Eu confio em sua decisão

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Estava tudo em seu devido lugar na vida de Victoria,seu rosto e seu corpo agora não carregavam mais hematomas,ela tinha aonde morar e o que comer,era simples mas era dela,ela queria muito que isso fosse da sua irmã também,por mais que sua vida agora estava estável,não se passava um dia que ela não se perguntava como e onde Anne está,se ela está bem,tem abrigo,o que faz,ou na pior das hipóteses se está morta,uma certeza teria sido bem melhor do que tantas dúvidas que a rondam diariamente.

Mesmo tendo só quinze anos Victoria se demonstrou competente e capaz no serviço,era puxado e duro o travalho mas o que era ganho era dela,desde muito pequena a ruiva trabalhou,no fundo já estava acostumada com rotina rigorosa e das muitas vezes que foi espancada,por medo,ela sempre procurava acertar e não dar motivos sobre alguma reclamação do patrão,alguns funcionários estranhavam tal empenho vindo de uma garota,uma garota jovem,que no ver deles não deveria saber nada sobre a vida.

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Naquela manhã como nas outras ela acordou cedo e foi para o trabalho,estava na cozinha auxiliando no preparo das comidas quando o patrão a chama.

-Victoria,preciso de um favor --Ele vem até a porta do cozinha--

-Sim senhor --Ela limpa as mãos no avental--O que precisa ?

-Você poderia ir na feira comprar algumas coisas,pra cozinha e pra você mesma,você tinha que ir e neguei ontem --O mesmo lhe entrega a lista e o dinheiro--

-Sim senhor --a mesma retira o avental e pega o que ele lê alcançava em seguida sai --

Ela se dirige até a feira,onde pega as coisas para ela e para o patrão,durante a compra ela percebe que alguém lhe observava,discreta ela olha e se arrepia ao ver que era o homem para quem teve de trabalhar durante aquele tempo,apressada ela paga as compras e sai correndo,e ele a persegue,com sucesso ela o despista,porém agora ele sabia que ela não estava morta e sua vida corria perigo. Quando ela entra na cozinha,ela tremia e tentava recuperar o fôlego.

-Victoria o que aconteceu?--Uma das moças que trabalhava ali vem até ela --

-Angie eu preciso de água...--A ruiva se escora no balcão deixando as sacolas ali --Por favor

-Tudo bem--Angie pega um copo de água e alcança para Victoria--Vi...pode confiar

Victoria olhou para ela,sentiu vergonha em dizer que trabalhou para um cafetão,então decidiu omitir essa parte da história.

-Um homem que eu trabalhei pra ele me perseguiu--A mesma respira fundo --

-Ele não lhe fez nada,não é?--Angie a interrogou e demorou ter resposta--

-Não...--Victoria disse,mas mesmo que ele não tivesse feito nada agora ele fez antes e muito,lhe causou dores e recordações que a machucavam,sua boca falava uma coisa porém seus olhos eram capazes de expressar um amargo sim--

Angie percebe a expressão de Victoria,ela não soube como amparar apenas lhe disse que tudo ficaria bem,ela abraçou a ruiva por uns breves instantes,a mesma o retribuiu,e o melhor que pode,a última pessoa que havia lhe abraçado assim havia sido sua irmã e isso já tinha sido há seis anos atrás.

Com o passar dos dias isso vinha piorando,ele a perseguia constantemente e ela só tinha uma certeza,ele não iria parar até ver ela morta,Victoria tinha sucesso em escapar dele,porém isso já estava a preocupando,ela estava pensando em largar o travalho e tentar a vida no campo,porém não tinha certeza se ela se daria bem,ela não falou sobre o que estava passando para ninguém,temia que se ele soubesse seria pior,a surpreendia que ele ainda não havia descoberto onde ela trabalha.

Victoria decide sair um pouco mais cedo do trabalho,e o patrão a permitiu pelas horas extras que ela havia feito um tempo atrás. Ela anda cansada,e pensativa até o lugar aonde pagava pensão,um pequenino quarto em um sótão de uma casa,era simples mas com certeza melhor que a vida nas ruas. Quando ela entra no quarto ela se deita sobre a cama exausta e pensativa,um tempinho após ela acaba dormido. Era madrugada quando ela vai despertando aos poucos,os olhos ainda entreabertos pelo sono capturam uma imagem embaçada que seria de uma mulher ao pé da sua cama,o susto repentino a desperta e ela a olha bem,um sentimento de alegria aflorou sobre sua pele ao reconhecer a irmã,não entendia por que ela estava igual a seis anos atrás,suas bochechas que antes eram rosadas agora eram sem cor.

-Anne...-- Victoria diz eufórica e se levanta da cama --Aonde você estava ?

Anne se moveu em uma velocidade que chocou e silêncio Victoria,se manteve distante,a única coisa que ela queria saber era se sua irmã estava segura,e feliz.

-Como você está?--Anne interrogou se mantendo distante da irmã--

-Eu tô bem...--Victoria a olha,tinha uma enorme vontade de abraçar ela.A ruiva também queria interrogar mas sentia que sua irmã não lhe deixaria --

Anne aos poucos interroga sobre tudo,Victoria responde todas as perguntas e conta sobre o que estaria passando com aquele homem,Anne não ficou nada feliz com a situação cogitou em mata-lo mas esse era o menor dos probelmas,no seu ver Victoria nunca estaria segura,não enquanto não fosse mais forte que aqueles que podiam prejudicá-la e dominá-la.

-Você confia em minhas decisões ?--Anne interrogou mais uma vez a irmã--

-Sim...--Victoria a responde--

Anne a pegou como se fosse uma boneca e Victoria a olhou indignada,a frieza das mãos de sua irmã a espantava,na verdade não sabia o que a apavorava mais naquele momento. Anne a levou ate a janela do sótão,e o coração da ruiva falhou uma batida

-Anne...--Victoria a olhou--

-Me desculpa --Anne a mordeu em seguida a lançou da janela--

Quando Victoria recuperou os sentidos,depois da transformação,estava em uma casa de campo cercada por mais quatro mulheres mais lindas que já virá--Entre elas sua irmã--.

-Aonde eu estou ?--Victoria olha tudo confusa,sentia uma sede que sucombia seu ser,mas ela conseguia controlar por mais difícil que isso fosse,ela não sentia mais seu coração bater,apenas sua pele que agora era fria como um gelo--

-Calma querida --Uma das vampiras a olha levantar--Vamos achar alguém pra você beber

-Vi...essas são Hilda--Anne aponta para a vampira que lhe ofereceu ajuda --Mary e Heidi. Hilda é uma vampira alemã nômade,ela me salvou de sacrifícios por piedade e depois me deixou voltar para buscar você,todas aqui tem um passado semelhante ao nosso

-Ser livre e sem medo do abuso...--Victoria pensou auto--

Anne se incomodou ao ouvir a palavra abuso,não queria que a irmã,tão jovem já tivesse passado por aquilo.

Mary leva Victoria até um campo aonde encontram um camponês,suas roupas eram tralhas,sujas e desgastadas,viram nos olhos dele que ele não temia a vida então o mataram,a ideia de beber sangue antes era esquisita e nojenta para a ruiva,mas por agora foi o que ela mais apressiou,Mary sabia que teriam de parar por ali,não queriam chamar a atenção dos Volturi com uma recém criada,então a levou para casa,Anne a explicou que vampiros não dormiam e nem poderiam aparecer sobre a luz do sol,que sua pele brilharia,era tudo novo,interessante e talvez confuso para Victoria.

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