Parte 10 - Um romance sem fim

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Jimin estava se sentindo miserável. Nova York, a cidade que nunca dorme, o lugar que você pode sair no meio da madrugada para fazer qualquer coisa, era tediosa. Misuk tinha se mudado há alguns meses, e Yongsun estava do outro lado do país ocupada demais com a abertura da loja on-line dela para dar muita atenção a Jimin. A irmã abriria o primeiro negócio em alguns dias, e ele estava planejando fazer uma visita surpresa, para que pudessem comemorar. Ligaria para a mãe por vídeo. Era o que dava para fazer naquele momento.

Misuk também estava muito ocupada: ela tinha voltado para Seul e assumido a associação de empresários do setor cultural na cidade. Mandava várias fotos do que estava comendo e de sua família. Às vezes, enviava ao filho algumas fotos de Taehyung, o namorado dele que aparentemente saía mais com a sogra do que com a própria família. Os dois tinham se dado bem, porque começaram a trabalhar em alguns dos mesmos projetos e passavam vários dias juntos. Até Jungkook aparecia nas fotos. Era inevitável que Jimin sentisse um pouco de ciúmes. Não por causa de Taehyung, mas porque sua mãe tinha encontrado outra pessoa para dar amor.

E Jimin continuava em Nova York. O problema era que, agora, estava sozinho. Seis meses haviam se passado desde as férias de fim de ano, que tinham sido ótimas, diga-se de passagem. Os pais de Taehyung tinham lhe aprovado e eles até ficaram amigos de Misuk.

No começo, Jimin tinha dito que não se daria bem com relacionamentos à distância. Ele e Taehyung tinham dificuldades de se comunicar por Whatsapp, os dois detestavam ficar muito tempo na internet e pareciam viver vidas paralelas. Porém, Taehyung havia insistido para que eles pelo menos tentassem. Se não desse certo, poderiam terminar o relacionamento. E, se desse certo, poderiam continuar sem grandes problemas.

Ele tinha um ponto, então Jimin aceitou a proposta antes de voltar para Nova York. No aeroporto, Taehyung chorou e Jungkook também pareceu abalado. Deixar Jungkook triste fez com que Jimin ficasse um pouco feliz, porque significava que eles gostavam um do outro.

Só que Jimin não sabia identificar se o relacionamento à distância funcionou. Taehyung devia ser uma das pessoas mais ocupadas do mundo, porque ele saía de casa de manhã e voltava de noite. Algumas vezes por semana, pulava o almoço porque estava cheio de coisas para fazer durante o dia. Jimin tinha vontade de viajar até o outro lado do mundo para preparar sua refeição. Além disso, Taehyung também estava relativamente triste, porque Jungkook havia saído da casa dele para morar com Namjoon. Taehyung passava horas falando como Namjoon era insuportável, mas Jimin sabia que ele gostava do namorado do amigo, estava apenas sofrendo porque era possessivo.

Os dois conversavam por mensagem durante a semana. Mostravam o que estavam fazendo, mas não havia tantos diálogos contínuos. Já no fim de semana, tiravam um tempo para passar horas em chamada de vídeo. Eles falavam sobre o que fizeram nos últimos dias, almoçavam juntos e até faziam sexo virtual. No começo, Jimin achava aquilo meio esquisito, mas tinha se acostumado, porque Taehyung queria.

Mas tinha algo de diferente, e Jimin continuava a acreditar que relacionamentos à distância não funcionavam. Em algumas noites, saía com os amigos para um bar, observava algum homem por perto e sentia uma atração enorme por aquele estranho. Queria transar com ele, pensava como seria beijá-lo e ter alguém próximo para manter um contato físico. Mas Jimin preferia morrer a trair Taehyung, o problema era que estava carente. Queria um abraço, um beijo, um toque. Qualquer coisa que fizesse ele lembrar que tinha, sim, um namorado que existia, alguém que podia estar presente.

Jimin tinha pensado mais vezes do que talvez fosse normal sobre terminar. Seus amigos se dividiam entre opiniões: alguns acreditavam que aquela situação a longo prazo era impossível de manter; outros diziam que funcionaria contanto que continuasse a amar Taehyung.

Uma noite de casamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora