Arquivo 49

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- Me siga E! Vamos acabar com isso agora. - Gritou H enquanto descia as escadas correndo seguido de E. - Pegue a chave e abra a porta, eu surpreendo o marginal!

E correu até a bancada da cozinha e pegou a chave, correndo em direção a porta, a campainha não parava de tocar, E esbarrava em várias coisas no escuro. H permanecia parado suando frio com a pistola apontada para a porta de entrada. A movimentação deles parou ao ouvir a voz da pessoa que estava do outro lado da porta.

- Crianças! Abram a porta, esqueci a chave... - Era a voz da mãe deles, se eles continuassem agindo por impulso eles teriam matado a própria mãe, só a ideia era perturbadora para a garota pensar.

Logo a luz voltou, H escondeu a pistola e E foi abrir a porta. A mãe entrou cheia de sacolas, e H saiu para pegar mais compras que estavam no táxi do lado de fora.

- Nossa, Vocês demoram muito com as coisas, ainda bem que voltou a luz né? Cheguei e vi esse breu, quase voltei para a rua. 

A mãe dizia várias coisas enquanto entrava com as sacolas junto de H, mas os pensamentos de E não a deixavam agir normalmente... Eles quase haviam matado a própria mãe. Quase haviam morrido mais cedo, E estava desolada com o fato do pai estar fazendo algo errado e ninguém ali saber.

- O que houve E? - Disse a mãe olhando para ela preocupada. - Parece que viu um fantasma pálida desse jeito!

- Nada! Só estou cansada... Tenho que separar algumas coisas para a minha matrícula nessa escola nova que abriu. - Disse a garota forçando um pequeno sorriso enquanto se afastava.

- Meu Deus! O que vocês estavam fazendo enquanto estive fora? - Disse a mãe desesperada ao ver seu vaso quebrado no chão.

- Mãe desculpe, eu acabei esbarrando nele no escuro... - Disse o irmão mais velho preocupado, aquele vaso era importante para a sua mãe.

Os dois trocaram olhares enquanto sua mãe aborrecida começava a chamar a atenção deles, e o pai passava sorridente adentrando a casa, ele havia acabado de voltar do trabalho, na verdade hoje nem era seu dia de trabalho mas por algum motivo ele teve de ir. H subiu as escadas com a pistola escondida dentro da calça com a intenção de devolvê-la ao seu lugar de origem antes que o pai pudesse ver qualquer coisa estranha... E tinha medo de seu irmão revelar o que tinha acontecido na casa mais cedo, eles não poderiam pôr a vida de todos em risco. 

- Como foi o dia de trabalho pai? - Perguntou E séria analisando o rosto dele.

- Ah foi um tanto cansativo, não pegaram o assassino louco até agora, Foi achada mais uma vítima agora pouco... um policial. Com a mesma marca do número 5 com quatro cordas paralelas estendidas. - Disse ele tirando parte do uniforme e seguindo direto para a cozinha.

- Você não trabalhava hoje, não é?

O pai parou ao pegar a garrafa de água e olhou para ela confuso, aquela garota que parecia tão jovem e frágil estava tão determinada e de certa forma assustadora, séria intimidando ele a contar a verdade... Mas qual verdade? O que será que ela sabia afinal? Ele ignorou a garota e encheu um copo de água enquanto pensava no que responder. Sua mulher permanecia na sala resmungando sobre a perda do vaso querido e E não saía do lugar de onde estava. Olhando para a sala ele viu um pequeno trinco no vidro, ele não precisava nem chegar perto para saber o que era... Aquele pequeno buraco com certeza havia sido feito por uma bala.

- O que houve na janela? - Ele perguntou no exato momento em que seu filho desceu as escadas. - Aquilo foi um tiro não foi?

E gelou... Ela não podia dizer a verdade, mas o pai havia descoberto mais rápido do que ela havia imaginado...

6° DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora