Arquivo 45

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"F vou te contar algo me amedronta um pouco..."

"Pensei que nada te amedrontasse irmão, aliás você é um soldado!"

" Talvez essa viagem seja complicada, estou sentindo como se os meus superiores cochichassem algo quando passo..."

" Do que você está falando?"

" O exército é cheio de sujeira F, eles não estão dispostos a ajudar a nação do país... Estão dispostos a salvar somente aqueles que estão no topo..."

" Boa teoria da conspiração, você está aflito porque irá viajar de novo só isso. "

" F... Já sentiu como se você estivesse gritando e ninguém te escuta? O que alguém assim poderia fazer para que todos o entendessem? Como se... Esquece."

" Não sei o que posso fazer..."

" Apenas lembre-se de mim, que eu me lembrarei de você..."

F nem havia reparado mas tinha acabado de cochilar no trabalho, parecia que fazia anos que ele não sonhava. Fazia tanto tempo que ele no momento nem se recordara mas agora ele lembrava da conversa que havia tido com seu irmão antes que ele viajasse novamente com o exército...

A última conversa que havia tido com seu irmão, agora F se sentia tão culpado de não ter tentado entender o que seu irmão estava tentando te alertar. Apesar do sonho ter sido claro ainda havia partes embaçadas de sua vida, da janela de seu trabalho agora ele via várias pessoas lá embaixo andando de um lado para o outro debaixo da chuva e de lá debaixo uma pessoa de sobretudo e chapéu permanecia parada fitando o alto, parecia estar olhando... diretamente para F. Por uma razão desconhecida F gelou de pânico, ao olhar para o outro lado viu que todos seus colegas de trabalho estavam amontoados na frente da televisão, seguindo a maioria ele se libertou daquela visão amedrontadora e seguiu para perto da televisão.

" Mais 50 pessoas morreram nessa semana com a epidemia que está desolando o país, os postos de saúde já estão distribuindo injeções para retardar o vírus que tem atacado a todos."

F via a repórter totalmente assustada dizendo sobre o método de precaução que o país estava tomando, fazia apenas umas semanas que aquele vírus havia aparecido mas F sabia sobre seu impacto, o primeiro surto da epidemia havia ocorrido na praça da cidade matando todos presentes, que agora havia sido interditada e ninguém mais entrava lá, F voltou ao seu trabalho deixando os outros para trás conversando sobre a doença.

O governo estava começando a adotar medidas de precaução um tanto exageradas mas todos entendiam que para aquilo que estava acontecendo era realmente necessário. A cidade estava fechada, ninguém poderia entrar ou sair no período de exoneração, algumas casas suspeitas eram invadidas e famílias eram levadas para a fortaleza onde eram tratadas até que pudessem sair de lá. Mas nesse período vários comunistas estavam se reunindo em segredo, pessoas com manias de perseguição dizendo que estavam entrando novamente na ditadura. Mas F entendia completamente que aquilo era necessário, o mais incrível era ver como em uma semana tudo poderia mudar da água para o vinho.

Agora todos pareciam preocupados conversando sobre como deveriam entregar as pessoas portadoras do vírus para que eles não fossem contaminados. Havia acabado de dar 18 horas, F começou a guardar suas coisas e se despedir de todo mundo, Tudo parecia normal como sempre até as luzes apagarem. F permaneceu no mesmo lugar, o que havia acontecido? Ao olhar para a janela ele viu um helicóptero, então soou a voz de um policial pelo megafone na sala dizendo

6° DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora