Greendale

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Victoria caminhou com a pequena em seus braços. Héloïse observava as coisas do colo alto da mãe, tudo parecia deveras mais importante ao ser observado de cima.

-Vamos tomar o chocolate quente, mamãe? --A pequena entrelaçou os bracinhos em volta do pescoço de Victoria--

-Você quem vai, eu tenho outros planos --Victoria ajeitou os cachinhos quase dourados da filha--

-PlAnOs...planos, que planos mamãe?

Victoria deu uma risadinha, andava com Héloïse bem segura em seus braços, após a pós no chão, o olhar curioso da pequena foi em direção ao som que invadia seus ouvidos, risadas, gritos, agitação...eram outras crianças. 

Victoria em uma tentativa falha quis chamar a atenção da filha a ela.

-Mamãe, quero ver, por favor -- com uma carinha, mãozinhas entrelaçadas, e um biquinho que mais dava vontade de esmagar, Héloïse clamou para a mãe--

 Victoria não resistiu ao pedido da sua carinha de anjo.

-Só ver...sem contato! 

Victoria se aproximou sorrateira, estava com receio de fazer as vontades de sua filha, não queria problemas. 

Héloïse observava as crianças brincarem, sentia enorme vontade de se juntar a elas, sem a mãe perceber ela se aproximou mais ainda.

-Hey quer brincar? --Um menino loirinho veio até ela, segurava uma bola em mãos-- 

Victoria arregalou os olhos quando viu a cena, se dirigiu rapidamente até lá. 

-O que você faz com isso? -- Héloïse questionou tentando entender como uma bola podia exercer tanta diversão--

-Ele joga e eu pego --Uma garotinha foi até ali--

-E qual a graça, só jogar? -- Héloïse questionou--

-Se não quer é só não brincar!!--A garota mostrou a língua a pequena--

-Sem educação, sua mamãe não ensinou que isso é muito feio?--de braços cruzados ela encarou a menina--

-Chega disso! --Victoria tomou Héloïse em seus braços-- 

-A gente só ia brincar tia...--o menino suspirou--

-Não ia não ela é uma chata! --A menina retrucou--

Victoria encarou a menina, Héloïse bufou, os braços cruzados mostravam que ela não estava feliz, aquela prepotente merecia uma lição, estalando os dedinhos o monte de neve que uma árvore segurava caiu por inteiro sobre a menina. Victoria aproveitou a distração e fugiu dali com sua filhota.

-Eu pedi pra você não se aproximar e você me desobedeceu!--Victoria falou com a voz áspera--

-Eu sei...o menino parecia ser tão legal...--a pequena suspirou--

-Já a menina, você mesma viu! E eu ja te falei muitas vezes que não podemos ter amizades com humanos...

-Ela é uma metida, mamãe! E...eu só queria ter alguém pra brincar...é muito ruim brincar sozinha, não ter ninguém para compartilhar as coisas, pra brincar...eu acho que ele ia gostar dos meus poderes, você não acha mamãe?

-Eu sei minha carinha de anjo...--Victoria deu um beijo demorado no rosto da filha--E acho que ninguém precisa saber sobre você, se lembra? Encobrir...

-Não sentir...

-Não deixar saber --as duas falaram juntamente--

A pequena respirou fundo, as vezes detestava não ser como as outras crianças, mas logo se esqueceu disso quando se lembrou do chocolate.

Total Eclipse of the HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora