Saquê e cosplays

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Cidade de Osaka, Osaka, Japão

15 de maio de 2006

Ainda em passos apressados, Sayuri esbarrou-se com Ozu Emily no hall de entrada do prédio. A assistente segurava o copo de café em uma das mãos e quando viu que se tratava da chefe, ergueu as sobrancelhas, altamente surpresa. Ueno Sayuri tremia de medo e isso seria ainda mais visível, se o seu casaco não estivesse cobrindo uma de suas mãos. Quando desceu pelo elevador, temia que Matsuno Itao estivesse a esperando lá embaixo ou a seguisse, e por isso, seus pés estavam apressados e sua respiração, ofegante.

— Eu demorei muito? — Quis saber, ainda sem entender o porquê Sayuri estava com todas as suas coisas nas mãos, aparentemente pronta para ir embora. — Aconteceu alguma coisa?

— Podemos ir ao bar hoje. — Sayuri disse, ainda tentando puxar o ar. Ozu Emily parecia ainda mais surpresa naquele minuto. — Ligue para o meu tio e peça para que ele nos encontre no Dōtonbori. Pode me levar até lá?

— Posso, mas antes quero saber o porquê de estar tão ofegante assim. — Ozu Emily abaixou a cabeça para olhar além dos cabelos negros de Sayuri, que já escondiam o seu rosto.

— Eu explicarei, mas antes precisamos sair daqui. — Sayuri insistiu, olhando para ela além dos fios escuros. — Por favor.

— Tudo bem. — Emily assentiu, vasculhando a bolsa que segurava ao lado de seu corpo e tirando de lá as chaves de seu carro. Ela houvera buscado Sayuri em casa, naquele dia e ambas caminharam a passos rápidos para o mesmo automóvel. Encolhida no banco do passageiro e abraçada pelo cinto de segurança, Ueno Sayuri parou de tremer. — Vai me contar agora o que te aconteceu?

— Matsuno Itao. — Respondeu, quando a assistente e amiga dera partida no carro. — Ele invadiu a minha sala, com aqueles olhos...

— Ele fez o quê? — Ozu Emily pareceu brava, em primeiro momento.— Nós temos um acordo e ele simplesmente o quebra assim?

"O acordo" o qual Emily falava era algo levado a sério pelos herdeiros e os acionistas da família Matsuno. Após serem relatadas a traição do ex noivo de Sayuri e a tentativa de machucá-la, ficara selado o acordo de que o homem não poderia mais a incomodar e muito menos dirigir a palavra a ela, muito menos quando estivesse sozinha. Sayuri gostaria muito que nunca mais vê-lo na vida, mas aquilo era inviável e para não acabar com mais problemas, colocando sua vida pessoal acima dos negócios de sua família, resolveu aceitar aquilo da melhor maneira que pôde.

— Ele parecia transtornado. — Ueno Sayuri comentou. — Eu saí correndo, por isso estou ofegante.

— Mas o que ele queria, afinal?

— Ele disse que queria conversar e que uma hora ou outra, teríamos que ter essa conversa, quisesse eu ou não. — Repetiu, sentindo os pelos de seu corpo se arrepiar. Ozu Emily fechou a expressão ainda mais. — Fiquei com muito medo, Emily, então apenas peguei as minhas coisas e saí correndo.

— Você fez bem. — Ela assentiu, passando a mão pelos cabelos loiros. — Aquele idiota, quem ele pensa que é? Ele teve uma grande sorte de eu não estar lá, se não, ele estaria sem os dentes da boca agora. — Vendo que Sayuri a olhava assustada, Emily relaxou a postura. — Tente se acalmar e não beba o café, pois isso só vai te acelerar ainda mais. Assim que chegarmos no bar, vou pedir algo para você beber.

Sayuri obedeceu Emily. Tentou manter a sua cabeça focada apenas em se acalmar. Em poucos minutos, a assistente estacionou em frente a um estabelecimento de paredes pretas e janelas de vidro da mesma cor. A alguns metros, ela conseguia ver o canal principal e a ponte Ebisu. A avenida estava em seu melhor, no auge de suas luzes e haviam muitas pessoas caminhando para todos os lados. Isso fazia com que Sayuri se sentisse um pouco mais segura.

A Joia Flamejante (Kakashi Hatake + OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora