conseguiu desprender sua visão daquela cena, os policiais saíram do carro se aproximaram das pessoas cochicharam algo entre si e logo depois...

...Atiraram nas pessoas deixando-as cair no chão.

- Mas o que...? - E tentou se perguntar o que estava acontecendo com sua voz fraca e trêmula.

Aquilo estava errado. Eles não deveriam estar ali, agora ela sabia disso, se os vissem haveria queima de arquivo na hora e não tardaria para vê-los, mas ela não tinha forças para correr, H a puxou pelo seu pulso a arrastando para trás de um latão de lixo próximo, E não conseguia tirar os olhos dos policiais que riam do que havia acontecido, um sentimento de revolta e medo começou a atormentá-la, agora ela entendia parte do que aquela voz irônica dizia ao telefone...


"Não acha que tudo anda muito estranho não?"

E chorava de pânico enquanto via aquela cena...



"...Que parece que ele esconde coisas de vocês?"



... Aquele rosto sorridente permanecia aparecendo para ela em câmera lenta... 




"...Mas saiba que se você soubesse o que seu pai realmente faz vários tapetes seriam puxados..." 




... O rosto de seu pai.




















6° DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora