oito

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"Então, você se apaixonou?"

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"Então, você se apaixonou?"

Tom encarou a irmã pela chamada de vídeo do computador e fez que sim com a cabeça.

Ada ficou em silêncio por pelo menos cinco segundos, até que, de uma vez, explodiu em uma gargalhada tão violenta que quase a derrubou da cadeira.

O príncipe herdeiro esperou com impaciência, jurando a si mesmo que da próxima vez que visse a irmã, se encarregaria da prazerosa tarefa de tornar da sua vida um inferno. Mas, rindo daquele jeito, Tom suspeitava que ela acabaria morrendo sem ar e ele não teria sua vingança.

"Já acabou?", Tom disse quando Ada deu um tapa na mesa da escrivaninha, gargalhando como um bárbaro bêbado. "Quer saber? Não preciso disso. Posso resolver a situação sozinho."

Tom estava prestes a fechar a tela do laptop quando Ada voltou a dizer alguma coisa.

"É mesmo?" Ela pousou a cabeça na mão e o olhou com uma mistura de carinho e deboche. "Do mesmo jeito que resolveu quando deixou Sylvie sair de carro com o ex-namorado depois de uma briga entre vocês?"

Thomas odiava a sinceridade da irmã. Devia ter se lembrado desse fato antes de cometer o erro de ligar para ela dez minutos depois que Sylvie saíra com o engomado e perfeitinho Arvid Larsen. Mas o que ele podia fazer? Sua cabeça estava uma bagunça, e se tinha alguém que conseguia colocar as peças no lugar – mesmo de uma maneira irritante – esse alguém era sua irmã mais nova.

"Ada..."

"Eu tenho vontade de te jogar no meio de uma rodovia movimentada, Thomas", Ada falou, endireitando-se na cadeira e cruzando os braços na frente do corpo. "Como pode ser tão burro? Sylvie abre o coração para você, diz como quer tentar fazer o relacionamento dar certo e você simplesmente se vira e solta alguma baboseira sobre não conseguir fazê-la feliz?"

"Não foi exatamente assim que aconteceu..."

"Bem, foi como você me contou. E eu ainda quero te socar."

Tom soltou uma respiração pesada e fez menção de tomar um gole do uísque que estava por perto. Ele tinha servido uma dose assim que Sylvie saíra, mas não havia tocado na bebida. Sabia que, se começasse, só pararia depois que seus pensamentos estivessem confusos e pesados o suficiente para fazê-lo capotar na cama.

E ele não podia se dar esse luxo no momento.

"É a verdade, Ada", ele falou, olhando para a irmã através da tela. "Você me conhece melhor do que ninguém. Consegue mesmo me ver em um relacionamento? Consegue me ver fazendo Sylvie feliz?"

"Tom, não é porque você é um gótico melancólico metido à solidão perpétua que não vai conseguir amar outra pessoa. Nós dois sabemos que você tem sentimentos, por mais que na maioria das vezes aja como se não tivesse." Ada se aproximou mais do monitor, seu nariz quase encostado na tela. "Você está mudado, sabia? Dá para ver no seu olhar."

Princesa por um NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora