Capítulo 46

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Oi,

Boa leitura :)



Vovó Mary estava parada ao lado dela com os olhos azuis opacos e a chamando de anjinho

Pela primeira vez Kara não teve medo. Ela sabia que vovó era apenas mais uma vítima, alguém que tinha visto demais.

Elas estavam em frente ao canil, Kara podia sentir a grama entre os dedos dos pés.

— Homem-cachorro mal!– Vovó guinchou e se agarrou ao braço de Kara com força suficiente para deixar marcas. — Olhe anjinho!

Kara olhou para frente. Ela já tinha visto aquela cena.

O homem loiro estendeu a mão e o cachorrinho atrapalhado lambeu a palma dele com avidez.

Porque drogar cachorros? Ainda mais um filhote?

—Eu não entendo– Ela murmurou.

Vovô Mary sorriu e os olhos dela ganharam um brilho louco, então o mundo virou de ponta cabeça tão rápido que Kara se abaixou e fechou os olhos e tampou os ouvidos.

—Abra os olhos, anjinho.

A voz de vovó Mary tinha tanta ternura que os olhos de Kara se abriram por conta própria. Elas estavam no meio da plantação de milho como no dia em que ela tinha seguido Mary e Joseph.

Kara ouviu um barulho e de repente os pés de milho foram afastados e na frente dela, a poucos passos de distância Rob surgiu arrancando uma espiga de brinquedo feita de metal de um pé de milho de madeira.

Kara deu alguns passos para frente e se abaixou em frente ao garoto. As sobrancelhas dela se franziram enquanto observava o menino girar o pé da espiga e então puxar o que devia ser o sabugo, mas quando Rob retirou o fundo do brinquedo, um papel caiu na mão dele. O interior era oco.

Kara estudou o brinquedo na mão de Rob enquanto uma sensação de formigamento começou a se espalhar por suas panturrilhas.

E se aquilo pudesse ser replicado em uma espiga de milho real?E se eles fizessem um pequeno furo no meio da espiga?

Caberiam poucas coisas ali dentro; um lápis, talvez uma mensagem e... comprimidos, pequenos comprimidos coloridos.

Kara se virou bruscamente para olhar para vovó Mary com os olhos assombrados.

—É assim que ela sai daqui?– Ela perguntou em um sussurro.

Vovó sorriu, aquele sorriso louco que Kara estava começando a adorar.

— E agora?– Ela perguntou.

— Espera que lhe dê todas as respostas anjinho?– A velha gargalhou—Eu apenas te guio.

Kara fez uma careta e começou a andar em círculos na grama molhada.

Será que todas as espigas tinham drogas dentro? Como ninguém percebia? O caminhão da fazenda já havia sido parado centenas de vezes pela polícia. Os policiais não abriam as caixas? Mesmo se as primeiras camadas de espigas não tivessem drogas, eles não iriam procurar embaixo? Eles tinham cachorros, como não haviam conseguido encontrar?

Kara parou de repente, estupefata.

Os policiais provavelmente haviam verificado a primeira camada de milho, mas o resto tinha ficado com os cachorros... Mas se os cachorros estivessem drogados... A droga nunca seria detectada.

O formigamento se espalhou por seu abdômen.

Como ninguém percebia que os cachorros não estavam bem? Luna engolira algumas das bolinhas e havia quase morrido. Mesmo dando uma dose menor aos cachorros...

Operação LuthorOnde histórias criam vida. Descubra agora