Meu Camaleão [ Camilo Madrigal x OC ]

Como você sabe que a ama ?

A casita Madrigal já estava agitada, como em todos os outros dias.

Tarefas,afazeres,faxinas...

Era assim o dia de todos.

Essa semana, Camilo,Bruno, Mirabel e Dolores iriam fazer a faxina na casa. Limpar cada quarto, cada canto, cada armário coberto por pó.

Camilo cantarolava em tom alto.

- meu irmãozinho está apaixonado!- dolores disse enquanto passava o espandor em seu rosto para que ele se ligasse.

- o quê? Eu não tô nem um pouquinho...- antes que ele termine é interrompido por Mirabel.

- Oi Maria!

- o quê? Onde ?- ele olhou para os lados, mas só pode ver ambas rindo por ter sido enganado e por cair nas afirmações mais transparentes que já existiram em todo Encanto.

Camilo amava.

- não é justo tratar um garoto apaixonado assim- Bruno disse se juntando aos sobrinhos.

- ei!- o Camaleão bufava.

Dolores se sentou para tocar o piano. Ela lembrava muito bem das aulas do tio Agustín.

A sala permaneceu silenciosa até ouvir melodias curtas vindo do instrumento.

- como você mostra que a ama ?- a maldosa irmã mais velha o provocou cantando.

- eu não amo...- ele disse.

- então admita que a ama!- Mirabel se juntou a Dolores.

- ah...- ele suspirou.

- apenas mostre que a ama! - ambas cantaram.

- então admita que a ama !- Bruno disse segurando os ombros do sobrinho.

- talvez eu a ame...- ele disse.

- como sabe que a ama ?- elas seguiram retrucando enquanto cantavam.

- eu não sei se a amo!

- então pense nela - Bruno dizia enquanto apontava para a escada que levava a varanda.

Camilo caminhou até lá. De lá viu ela ajudando sua mãe com os lanches de cura de Julieta.

- como sabe que a ama ?- elas cantaram.

- eu penso nela,
quando eu durmo,
e quando sonho a noite...
Eu penso nela durante o dia,
e a tarde quando vejo o sol se por...
Mas isso é amor ?
Eu não sei ...pra onde vou
Me declarar ?
Eu nunca fiz
Mas se eu fizer
Que dizer ? Pra conquistar ?

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Ele se sentou na praça da cidade.
Camilo estava pensando.

Ele não sabia como se sentir.

Maria sempre fora sua amiga, mas agora estava tudo tão confuso.

Ele queria entender o sentimento.
Ele queria ter ela sempre com ele, mas e se ela não sentisse isso ?

Isso que ele sente, mas não sabe ao certo o que é?

E se ele acabar com a amizade ?

E se tudo der errado?

Isso estava o matando por dentro.

Camilo pensou continuamente até ver a mãe de Maria sair da loja do senhor Salvador com um peixe em um aquário.

Talvez o último tivesse morrido de novo...

De repente ouviu uma voz familiar.

- oi.

Era Bruno.

- sabe, não somos tão próximos,não tanto quanto sou de Mirabel.Mas acho que precisa de ajuda.

O garoto permaneceu atento no homem maduro enquanto ele o entregou uma tábua de jade.

Uma visão.

- ela muda constantemente. Eu não sei o que é, mas tem você nela. E Maria nela.

Camilo analisou a peça com muita atenção.

Nela ele pode ver que ele segurava a mão de Maria, mas ao mesmo tempo ela sumia da tela e imagem mudava para Camilo mais velho, parecido com seu tio sozinho.

- sabe, o que eu estou tentando dizer, seja alguém que não tenha medo de tomar uma atitude, se não vai acabar como...eu.- ele deu de ombros e seguiu em direção a floricultura.

Camilo deixou a tábua em seu colo, esperando Bruno voltar. Seu tio veio com um buquê simples de cravos azuis. Não era comum nessa época.

- me dê isso, você não precisa andar com visões pela vila- ele pegou a tela e guardou no bolso na ruana- pegue isso- ele entregou o buquê para Camilo- agora vai ser jovem e feliz, vai vai ! - Bruno o puxou do banco e o empurrou em direção a casa da garota- Eu já fiz minha parte.

Ele saiu andando como se essa conversa nunca tivesse acontecido.

Camilo seguiu a rua até encontrar Mirabel.

- fica calmo. Tira esse poncho e agora pega esses doces- ela entregou uma caixinha de doces para ele- seja você mesmo.

Ele estranhou toda a atitude e mesmo assim continuou.

Ele parou na frente da casa dela.

Tudo estava ótimo até sentiu o suor na palma de suas mãos.

Ele hesitou em bater na porta, mas mesmo assim fez.