Treinamento

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Aldeia da Folha, País do Fogo

Segundo dia do treinamento de Sayuri


Posteriormente a tantas novidades que reviraram sua vida de cabeça para baixo, Ueno Sayuri sentia-se um pouco mais reflexiva. Como a maioria dos dias, quando acordou, Hatake Kakashi já havia se levantado e saído. Ela também possuía algumas pendências para resolver, de maneira que se arrastou da cama, se arrumando e alimentando antes de começar a fazer tudo o que precisava. Umino Iruka houvera deixado algumas apostilas com ela, para que a moça se relembrasse de tudo o que, segundo ele, ela já sabia, mas que estava guardado em algum local de seu subconsciente. Sentada na mesa, ela repassou os olhos pelas "Regras Shinobi", algo que era primordial para qualquer ninja.

— "Um shinobi nunca deve mostrar suas lágrimas".— Ela leu, em voz alta, franzindo o cenho. Como poderia ser uma shinobi dessa maneira? Ela não era do tipo que costumava segurar as barras da vida sem chorar, na maioria das vezes. Sayuri continuou lendo as regras, se deparando com diretrizes que a deixara chocada em vários níveis. — Para ser ninja eu preciso ser uma pessoa com o mesmo sentimento que uma porta, é isso? — A moça bufou, falando consigo mesma e cruzando os braços.

— Então é isso que pensa de mim? Que tenho o mesmo sentimento que uma porta?— Hatake Kakashi questionou, aparecendo em sua frente, de repente. Sayuri quase caiu para trás, assustada.

— Você precisa urgentemente parar de fazer isso.— Sayuri disse a ele, levando a mão até o coração. — Qualquer dia eu vou morrer do coração. Pensei que já tinha ido para a sua missão do dia.

— Antes eu precisei ir até a Senhora Tsunade, contar todas as novidades. Os investigadores irão voltar toda a sua busca nos arquivos da academia agora. Se você é uma ninja treinada na Aldeia da Folha, como as suas técnicas demonstram, o seu nome precisa estar lá. Eles me avisarão o resultado, assim que eu chegar da missão, mas eu preciso que você foque toda a sua energia no seu treinamento. — Pediu a ela. — Deixe o resto comigo.

— Tudo bem, como quiser. — Concordou. — Hatake Kakashi...

— Sim?

— Você acha mesmo que eu posso ser como vocês? Lendo essas regras que o Iruka-sensei meu deu para estudar, parece que eu sou tudo, menos uma ninja.

— Me diga os motivos pelo qual você acha isso.

— Bom, aqui diz que não pode chorar ou demonstrar sentimentos... E que emoções são coisas desnecessárias. — Disse, indicando as regras no papel.

— Nós, ninjas, devemos nos atentar a seguir as regras, afim de que nossas emoções não atrapalhem nossas decisões. Geralmente, temos a possibilidade de vida ou morte nas mãos. — Explicou. — Mas somos humanos e nada é uma ciência exata. Nas missões e na vida, nem sempre isso acontece. Consegue compreender?

— Sim. — Ela assentiu. Aquilo a deixara mais aliviada.

— Mas você não me respondeu... — Arrastou, segundo depois. — Ueno Sayuri, eu tenho o mesmo sentimento que uma porta?

— Isso é você quem tem que responder. O que importa o que eu penso?

Ele pareceu encurralado com o questionamento.

— C-claro que importa. — Disse, a sua voz o traindo. — Em poucos dias, você iniciará o seu treinamento comigo e nós precisamos ter uma boa conexão, para que tudo flua de maneira melhor para os dois.

Sayuri cerrou os olhos. Hatake Kakashi falava como se ele mesmo não tivesse construído uma barreira entre os dois. Como a moça de cabelos longos e escuros não queria confusão com o homem, que a hospedara de bom grado e a ajudara todo esse tempo, ela apenas se pôs a pensar por um tempo.

A Joia Flamejante (Kakashi Hatake + OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora