Peças

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Camilo estava entediado.

Ele não tinha mais o que fazem além de ficar de babá de bebês para que seus pais pudessem trabalhar em paz ou descansar.

A vida em Encanto para ele era tedioso demais.

As vezes ele só queria fazer o que desse na telha para ver uma movimentação diferente.

Com algum tempo embalando o filho de José, ele apenas pode sentir uma imensa vontade de deixar aquela pequena cidade de pernas para os ares.

Ele entregou o bebê para a mãe assim que ela chegou. Logo, ele voltou a ser Camilo, e não mais José. Ele deixou a aparência de quarentão careca, para voltar a ser um jovem normal.

Ou pelo menos quase ...

Ele foi até a tenda do mercado onde vendia coisas totalmente inúteis.La ele demorou um tempo até escolher um pequeno saco cheio por bombinhas de estouro.

Aquilo parecia ser o que ele procurava.

Camilo pagou o mercador com algumas moedas e correu para a casa de Rafael, um amigo tão travesso quanto ele.

Rafael era um garoto baixo e magricelo que vivia ranhento. Ele possuía cabelos castanhos lisos e pele branca. Suas roupas eram surradas e sujas de terra, já que ele ajudava sua família na plantação.

Camilo o chamou, enquanto e transformava em inúmeras meninas da cidade.Sendo uma delas Maria. Ele adorava caçoar de Rafael,por ter sempre fracassar ao flertar com as garotas. O menino sujo saiu da casa enquanto limpava a mão em seu macacão marrom. Em sua boca um fio de cevada.

- óia, quem resorvel aparecê! - ele disse enquanto fungava.

- vamo embora, Rafael. - Camilo dizia enquanto o chamava balançando a mão.

- vamô onde, homi?- ele disse coçando o queixo.

- vamos fazer umas coisinhas...- ele deu um sorriso maléfico, enquanto mexia as sobrancelhas.

- Isso tá me cherando a frauda do filho do seu Zé.

- nao fale nessa criança nunca mais. Ela estava chorando nos.meus ouvidos até agora.- Camilo lamentou.

Com um pouco de resistência, Rafael aceitou.

Eles foram para o tipo da igreja, onde ficava o sino. Lá eles tiraram as bombinhas do saco. Camilo tirou um pacote de fósforos de seu bolso.Ele ascendeu uma e logo jogou para baixo.

Estouro!

Ele pode ouvir alguns gritos femininos, entre eles, o de sua mãe. Não demorou muito para começar a chover e trovoar.

O pânico do momento deu a Camilo um prazer momentâneo, onde ele e Rafael riam sem parar .

Novemente eles o fizeram.





Estouro!












Ele ouvir gritos mais umas vez.

Eles então fugiram do lugar, procurando novos alvos.

O rumo que eles tomaram levavam até o pasto onde estava o gado. Lá eles começaram a assustar os animais, que ao ouvir os estouros, caiam de barriga para cima.

Os garotos riam de uma forma incontrolável.

Ver as vacas sacudindo as pernas enquanto tentavam levantar lembravam a Camilo sua prima Luisa quando fazia abdominais. Ela não conseguia.

Era engraçado.

No céu, uma nuvem carregada por eletricidade.

Sua mãe estava furiosa.

Talvez se ela descobrisse que foi ele, isso viraria um furacão.

Desastre.

Ele jogou uma bombinha na direção de Rafael, que se assustou repentinamente. Ele deu um soco em Camilo, que fez ele revidar. Eles rolaram na grama enquanto brigavam por apenas mais um motivo idiota.

Foi quando eles perceberam que não estavam mais no pasto. Eles estavam na ponte, na ponte onde Maria e Mirabel estavam a conversar e encarar eles, que estavam um sobre o outro, se segurando pelo colarinho.

- o que você está fazendo, Camilo?- Mirabel perguntou com as mãos na cintura.

- estamos fazendo coisas de homem. Não se meta, não especial.- ele disse enquanto sacudia o outro garoto,pelos ombros.

- ah, claro, você vai apelar pra minha fraqueza...Muito esperto. Quero ver quando a tia Pepa ver isso.- ela disse arrumando o óculos.

- você não contaria...contaria ?- ele disse empurrando Rafael enquanto se levantava e limpava a poeira de sua ruana.

- não sei . . . Talvez eu faça...Camilo Madrigal.- ele dizia enquanto desviava o olhar dele.

- vo-voce não vai fazer isso com seu primo preferido, não vai ?- ele ficou aflito.

- Vocês são sempre assim?- Maria perguntou enquanto ajudava Rafael a se levantar.

- sim - Mirabel respondeu.

- não. - Camilo respondeu junto com sua prima, deixando explícito a resposta certa.

- então... Mirabel...prima querida, eu te dou minha sobremesa por um mês.- ele disse enquanto implorava.

Ela negou.

- que tal por dois meses ?- ele tentou.

Novamente ela negou.

- hã...que tal se eu der banho nos ratos do tio Bruno e ainda der minha sobremesa para você por dois meses ?- ele dizia enquanto mostrava o número dois com os dedos.

- interessante ...

- ah!- ele gruniu- eu faço tudo isso e ainda lavo sua roupa por 1 mês.

- você ainda tá tentando? - ela revirou os olhos.

- que tal se o Camilo fizer suas tarefas e mais tudo isso por dois meses ?- Maria deu um palpite.

Mirabel sorriu.

- se for assim eu aceito.

Ele bufou.

- tá bom...mas se contar, eu dou veneno pros ratos do Tio Bruno.

- okay. Agora você me pegou. Fechado- ela estendeu a mão e juntos fizeram um aperto.

Meu Camaleão [ Camilo Madrigal x  OC ] Onde histórias criam vida. Descubra agora