Maldição

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A suspeita de Victoria começou a atormentar dia após dia, sua sede era cada vez maior, e notou que ela de certa forma não estava mais com a barriguinha magra de antes, parecia estar inchada, por sorte suas roupas largas escondiam isso muito bem e Ryle nem se quer reparava, porém a ruiva não tinha a menor ideia do que faria, se realmente tivesse um bebê em seu ventre...O que ela faria? Foi exatamente ali que tudo piorou, ela só tinha certeza de algo : Precisava de proteção; então encarregou Ryle de cuidar isso pra ela.

Victoria tinha conhecimento das leis dos Volturi então instruía Ryle corretamente para que nada desse errado, ela falava as que ela achava que fossem necessárias outras ela deixava de lado.

-Eu devo passar essas informações aos recém criados...?--Ryle indagou --

-Não, não tem necessidade de sobrecarrega-los com informações --A ruiva disse segura--

-E se eles perguntarem ?--A voz de Ryle suava em um tom que não agradava muito Victoria--

-Não vão se você saber exatamente o que falar, e como falar!

Ryle concordou com a cabeça pensativo, não concordava totalmente com ela.

-Ryle...--Victoria tentou parecer suave, ela era boa em manipular-- Vai ser melhor assim, eles são muito...--ela tentou achar alguma palavra--jovens para entender isso, e podem acabar nos prejudicando. Preciso que você confie em mim e siga o que eu estou dizendo!

-Você tem razão --Ele a abraçou e beijo o pescoço dela--

Victoria quase fazia uma careta sem ele ver, ele era tão semelhante aos demais recém criados mas ele não percebia isso, nem percebia que a ruiva o via como tal, e o tratava assim. Ele era tão, completamente cego por ela, que nem quando ela o mandava como um cão ele percebia isso.

-Você está fazendo um bom trabalho --A ruiva acaricio os cabelos dele enquanto falava em uma voz doce--

Quando Ryle a tocou no rosto ela foi uma atriz ao fingir os olhos de moça apaixonada.

-Eu te amo tanto...--Ryle acariciou o rosto dela, e selou os lábios dos dois,e então a ruiva correspondeu--

 Victoria brincava com Ryle, ela era um anjo caído, mas era pura maldição, ela é quem diz que te amara por toda vida, te enche de beijos, mas é tudo mentira, é tudo parte dos seus planos e quando isso acabar ela nem ao menos se sentirá culpada, ela tem um veneno nos lábios, ela tem um jeito de deixar qualquer um louco.

Setembro...

Seis meses desde a morte de James, Victoria já havia criado quatorze vampiros, mas ainda não estava satisfeita, estava ainda mais paranoica e com o passar desse tempo ela só teve mais e mais certeza de que carregava um filho ou melhor dizendo, uma filha, ela sentia que era uma menina, porém ela parecia não querer reagir a aquilo, ou desacreditar, ela não queria, só agradecia por Ryle não reparar, a pela era densa demais pra ele notar.

Ela andava pela aquela casa de confeitos nervosa, quase cuspindo fogo pela teimosia de Ryle, sua voz suave, agora saia de em um tom forte, em um tom mandão, ela era soberana:

-Eu já lhe disse que quero que crie um vampiro hoje mesmo! --Seus olhos negros pela sede encaravam Ryle--

-Meu amor, já temos quator...

Antes de Ryle terminar a voz dela o interrompeu novamente.

-Hoje!! 

Ryle assentiu com a cabeça, ele não conseguia nem por um segundo odiar ela, ou a xingar em pensamento, entendia toda a dor dela, sentia pena em vê-la tremer de medo, muitas das vezes fugindo, mas a verdade é que o pobre coitado não sabia nem da metade da história.

-Como quiser --O mesmo suspirou e a deu um beijo antes de sair--

Victoria correspondeu e o observou sair, odiava ficar sozinha mas ao mesmo tempo não gostava da companhia de Ryle. Ela respirou fundo e depois inspirou, colocou uma mão na cabeça e puxou fracamente seus fios de cabelo enquanto seus pensamentos giravam, quase fazendo sua cabeça latejar.

