58 - curativo

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Gabriel gemeu de dor, sentindo as feridas sob o pano molhado arderem.

Rafaella passava o pano cuidadosamente, limpando para poder fazer um curativo em seu machucado.

- Não gosto do seu pai. - o jogador disse, fechando os olhos.

Ela o olhou, suspirando.

- Não sei o que aconteceu. - ela abaixou o pano. - Esses ataques de ciúmes não combinam com ele. E ainda por cima, ele conseguiu acabar com o clima da festa.

- Acho que seu pai quebrou meu nariz. - ele disse, colocando a mão sobre o nariz.

A careta de dor que Gabriel fez foi engraçada.

Rafaella pensou nas opções que tinham.

Não sabia se era melhor chamar um médico ou ir ao hospital.

Mas ela sabia que não poderia colocar o nariz dele no lugar.

E como se não bastasse o nariz quebrado, o olho esquerdo do jogador estava começando a ficar roxo.

- Vou obrigar meu pai a pedir desculpas para você. - ela disse, seus olhos brilhando de raiva.

Gabriel se escorou na parede, a respiração saindo em tropeços.

- Não quero que você fique com problemas por minha causa.

Ela revirou os olhos, relaxando um pouco.

O moreno parecia ter encontrando a paciência que não conseguia ter em campo.

Por mais que ele estivesse machucado, respirando com dificuldade e, talvez, com o ego ferido, ainda tentava fazê-la mudar de ideia sobre seu pai.

E ela não estava com a consciência pesada pelo modo que falou com o pai.

Suas palavras foram verdadeiras.

O que fosse de sua vida, ela mesma lidaria.

E seu pai também não havia ligado.

Nem para pedir perdão e nem para saber como Gabriel estava.

- Deixe isso comigo, Gabriel.

Fetiche - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora