Cat - Falando
Flashback On
- Corre Cat!! Ele vai te pegar!! – Senti dois braços me pegarem com força pela cintura enquanto o dono ria descontroladamente.
- Agora você não escapa!
- Socorro Isabel! Ele me pegou!
Corríamos pelo jardim da casa, era pelo menos umas 2h da manhã e o som dentro da casa estava absurdamente alto. Era aniversário de um garoto qualquer que provavelmente esperava ficar conhecido depois daquela festa, e pelo andar da festa ele conseguiria ficar por uma semana ou duas. Essa era minha vida, duas ou três festas por semana, nem me preocupava em conhecer o dono da festa, quando você é popular em um local convite é o que não falta. E ali estava eu, com meu namorado Justin e minhas duas melhores amigas, bia e Isabel. Não precisava ser nenhum expert para ver o quanto estávamos bêbados, na verdade eu nunca tinha bebido tanto antes. Bia era a única que poderia ser considerada sóbria pelo estado de todos.
- O que vocês acham de esperar o nascer do sol no parque?
- Sério Justin? Esse é o seu cronograma de final de noite, esperar o nascer do sol? – Isabel falou virando a garrafa de rum que tínhamos roubado no bar privado do pai do garoto, e jogando a garrafa em qualquer canto. Ele provavelmente se meteria em problemas por aquilo.
- Ei, não fala assim com meu namorado hippie. – Todos nós rimos alto, até mesmo Justin. – Eu topo! – Falei levantando a mão e logo depois recebendo um beijo no pescoço.
- Claro, vamos até o parque andando só pra ver o sol nascer. – Bia falou sarcástica.
- Eu vim de carro!
- Problema resolvido! – Justin me puxou indo em direção ao meu carro estacionado pelo jardim junto com outros mais.
- Sério mesmo que cat vai dirigir o precioso Camaro dela nesse estado?!
- Bia, primeiro: eu vim no carro do meu pai, o meu carro esta em revisão, segundo: meu estado está perfeitamente bem. – Falei logo depois tropeçando no pé de Justin.
- Isso porque seu estado está perfeito... – Eu a ignorei seguindo para o carro com Justin e Isabel. – Katherine, sério, você está bêbada, não está em condições nem de andar, quanto mais de dirigir!
- Se você não quer carona, vá andando. Espero que as aulas de Educação Física sirvam para alguma coisa agora.
Entrei no carro sendo seguida por Isabel, que sentou atrás e Justin que sentou do meu lado. Ouvi um último grito de Bia e arranquei com o carro batendo em alguns que estavam do lado. Foi o caminho todo meu pé no acelerador tentando seguir reto na pista, enquanto ríamos de qualquer besteira. O carro seguia por uma sua atrás da minha casa, rodeando o lago que havia nos fundos. Peguei a latinha de cerveja que estava na mão de Justin e levei meu corpo para fora do carro, sentando na janela e tentando guiar o volante com o pé.
- Você está louca Cat! – Isabel falou rindo balançando meu corpo fingindo que me jogaria para fora do carro. Sem querer desliguei o farol do carro com o outro pé que se balançava loucamente pelo espaço vazio na frente do volante.
- Liga para mim Juzz! – Ele riu do apelido e ligou o farol tomando um susto.
- Cat! CUIDADO!! – Olhei para frente e vi dois ou três gambás que seguiam em direção ao lago, era normal algum pequeno animal aparecer por lá atrás de água. Justin virou o volante jogando o carro para o lado, meu corpo que estava na janela foi arremessado totalmente para fora do carro fazendo minha cabeça bater com força no chão. Vi o carro descer a pequena rampa de terra e cair direto no rio, ainda dava para ouvir o grito de Isabel desesperada. Tentei gritar na esperança que alguém estivesse passando pelo local no momento, mas a pancada que meu corpo e minha cabeça sofreram não me fizeram ficar acordada por muito tempo.
Flashback offTchau – Cat
Acordei com o cheiro de plástico ou algo do tipo sendo queimado. Sentei-me reparando que estava deitada no meio da grama no meio do nada, não conhecia o local. Olhei para frente e o vi queimar algo num barril de metal, um pouco distante dele havia dois carros, O Mustang que ele dirigiu hoje de manhã estava parado num pedaço da rodovia que passava pelo local, e outro mais simples que eu nunca tinha visto antes estava a alguns metros do barril. Lembrei o que eu tinha visto e um som estranho saiu da minha boca fazendo Andrew olhar para trás.
- A bela adormecida finalmente acordou... – Ele vinha na minha direção e meus braços foram puxando meu corpo para trás. – A Miss Strip-tease está com medo?
- M... Me descul-pa, por favor... – Minha voz falhava por causa do choro que começava a prender na minha garganta, lagrimas não paravam de cair do meu rosto lembrando como aquela garota tinha acabado e com medo da mesma coisa acontecesse comigo. – Eu p-prometo, foi a primeira e úl-tima v... vez! – Ele me levantou e segurou meu pescoço com uma mão me guiando até eu me encostar em um dos carros, o Mustang.
- Ah! Agora você se preocupa em se desculpar? – A mão dele seguiu do meu pescoço para a minha mandíbula e senti a força que ele aplicava apertando. – Agora você quer parar para pensar se foi algo bom em se fazer ou não? Então é desse jeito que você tratava seu antigo vizinho, rebolando seminua? – Ele virou meu rosto dando um pequeno beijo perto da minha orelha. - Não entendo porque ele se mudou, porque você tem muita vocação...
- Não me machuca, por favor... - Lágrimas grossas não paravam de rolar pelo meu rosto. – Não me mata. – A última frase lutou para sair da minha boca, foi um sussurro, achei por um momento que ele não teria ouvido.
- Hey amor, eu não vou te matar, eu prometo... – Ele falou olhando firme nos meus olhos. Logo depois voltou a beijar minha orelha mordendo, e sussurrou. – Agora não prometo nada quando a primeira opção.
Andrew me puxou pelo braço até o lado do carona do carro. Abriu a porta e praticamente me jogou no banco prendendo o cinto logo depois.
- É o seguinte, eu preciso terminar aqui então estou te dando três opções. Primeira: Fica dentro do carro quieta como uma boa vadia e nada de ruim te acontece. Bem, a segunda você faz escândalo, se desespera e eu te jogo no porta-malas do outro carro, a terceira você tenta fugir daqui, e eu te garanto que os finais dessas duas últimas opções serão sua família e seus amigos te visitando no cemitério. Então Srta. Star, qual opção mais te agradou?
- A... a pri-primeira...
- Foi o que imaginei... Garota esperta você.
Ele bateu a porta do carro sem se importar se tinha braços ou pernas do lado de fora, por sorte não tinha. Segui todos os movimentos dele tremendo no banco do carro. Ele prometeu que não me mataria, mas ele me machucaria, e isso eu tinha certeza que ele faria.
Andrew abriu o porta-malas do carro tirando um galão que parecia ser gasolina, depois seguiu para onde estava o outro carro. Eu reparei na roupa dele, que não era mais o casaco preto de capuz, agora ele usava uma camisa básica de manga curta também preta, o que dava para ver as tatuagens que ele tinha em cada braço. Ele parou na frente do carro, parecia que checava alguma coisa no celular, fez isso por alguns segundos e logo guardou no bolso de novo e voltou ao que fazia. Ele começou a jogar a gasolina pelo carro e logo depois deixando o galão no capô, se afastou pegando algo no bolso que logo soube o que era quando ele acendeu o fósforo jogando no carro que começou a pegar fogo. Ele veio correndo de volta para o carro e sentou do lado do motorista.
- Boa garota, que bom que continuou no carro. – Ele ligou o carro e manobrou seguindo pela rodovia extremamente vazia e escura, só dava para ver o que o farol conseguia iluminar. Segundos depois eu me assustei com o som de uma explosão vindo do local que estávamos. – Sabe Cat , tenho planos para você... – O olhei assustado que riu quando percebeu minha reação. – Calma, já disse que não vou te matar.
- Me jogar no meio do nada sem um braço ainda viva você não estaria me matando, mas eu morreria por consequência... – Falei baixo preocupada.
- Cat, na sua posição não é sábio me dar idéias.
- Desculpa.
Ficamos alguns minutos calados, e aquele silêncio piorava ainda mais o meu nervosismo, eu não aguentava mais aquilo.
- Você a matou por minha causa?
