Reviravoltas

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No outro dia ambas as irmãs como todas as outras mulheres descem ,ali uma das mulheres acaba se recusando de trabalhar a noite e é esbofeteada Victoria olha com receio começava a temer que a história iria se repetir. Durante o dia vários homens entravam ali,alguns inticavam com ela,mas ela não dava atenção,sempre saiam acompanhandos de outra mulher,até que chegou a vez de Anne,Victoria ficou aborrecida ao saber do que se tratava. Os dias,meses iam se passando e Anne chegou a cogitar que a vida nas ruas era bem melhor que aquilo o dinheiro que era ganho não era muito quase não sustentava as duas,estava sendo tão ruim quanto para Victoria.

-Vi...Vai ficar bem?--Anne a olha antes de sair--

A ruiva concorda com a cabeça

Anne a da um beijo na testa em seguida se retira naquela noite fria.

Horas se passavam e Anne ainda não voltava,o sol já estava forte lá fora e Victoria ainda esperava sua irmã. O homem que comandava tudo isso pega Victoria pelos cabelos,estava nervoso por ter perdido uma de suas meninas

-Eu avisei sua irmã! Agora você vai trabalhar no lugar dela !--O mesmo lhe acerta um tapa no rosto--

Victoria coloca a mão no rosto enquanto segurava as lágrimas ,ela era só uma garotinha que estava prestes a completar treze anos de idade. Porém ela não contestou,sentia que seria pior. Ela estava desolada pelo desaparecimento irmã,sentia como se tivessem arrancado uma parte dela,a sensação que Anne a abandonou a matava por dentro.

Dia a dia isso foi se tornando mais que um pesadelo,ela não tinha mais ninguém,foi violentada,tiraram a infância dela,tiraram a única pessoa que ela tinha,era espancada para "aprender o lugar dela"mas as vezes ela conseguia se esconder mesmo com seu cabelo. Esse aniversário foi o mais solitário que ela passou,assim como o seu de quatorze anos.

<<metade de 1564>>

Era madrugada,todos dormiam,Victoria se aproveita e se esgueirá até a porta da saída sem ninguém ver, tinha um talento incrível de fuga,ela tira a pequena tranca da porta e sai não havia mais tanta neve no chão e as noites eram mais quentes. Ela adentra a madrugada,sentia fome,não comia a uns dois dias pelo castigo que foi dado a ela,porém estava cansada pelo que passou de tarde,então se encostou em uma árvore e adormeceu . No outro dia ela perambula as ruas e dois garotos começam a inticar com ela,aparentemente eles teriam dezessete anos

-O que foi ruiva ?--Um deles a passa uma rasteira a fazendo tropeçar--

-Me deixa...-- Victoria fala enquanto tentava andar mais rápido--

-Cadê seus pais?--ele a pega pelo braço--

Victoria o olha sem dar uma palavra e puxa seu braço de volta se soltando

-Ela é da rua!--o outro fala-- Está na cara,ela tem cara de uma cadelinha perdida

Nesse momento uma raiva cegou Victoria,ela estava cansada de tanta humilhação,então acerta um soco em cheio do rosto dele arrancando sangue

-DESGRAÇADA--Ele grita e serra os punhos para devolver o soco--

Victoria corre o mais rápido que podia e se esconde em um beco,eles passam reto sem ao menos ver ela,ao ver que o perigo passou ela se senta no chão e coloca as duas mãos no rosto para abafar o choro,ela não entendia o que tinha feito de errado para a vida a castigar assim. Ela não tinha coragem para se levantar dali,então fica até o por do sol.

Um casal que passava ali vê ela,a mulher se compadece

-Ei...--Ela se aproxima de Victoria--

Victoria olha desconfiada,já nem sabia mais em quem confiar

-Calma garotinha...--O homem se aproxima junto-- Não vamos te machucar

Victoria se aproxima mesmo com receio,então a mulher pega na mão dela e coloca um pedaço de pão com alguma coisa dentro

-Pode comer,ou se quiser guarda pra mais tarde --Ela sorriu simpática--

-Obrigada...--Victoria pegou e uma lágrima caiu --

O homem tira o casaco dele e coloca sobre as costas dela,a ruiva o olhou com agradecimento,fazia tempo que ninguém lhe tratava assim. Em seguida o casal sai,Victoria come metade do que a mulher havia lhe dado em seguida se encolhe de baixo do casaco.

Assim ela passou aquela noite,no outro dia a metade daquele pão lhe satisfez a fome,porém com o passar das outras noites a fome tinha sido constante,ela não queria invadir a casa de ninguém,mas se não fizesse isso morreria de fome. Era umas 3h00 da madrugada quando Victoria entra no quintal de uma casa,nem mesmo os cachorros a perceberam ela entrar na propriedade,ao entrar ela vai quieta até a cozinha,a ruiva pega o mínimo de comida possível em seguida se sentou em frente ao fraco fogo da laleira para poder se esquentar,ali ela reflete sobre onde sua irmã estaria e se ela estaria bem,sua vida havia dado outra reviravolta,e agora possivelmente estaria com risco de vida se o cafetão a encontrasse na rua,ela respira fundo se levantando,a mesma sai da casa sem deixar um rastro,tudo estava em seu lugar era como se ela nunca estivesse estado ali.

Com o tempo se passando as noites ficavam mais quentes,mas só em março a neve não deixou mais branco o chão,agora Victoria já completou quinze anos de idade<<1565>> ela ouvia boatos sobre a demissão de uma ajudante de cozinha,ela não exitou e se apresentou no local,a falta de experiência não a prejudicou--Talvez o dono do recinto a ajudou pela sua carisma e vontade de lutar por alguma coisa-- no outro dia bem cedo ela foi começar seu primeiro dia no emprego,era meio duro, mas ela não estava arrependida,havia uma moradia, por mais pequeno que fosse o quartinho no sótão já era melhor do que viver nas ruas. E aquela noite já pareceu bem melhor pra ela.

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