Sempre que ficava sozinha a ruiva refletia sobre algumas coisas, se sentia no próprio inferno, porém tinha um problema maior, ela não podia simplesmente ir em um hospital e pedir um exame de gravidez, ela nem ao menos entendia como isso foi possível, apenas se sentia a pessoa mais amaldiçoada de todo o mundo, as vezes se sentia uma covarde e tinha um sentimento de culpa, Anne e James tiveram o mesmo destino e ela não fez nada...Victoria foi a plateia disso tudo.

-Eu não sei o que eu fiz mas você deve me odiar --Victoria olhou pra cima, provavelmente estava falando com Deus, ela balançou a cabeça com uma face desdém ,quase se perguntando o que  estava fazendo, ela havia um cargo muito maior do que ela poderia suportar. Ela queimava de ódio por dentro e uma voz dentro dela gritava "mate,mate, mate" e por fim aquele nome que a fazia tremer "Isabella"--

*

Ryle andava pelas ruas de Seattle, não eram as mais prestigiadas , ele ouviu agitação, pareciam barulhos de um punho indo contra o osso do crânio de alguém.

- Vamos ver o que temos aqui --Ryle disse em pensamento--

O moreno se aproximou sorrateiro ,logo sentiu cheiro de sangue, o que o aguçou mais ainda, ele se dirigiu rapidamente até o local e viu um homem alto, de cabelos negros, negros como um carvão, corpo forte, espancando um outro homem, esse sim não era tão extraordinário, Ryle conclui que o homem forte devia pertencer a algum tipo de gangue.

-Eai...--Ryle se amostrou quando viu que o homem quase havia acabado o serviço-- 

-Quem é você ?--a voz forte do homem tomou os ouvidos de Ryle--

-Se apresente você primeiro meu caro --Ryle se aproximou--

-Raoul --o mesmo respondeu e reparou na cor tão branca de Ryle, quase perguntou como ele não era transparente--

-Então Raoul-- Ryle olhou o homem espancado, desmaiado no chão com vários hematomas e com o nariz completamente quebrado-- Está interessado em um poder um pouco real? --Voltou a olhar o homem--

Raoul o olhou desconfiado, o sujeito pálido era entanto estranho.

-Primeiro me diga seu nome --Raoul insistiu, sua voz parecia estar um pouco mais segura --

-Ryle --O moreno se aproximou-- 

Raoul concordou com a cabeça e se aproximou mais ainda, ele estava desconfiado mas a curiosidade parecia ser mil vezes maior que qualquer receio. 

-Porque não? Aceito 

Ryle deu um sorrisinho, ficou feliz por achar mais um recém criado e por não desapontar a sua amada ruiva, então sem Raoul esperar os dentes de Ryle se afundaram em sua mão.

Quando o processo todo passou Ryle o levou para caçar depois retornou a nova casa aonde estavam os recém criados, essa era um pouco maior.

-Mais um Ryle?--Diego se aproximou do mesmo --

ela quer assim --Ryle deu um cumprimento no seu amigo--

- Como ela está? --Diego interrogou-- 

Ryle excitou em falar, e pensou em algo.

-Ah meu amigo, informações somente do ofício 

-Entendido --Diego deu uma risadinha-- 

*

-Ai chega eu já comi coisas que não gritavam tanto --Victoria tapou a boca do homem que gritava--Shhhhhhhh não me faz perder a paciência 

Antes de ele falar algo ela o mordeu na garganta e sugou o sangue com vontade, ela estava faminta, antes do que ela queria o corpo a deu a última gota de sangue a fazendo coçar a garganta querendo mais.

-Eu preciso parar...--Ela pensou, fechou seus olhos e respirou fundo tentando se conter--

Após isso ela olhou o corpo do homem e respirou os cheiro de algumas gotas de sangue que estavam no chão, ela saiu dali rapidamente se dirigindo para um lugar onde ela se sentia segura, enquanto caminha em passos agora mais lentos ela pensava no que faria, era de certa forma um pedaço do seu amor nela, mas se Ryle soubesse de qualquer coisa ou desconfiasse...era fim de jogo, a ruiva torcia para que essa dúvida fosse apenas uma ilusão.

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