- Você sabe que sim, não se faça de idiota, por favor.
- Por quê? Ela não merecia isso.
- Era ela ou você.
- E porque não me escolheu já que a culpa é minha? – Ele olhou para mim por um estante e depois voltou a atenção para a estrada, sem responder a pergunta. – A outra garota no meio da semana também foi você? E também foi por minha causa?
- Sim.
- Por quê?
- Por que sim! Você quer calar aboca por um instante?!
- Desculpa...
- PARE DE PEDIR DESCULPAS! QUE DROGA! – Algumas lágrimas ainda presas rolaram pelo susto do grito dele. – Olha, você fez coisas que não devia, viu coisas que não devia, mas eu já disse que não irei te matar. – Ele passou uma das mãos pelo meu joelho e parte da coxa que a fantasia não cobria. – Eu te prometi que não iria te matar. Já disse que tenho outros planos para você.
- Q-que planos?
- Você saberá.
Ele voltou a atenção a estrada cantarolando alguma música que no momento eu não estava preocupada em saber qual era. Eu olhava a paisagem passando pela janela achando que finalmente meu corpo começava a se acalmar. Ouvi uma risada e olhei pra direção de Andrew. Ele passou a língua pelos lábios que sorriam abertamente, ele olhou para mim e voltou a olhar para frente ainda sorrindo.
- Só para você ficar sabendo... – Ele passou a língua mais uma vez no lábio inferior, dessa vez mordendo com força em seguida. – Você vai terminar o que começou ontem.
Depois de alguns minutos eu reconheci a rua que estávamos, e o vi parar o carro em frente a minha casa, tirou o cinto de segurança e se virou para mim.
- Olha Cat, eu não quero que isso fique mais difícil do que já aparenta estar, e quando eu falo ficar difícil acredite que a situação fica 3 vezes pior para você. Então eu espero que você colabore comigo e fique de boca fechada. – Eu apenas assenti com a cabeça. – Você vai entrar em casa, sorrir e dizer a seus pais como foi divertida a festa. Entendeu? – Eu continuei de cabeça abaixada ouvindo o que ele falava quando senti a mão dele levantar o meu rosto com força para encarar ele. – Eu te fiz uma pergunta. Você entendeu?
- Entendi.
Ele desprendeu o meu cinto de segurança, mas quando eu me preparava para sair ele me puxou pela cintura forçando seus lábios nos meus. Ele me beijava com força forçando a língua contra a minha boca pedindo passagem. Eu estava com medo do que ele faria, não sabia como reagir. Ele parou o beijo só por alguns segundos olhando com raiva nos meus olhos.
- Se eu fosse você eu corresponderia.
Ele voltou a me beijar no mesmo ritmo, mas desta vez eu respondi ao beijo, meus olhos permaneciam abertos assustados, enquanto a língua dele brincava com a minha. Senti a mão dele descer da minha cintura para a minha coxa e subia o meu vestido logo depois apertando minha bunda na mesma força que senti ele morder meu lábio. Deixei um gemido sair pela minha garganta, mas ele não percebeu que era um gemido de pura dor e continuou descendo o beijo para o meu pescoço. Ele continuou massageando minha coxa enquanto inclinava o seu corpo para cima do meu.
- Andrew, por favor... – Tentei parar ele, mas ele continuava beijando com ainda mais força o meu pescoço, provavelmente deixando marca. – Andrew, para, por favor... Andrew. ANDREW!! – Empurrei o corpo dele de volta para o banco tentando respirar com mais calma. – Me desc...
- Sai do carro. – O obedeci encolhendo meu corpo logo que saí por causa do vento frio. – Se lembre do que eu falei.
O vi manobrar o carro estacionando na frente da garagem e logo depois sair do carro e seguir para casa. Fui andando para minha casa tremendo, entrei em casa agradecendo que meus pais já estavam dormindo, subi para o meu quarto deitando na cama apenas tirando o sapato. Encolhi meu corpo relaxando e comecei a chorar ainda mais por tudo que tinha acontecido, sabendo de uma única coisa: Aquilo não acabaria tão cedo.Tchau – Cat
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Sonhos e Lembranças
RomanceDepois de tudo o que aconteceu comigo, agora eu tenho ele para me assombrar.