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Madelaine Pov
- V...você vai dormir aqui? — Perguntei hesitante.
Eu sabia que havia sido só sexo pra ela e que essa garota ainda estava em sua cabeça torturando-a e a fazendo mudar o humor em menos de uma semana. Logo, eu tinha consciência da importância dela na vida de Vanessa.
Eu, definitivamente, não tinha mais espaço em sua vida amorosa, mas a queria desesperadamente como amiga novamente.
- Você se importa? — Disse ainda com o rosto no meu pescoço, fazendo-me arrepiar com sua respiração.
- N... não.
Ela fazia um leve carinho na minha barriga, deixando-me relaxada.
- Nessa. — A chamei num sussurro e ela fez um sinal sonoro para que eu continuasse. — Essa garota que você transou é muito importante, não é?
Não sabia o porquê de eu estar me martirizando dessa forma. Mas agora que voltaríamos a ser amigas, eu queria saber da sua vida novamente. Mesmo que isso me doesse.
Ela me virou, olhando fixamente em meus olhos.
- Sim, Mads. Ela se tornou a pessoa mais importante da minha vida. — Minha primeira reação foi abaixar minha cabeça, quebrando o contato dos nossos olhos.
- Você devia me apresentar a ela. — Disse sorrindo sem vontade e erguendo minha cabeça. — Eu quero participar da sua vida novamente.
- Amanhã eu pretendo apresentá-la para minha família oficialmente.
Aquilo me doeu mais do que eu imaginava. Saber que eu havia a perdido definitivamente.
- Nossa, legal. Tenho certeza que eles gostarão bastante dela.
Eu sorri, tentando disfarçar meus ciúmes e ela me acompanhou no sorriso. E ele era tão lindo, tão grande e verdadeiro que meus ciúmes triplicaram em saber que ela tinha a garota em seus pensamentos.
- Na verdade, eles já a amam. Só precisam saber que ela é muito mais que minha amiga.
- Que bom, Nessa. Um problema a menos. — Abaixei a cabeça tentando esconder minha tristeza e ela me abraçou.
- Desculpa por essa semana, Mads. — Disse sussurrando no meu ouvido.
- O importante é que estamos bem agora, Nessa. Eu fico muito feliz de você ter achado alguém. — Falei fazendo carinho de leve nas suas costas nuas. — Espero que ela te faça feliz, porque eu seria capaz de bater nela caso ela te magoasse.
Ela riu baixinho e tirou seu rosto do meu pescoço, encarando-me.
- Não, ela não vai me magoar. Tudo ficou esclarecido depois que me disse aquelas palavras.
Então, ela havia falado com a garota depois que eu sai do quarto e ela havia esclarecido o mal entendido. Por que, ela veio pra cá para fazermos amor novamente?
Para de pensar, Vanessa. Foi uma despedida, ela estava com desejo e eu não posso negar que eu também queria. Então, no final, ela me usou tanto quanto eu a usei para meu prazer.
O ruim era concluir no meu íntimo que esse prazer estava atrelado ao amor que sentia por ela. E o pior era que o amor que compartilhávamos não era o fraternal de sempre. Ao menos, não da minha parte.
- O que está pensando, Mads? — Ela perguntou me encarando.
- Bobagens, Nessa.
Melhor mesmo era tê-la como amiga do que não tê-la mais por perto.
- Aquilo que me falou no quarto... — Disse um pouco hesitante, abaixando seu olhar. — ...sobre orgasmo...
- Sim, Nessa. Acho que você já falou com sua garota sobre isso e ela deve ter dito a verdade desta vez. — Não iria repetir tudo o que falei, já bastava saber que elas haviam feito as pazes e, provavelmente, a garota tinha dito o quanto Vanessa era maravilhosa na cama.
- Desculpa estar te aborrecendo com esse assunto, Mads. — Disse olhando fixamente para meus olhos. Ela tinha um poder de me desarmar com aquele olhar. — Eu queria que soubesse que você também foi a melhor que...
Ri irônica antes que ela concluísse a frase.
- Não precisa aumentar meu ego com mentiras, Vanessa. Eu sei que não devo ser das melhores e que por isso você saiu daquela forma da minha casa naquele dia. — Ela abriu a boca para argumentar, mas eu não deixei que falasse. — Não se preocupe com isso. Vamos nos preocupar com nossa amizade somente.
Ela estava inquieta e eu sabia que falaria algo se eu deixasse, achei melhor me levantar para ir ao banheiro antes de ouvir mais coisas dela.
- Eu prefiro dormir sozinha hoje, Vanessa. — Disse antes de entrar no banheiro. — Não se preocupe que nossa amizade está intacta.
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