Pagando uma velha dívida

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Cidade de Osaka, Osaka, Japão

17 de maio de 2006


Quando Ueno Sayuri chegou da lavanderia, Hatake Kakashi estava adormecido no sofá. Ela não se demorou para o cobrir com um lençol e apoiar a sua cabeça em um travesseiro, já que na noite anterior, estava bêbada demais para pensar em sua boa estadia. Ueno Sayuri o observou dormindo, a respiração subindo e descendo no peito coberto pela regata. Aparentava estar extremamente cansado. Ela nem conseguia imaginar tudo o que ele houvera passado para chegar até ela; e era imensamente grata por isso, também. Ao adentrar o escritório, percebeu que o homem havia usado o computador como ela sugerira e feito pesquisas que a fez rir. Eram perguntas muito óbvias, mas para alguém que estava conhecendo aquele mundo pela primeira vez, era completamente compreensível. Sayuri percebeu que ele também havia pesquisado coisas produtivas e lido alguns fóruns sobre diversos assuntos, inclusive sobre o anime o qual ele era um personagem. A moça franziu o cenho e fez caretas em alguns comentários de fãs sobre Hatake Kakashi, e imaginou o rosto dele lendo aquilo. Sem sombra de dúvidas, ficaria ainda mais convencido.

Na manhã seguinte, Sayuri encontrou Mizoroge Hayato e Ozu Emily em uma cafeteria a alguns metros de sua casa. Hatake Kakashi ainda estava adormecido no sofá. "Quanto ele vai dormir, afinal?", se perguntou, mas não o acordou. Ele merecia descansar. Após trocar o pijama e se vestir, seguiu para onde havia marcado com os amigos na noite seguinte, por telefone. Mizoroge Hayato estava com o rosto parcialmente coberto por óculos escuros e Ozu Emily pousava ao seu lado, os cabelos loiros presos em uma trança grossa e o rosto bem maquiado. Era incrível como ela estava sempre deslumbrante. Quando se sentou na mesa, os dois a cumprimentaram com um sorriso.

— Você parece melhor nessa manhã. — O tio disse. — Acho que o primeiro dia de férias a fez muito bem. É um carma terrível, vocês duas com esses rostos maravilhosos e eu aqui, coberto de hematomas...

— Isso que acontece quando se deixa levar pelas emoções. — Ozu Emily provocou o amigo, enquanto mexia suavemente um pouco de açúcar no seu café. — Quer pedir algo, Sayuri?

— Não estou com muita fome. Vou levar apenas para viagem, quando estiver indo embora. Também não posso me demorar, tenho muitas coisas para resolver hoje. Por isso que os chamei aqui.

— Parece que não fomos os únicos a pensar em um plano. — Hayato constatou, relaxando os ombros no encosto da cadeira. — O que tem em mente?

— Sei o que vou fazer para me manter longe da Han'ei Industries e do babaca do Itao. — Declarou. — Irei passar um tempo em um templo budista, no sul do país, evoluindo o meu ser espiritual e fazendo aulas de autodefesa, em uma escola de artes marciais próxima. Mas tenho que contar com vocês para manter isso em completo segredo, tudo bem? Deem a maior desculpa que conseguirem para não criar burburinhos.

Ozu Emily e Mizoroge Hayato se encararam. Os olhares diziam tudo.

— Isso é, no mínimo, muito inusitado. — Hayato comentou. — Mas acho que lhe fará bem passar um tempo no meio da natureza e meditando.

— Você tem alguma previsão de ida e volta? — Emily quis saber.

— Se tudo der certo, saio hoje pela madrugada. — Disse. — Peço que se o senhor puder, vença as diferenças e avise a minha mãe. Não terei tempo de explicar nada a ela e não quero novamente todo aquele alarde da última vez que eu, bem, dei um tempo de Osaka...— Sayuri coçou a lateral da cabeça. — Voltarei assim que a imersão espiritual acabar, o que pode ser que não aconteça de forma rápida, mas deve ser tempo suficiente para vocês resolverem tudo com o Matsuno Itao.

A Joia Flamejante (Kakashi Hatake + OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora