Parte 3 - A Festa

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Jimin tinha decidido dirigir, porque Taehyung podia ser parado por algum policial, mesmo que o efeito das bebidas já tivesse passado há algum tempo. Estava de noite, e os dois tinham perdido uma hora da festa. Não era tão ruim para quem tinha acabado de passar a maior parte do tempo transando.

O irmão de Yongsun era absurdamente bonito, de um jeito que deveria ser ilegal. Ele dirigia com apenas uma mão, enquanto a outra descansava na janela aberta do carro. Tinha mudado o penteado, porque seu cabelo havia sido puxado e bagunçado por Taehyung. Agora, tinha optado por deixar natural, com a franja por completo para frente.

- Então você é mesmo um pervertido. Eu estava certo sobre isso - quebrou o silêncio após alguns minutos no carro.

Ele tinha colocado Troye Sivan para tocar. Tinha como ele ser um gay mais clichê?

- Você topou também! Então consequentemente você é um pervertido.

- Eu nunca disse que eu não era um pervertido. Só disse que você era. Eu tenho uma carreira a zelar, preciso ser discreto.

- O que você faz? - perguntou, curioso.

- Eu? Sou desenvolvedor de videogames.

- Hm? - Taehyung se impressionou.

- Pelo jeito que você reagiu, você não é o maior fã do mundo de gamers. Estou enganado?

- Não é que eu não seja fã...

- Só acha tosco.

- Acho um pouco tosco, sim. Mas nada que me faça fugir de um casamento como sua irmã, por exemplo.

- E o que você faz? - perguntou, rindo.

- Sou curador de um museu.

- Você consegue ser mais gay? - ele também riu.

- Você colocou Troye Sivan para tocar e está dizendo que eu sou o mais gay daqui? Por favor, né? E eu sou bissexual.

- Bem, eu sou só gay mesmo - pausou. - O que está fazendo no Havaí?

- Vim para cá passar um tempo com meus pais. A gente nunca viajou junto desde que comecei a trabalhar como curador. É uma vida um pouco esquisita, sabe? Você não tem férias fixas todos os anos, porque você depende das exposições que estão acontecendo, então é impossível se programar direito. Mas, ano passado, bati o pé e disse que tiraria férias.

- Rebelde - disse, irônico. - Seus pais devem ser legais.

- Por que acha isso?

- Porque você parece uma pessoa bem resolvida com a vida. Tipo, não é alguém com muitos problemas de confiança.

- Você tirou essa análise de uma tarde transando?

- Tirei mais análises do que essa enquanto estávamos transando. Só não estou falando todas - ele freou o carro em um sinal vermelho. - Como você andou por essas ruas sem saber inglês?

- Acho que foi o desespero. Sua irmã precisava chegar no casamento, e eu estava bêbado. Tinha que me controlar. Que análises você tem minha?

- Seus pais gostam de você e lhe aceitam mesmo não entendendo sua sexualidade.

- É verdade - concordou. Será que ele era um livro tão aberto assim?

- Você não deve ter tido muitos relacionamentos com homens porque a Coreia do Sul não é o melhor lugar para estar em uma relação homossexual.

- Você está certo.

- E também não teve muitas relações com mulheres porque elas desaparecem quando descobrem que, bem, você também gosta de homens.

Uma noite de casamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora