Maria estava preocupada. Andava de um lado para outro, formando círculos no chão de terra.
Estava muito ansiosa. Seu cachorro estava doente.
Ele era o melhor cachorro que alguém poderia ter, estava sempre ao seu lado, mas de repente parou de comer.
Ninguém sabia dizer o que ele tinha.
Ela tinha experimentado dar a ele algo que Julietta tenha cozinhado, mas ele não quis comer, do contrário, ele ansiou contra a comida.
Ela não poderia forçar o bichinho a mastigar sem ter condições.
Talvez, mesmo que Julietta o curasse, se a morte o esperava, não tinha como escapar.
Ela perguntou a sua mãe se Bruno Madrigal teria uma visão sobre seu cachorrinho querido.
- não. Não posso deixar que você entregue Cebola de bandeja a aquele homem. - ela dizia enquanto secava a louça.- quando eu era menor, pedi para Bruno ver quanto tempo meu peixe viveria. Ele morreu na manhã seguinte.
- mas mãe, peixes de aquário duram pouco. Não tem como fugir disso. Eu não posso ficar sofrendo sem saber se o Cebola vai melhorar- ela afirmou.
Cebola era o nome de seu cachorro. Ele era médio de pelo loiro. O que alguns chamavam de "caramelo".
- faça. Mas não vai fugir se a sorte te escolher...- sua mãe disse.
- mãe...
- ele disse:" seu peixe vai morrer", e morreu. Não posso deixar te avisar da decepção que ele traz para as pessoas.
Maria apenas ignorou sua mãe. Ela andou em direção da Casita Madrigal, onde ela sabia que Bruno estaria.
Camilo dizia que ele não saia muito de casa, ele preferia escrever e ajudarem casa.
Ela bateu na porta, para ser atendida por Antônio.
O pequeno menino a recebeu montado em cima de sua onça de estimação.
- oi, Maria. Procurando Camilo ? - ele a cumprimentou.
- não verdade, não. Estou precisando falar com seu tio Bruno. Ele está ?
- sim, vou te levar até ele.- ele disse direcionando a onça para a direção das escadas.
Lá ele a levou até a porta do quarto de Bruno.
Ela era de madeira e tinha sua imagem lá. Ele estava sério segurando uma ampulheta nas mãos.
- é só bater. Ele tá aí- Antônio disse e apenas desapareceu com seu gatinho.
Maria o fez. Esperou para.ver um homem de ruana verde abrir a porta para ela.
- hã...oi?- Bruno disse se questionando.
- oi. Senhor Bruno, eu preciso de uma visão.
- eu não faço mais essas coisas- ele disse tentando fechar a porta, mas ela o impediu.
- eu preciso saber de algo muito importante para mim- ela disse.
- tá bom. Mas saiba que eu não sou culpado de seja lá o que quer que você queira saber. Ainda mais se for ruim- o homem abriu a porta do quarto deixando você entrar.
Por incrível que pareça o quarto de Bruno Madrigal não era como Camilo sempre dizia ser. Na verdade, ele tinha um formato de ampulheta, apenas com uma escada no centro.
Camilo dizia que eram escadaria infinitas até uma caverna.
Ele era muito mentiroso mesmo.
Maria seguiu Bruno até o topo, onde havia no centro um monte de incensos e folhas secas. A sua volta um círculo de areia.
- vamos sentar.Voce precisa segurar firmemente as minhas mãos, okay ? - ele indagou.
- okay.
Ao por as mãos nas deles, elas se seguraram de forma firme. Maria pode sentir o suor de Bruno escorrer entre os seus dedos. Logo uma tempestade de areia se formou e os olhos castanhos de Bruno viraram iris fluorescentes esverdeadas.
Uma imagem começou a de formar, era Cebola sendo enterrado por seu pai.
Ela sentiu medo e tristeza.
A visão não mudou.
Uma tela se formou na mão de Bruno.
- saiba que, eu não matei seu cachorro- ele jogou a tela longe.- é...pelo menos eu tentei.
Maria sai da torre dele com decepção.
Bruno não tinha culpa, mas não era algo bom o que ela tinha visto.
Ao sair da Casita, ela encontrou com seu amigo Camilo. Ele voltava junto com Luisa carregando lenha.
Ela olhou ele com a forma da prima carregando alguns gravetos, enquanto ela carregava vários cepos.
- oi, Maria, olha eu sou a Luísa.Haha- ele gozou com a cara da prima, que, preferiu o ignorar.
- ela está carregando vários cepos. Mesmo com a forma dela você ainda é um fracote, Milo. -Maria disse enquanto ria dele.
- muito engraçado. Saiba que eu ajudei a cortar aqueles cepos de madeira ali. Estavam beeemmmm duros. - ele disse tentando se mostrar.
- imagino...- ela voltou a rir.
- então já estava me esperando ? Eu não vou poder sair hoje. - ele disse jogando os gravetos no canto mais próximo.
- na verdade, eu vim ver seu tio.
- Tio Bruno ? O que ele viu?-ele disse se tranformando numa versão sombria de Bruno.
- ele só me ajudou a confirmar uma coisa. Mas ele não é assustador assim. - ela disse colocando as mãos na cintura.
- não. Mas é melhor imaginar assim do que alguém que brinca de novela com os ratos de estimação.- Camilo zombou.
- você é um menino mau.
- eu não sou mau. Sou realista. Meu tio é meio louco.
- claro, e você é totalmente normal, não é camaleão ?
- sou. - ele disse fazendo beicinho.
- Bem eu tenho que ir. Minha mãe está me esperando.
- então tenha um ótimo resto de dia, Maria ! - ele disse mechendo as sobrancelhas enquanto se aproximava dela.
- você é muito abusado, camaleão.- ela se afastou voltando para sua casa.
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Meu Camaleão [ Camilo Madrigal x OC ]
FanfictionMaria era uma menina simples que vivia na vila de Encanto. Ela e seu melhor amigo Camilo estavam sempre juntos e cada vez mais íntimos...