Círculo de Fogo

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Com os dias se passando Victoria apurou Ryle sobre a ideia de criar mais vampiros, a ruiva tinha desespero por proteção e confiava no que Ryle viesse a decidir. 

Era noite de céu aberto em Los Angeles, Victoria estava escorada em uma árvore enquanto Ryle havia saído, estava de braços cruzados com a mente vagando em seus pensamentos, ela não achava normal suas tonturas, sede em excesso ou até mesmo quando seu estômago revirava de nojo de alguma coisa.

"Eu só posso estar ficando louca..." Victoria pensou para si mesma, tentava se convencer de que isso iria passar já que estava colocando seu plano em pratica, com mais vampiros formando camadas de proteção ela estaria segura e esperava que ela pudesse encontrar um conforto nisso, desde que James morreu, ela não teve um dia de paz.

Enquanto Ryle não voltava da caçada Victoria perambulava pelas ruas, quase vazias de Los Angeles, a vida humana de agora era muito diferente do que ela viveu, e talvez ela gostasse de ser humana nesses tempos, a ruiva gostava de reparar nas diferenças que o tempo causava, mas era uma verdadeira maldição viver séculos e séculos, talvez tivesse sido melhor se o seu patrão, cuja nem sabia que era seu pai, tivesse a matado, ou o cafetão mesmo poderia ter feito isso. 

"Vida, vida, vida..."

Victoria andou mais um pouco e encontrou um casal, sentados no banco de uma praça se trocando carícias, ela estava com sede, e talvez um pouco amargurada demais para ignorar a felicidade de alguém e poder acabar com ela; a ruiva se esgueirou até lá e quase sorriu ao ver um rosto de preocupação da mulher ao pensar que havia visto um vulto, e então começou a caçada, os dois correram dali e Victoria os encurralou em uma rua sem saída, os gritos agudos da mulher ao ver o corpo do namorado morto sem nenhuma gota de sangue quase que irritava a ruiva.

-Chega, chega já da pra calar a boca --Victoria tapou a boca da mulher-- Ninguém vai escutar você 

-A,a,assassina --A mulher disse gaga enquanto seus olhos verdes derramavam lágrimas--

-Não sabe quantas vezes me chamaram assim --Victoria fez uma cara de pensativa depois deu uma risadinha sem graça--Mas eu não me importo, afinal ninguém tem piedade de ninguém. Não é cruel? 

A mulher não respondia mais apenas tremia, o que arrancou uma risada de Victoria, a mesma olhava a ruiva como se ela fosse uma refugiada de um manicômio, o medo a impedia de gritar e quando pensou em fazer isso sua jugular se rompeu em sangue que Victoria sugou com vontade depois largou o corpo seco no chão.

Victoria saiu dali lambendo os lábios, o sangue era entanto doce, quase a fazendo querer mais, mais e mais, a ruiva se escorou em uma parede de um estabelecimento, se olhou no vidro sem ao menos ver o seu reflexo, ela limpou o canto da sua boca e olhou sua mão manchada pelo sangue de outra pessoa.

-Assassina -- Victoria disse pra si própria e deu um sorriso sem felicidade nenhuma, só dor-- Me mataram por dentro --a voz da ruiva quase saiu rouca-- E agora sou eu a assassina? 

Louca? Talvez um pouco...era tantas feridas mal curadas que elas quase faziam Victoria delirar, ela não era ruim, ela não era má, mas a vida cismou em lhe fazer mal criando cada vez mais motivos para ter ódio, por baixo daquela leoa que ela sempre mostrava, havia uma pequena gatinha com medo, que se recordava de cada episódio que a vida lhe mostrava nesses quatrocentos e cinquenta e cinco anos de vida. 

No outro Ryle seguiu o cheiro dela e a encontrou, ele a viu na mata em baixo da copada de uma árvore, a proximidade dele foi rapidamente percebida por Victoria, ela percebeu o rosto feliz dele e suspirou quase que aliviada, mas era hora dela atuar, fingir amor e interesse.

-E então como foi? --Victoria correu até ele e forçou seu melhor sorriso--

Ele abraçou ela e beijou seu pescoço, Victoria pode sentir que Ryle estava entusiasmado.

-Foi tudo bem...Eu deixei nosso primeiro recém criado em uma casa afastada, ele deu conta da família que estava lá --Ryle beijou a ruiva e mordeu o lábio dela--

-Como ele é? Como se chama? Como o encontrou? --Victoria disse entre o beijo e o parou olhando para Ryle--

Ryle deu uma risadinha pelo entusiasmo de Victoria.

-O nome dele é Diego, ele é um rapaz forte, eu encontrei quando uma gangue havia encurralado ele --Ryle ajeitou o cabelo de Victoria--

-Me conte mais --A ruiva insistiu-- 

Ryle então continuou : 

-Bem...iriam mata-lo se eu não tivesse interferido. Diego tinha vários problemas na sua vida humana, mataram seu irmão e ele enlouqueceu 

Ao ouvir isso Victoria se disse em pensamento que entendia a dor de Diego, só ela sabia a saudade que ela tinha da sua irmã, porém continuou a escutar Ryle.

-Ele queria vingança, mas era só ele contra muitos, até eu chegar. No começo acho que ele pensou que eu estava brincando com a cara dele, ou que eu era o homem mais branco que ele havia visto na vida --Ryle riu da própria fala--

-O importante é que você fez o que tinha que ser feito --Victoria complementou --Mas como ele está agindo? --Sua voz soo mais séria agora--

-Ah meu amor...Ele é um recém criado e está se portando como um, mas eu conversei com ele e pedi pra ele não sair de onde o deixei, disse que pode ser perigoso se alguém o ver 

-Pode não Ryle, é perigoso --Victoria suspirou preocupada--Se for preciso inventamos alguma coisa para ele não sair até essa loucura passa --A ruiva descobriu um talento nela, era ótima mentirosa--

-Acho que ele ficou satisfeito com quem estava na casa, e eu ainda cacei mais dois pra ele 

Victoria o encarou.

-Eu não quero mortes em excesso, se isso chamar a atenção dos Volturi teremos dor de cabeça, ou a cabeça arrancada! --Victoria tinha uma voz de comando forte quando o assunto a fazia ter medo, ela respirou fundo e sentiu aquele enjoo voltar de novo, quase que aquilo a fazia ter náuseas, ugh que sensação horrível-- 

Ryle suspirou e concordou com a cabeça, mais parecia um cachorrinho acatando toda e qualquer palavra que Victoria viesse a dizer.

-Fica tranquila, eu vou ficar de olho nele e cuidar para que não cause estragos nem deixe que alguém o veja --Ele acaricio o rosto da ruiva e viu que seus olhos estavam vermelhos, mas não tão fortes como sempre eram quando ela se alimentava--

-Eu espero que isso dê certo...e que não acabe em uma situação pior do que a que estamos

Ryle deu um beijo no rosto dela.

-Quando você quer que eu crie mais?

-Espere pelo menos um pouco, assim você consegue ter um pouco de controle --A ruiva se lembrava de como Hilda fazia, e isso a auxiliava agora-- 

-Um mês?--Ryle a indagou --

Victoria refletiu pensativa, não podia fazer que nem Hilda e esperar tanto tempo, ela precisava de proteção.

-Pode ser--Ela acariciou o rosto de Ryle--Tenho certeza que você vai conseguir 

Ryle sorriu quase como uma criança quando elogiam seu desenho, ele adorava satisfazer ela.

-Vou sim e ninguém, absolutamente ninguém vai machucar você --Ryle a beijou--

Victoria correspondeu, e confiou nas palavras de Ryle, ele era o único que ela podia confiar nesse momento, e agora começava o círculo de fogo.

Total Eclipse of the HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora