Josh

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Senti todo meu corpo doer e minha cabeça ainda girar, meus olhos abriram lentamente, tentei levar minha mão a cabeça, mas não consegui, elas estavam amarradas. Então eu percebi, meu corpo estava preso a um poste de madeira, olhei em volta, eu não conhecia o local, parecia um depósito abandonado, uma pequena lâmpada iluminava o local. Minha roupa estava suja de sangue, que provavelmente era meu, cortes preenchiam todo o meu braço, e eu já imaginava o estado que meu rosto se encontrava pela dor que eu sentia. Uma voz ecoou pelo local e eu tentei virar o rosto pra saber quem era, o que me arrependi logo depois com a pontada de dor no pescoço.
- Uuuhhhh namorado errado... Mas é muito bom saber que você está bem. É uma sensação horrível ter uma faca na barriga. Espero que você nunca passe por isso... – Josh surgiu na minha frente enquanto falava no celular. Havia um enorme sorriso no rosto dele, ele afastou um pouco o celular e sussurrou um "É ela!" sarcasticamente. Ouvi-a perguntar "O que você quer Josh?" do outro lado da linha.

- Você sabe o que eu quero. Você é minha Katherine ! Eu estou disposto a... Esquecer, digamos assim, as coisas ruins que você fez comigo. Ok, eu fui um babaca, mas você revidou um pouco mais forte, não acha?
Cat gritou "Diz logo o que você quer!".
- Por enquanto eu só quero que você se despeça de alguém, afinal uma pessoa não pode ter dois namorados. – Ele encostou o aparelho no meu ouvido para que eu falasse alguma coisa, mas eu não queria dizer, não queria que ela ficasse preocupada ou fizesse alguma loucura por minha causa. E eu sabia que eu conseguiria sair dali e acabar de uma vez por todas com esse babaca. Josh ficou sério não gostando nada com a minha reação e deu um murro bem no meu estomago.
- Urg... Cat. – Queria poder terminar a frase e dizer pra ela não se preocupar, mas nem mesmo ela deixou.
- Andrew!!! NÃO!!!
Josh desligou o celular o jogando em qualquer canto, rindo feito um maníaco. Eu tentei me soltar mais estava muito fraco para conseguir algo. Ele apenas ria.
- O belo adormecido acordou, e com disposição. Pena que a princesa encantada não está aqui para resgatá-lo. Ou será que ela virá... Você sabe bem como aquela cadelinha adora uma adrenalina no corpo. Se bem que ela vai gostar ainda mais quando eu colocar outra coisa dentro dela...
- Você encostar um dedo nela, você estará m...
- Estarei o que, Summer? Morto? – Ele riu e bateu no meu rosto. – Não sou eu que estou amarrado num tronco onde a única pessoa no local não tem nenhuma boa intenção.
Ele caminhou até uma mochila logo ao canto, e eu sabia de quem era aquilo.
- Reconhece? – Josh pegou uma faca e veio em minha direção, consertando o cabelo para trás. – Acho que a faca você reconhece, e muito bem... – Senti a lâmina cortar o meu braço e um grunhido saiu da minha garganta. – Agora você vai sentir o triplo que eu senti. Afinal, eu tenho o dia inteiro pra curtirmos.
Ele passou a lâmina devagar pelo meu ombro, como se tivesse todo o tempo do mundo pra fazer isso. A dor era agonizante, eu sentia o sangue descer por todo o meu tórax.
- Você não tem noção... Do... Do que eu irei fazer com você... Quando eu sair daqui. – Falei com dificuldade.
- Ah me diga o que você fará. Eu quero muito saber. – Ele deu três murros fortes na minha barriga, minha garganta não foi nem capaz de produzir algum som por conta te tanta dor. Eu lutava pra continuar acordado, mas meus olhos começavam a ficar pesados.
- Não, não, não Andrew, você não vai dormir agora. – Ele falou dando tapas no meu rosto para eu acordar. – Bom, temos bastante tempo hoje, então vamos conversar um pouco, não? – Josh puxou uma cadeira que estava por perto e colocou a minha frente, sentando. – Sabe Andrew, estamos nesse momento, digamos "tenso", mas eu realmente te admiro sabia? Você chegou a cidade como quem não queria nada... Eu realmente nem sabia da sua existência até conhecer Cat. Daí depois do que você fez comigo, o que não foi nada legal, levou alguns dias até eu perceber que você é o "louco da faca", como os policiais costumam te chamar. Todas aquelas garotas... Sabe, tá um pouco difícil achar uma boa vadiazinha nessa cidade, e você dificultou ainda mais as coisas. – Ele se levantou e puxou meu cabelo para trás, para que eu o encarasse. – E sem contar, que uma delas era minha prima! Ok, verdade seja dita, uma prima bem distante e bem insuportável. Mas era minha prima, poxa! – Ele fingiu uma cara triste. – A gente se divertia quando nenhum dos dois encontrava nada melhor. Boas lembranças eu tenho daqueles corredores escuros...

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