•Precisamos conversar•

2.3K 247 55
                                    

Minhas pernas batiam inquietas na chão e eu não parava de roer as unhas, sentia meu coração acelerado e a cada vez que meus olhos piscavam parecia que o tempo passava mais devagar.

Zoe saiu do banheiro mais uma vez com aquele teste de gravidez na mão e jogou em cima da cama balança a cabeça em negativo.

-Positivo outra vez, foram quatorze testes s/n...você tá mesmo grávida -minha boca secou ao ouvir tais palavras e eu me joguei pra trás da cama.

-Que merda!

-Caralho, isso não pode ser real -ela falou se deitando ao meu lado

-O quê que eu vou fazer zoe? -ela se apoiou nos cotovelos e me encarou.

-Quer que eu diga mesmo? Conheço uns chás que são ótimos -ela falou rindo.

-Não fode Zoe!

-É sério, você pode abortar -virei meu corpo e encarei ela.

-Eu sei, mas eu não...

-Entendi, vai contar pra ela? -perguntou se deitando novamente.

-Não, nem fudendo -me levantei.

-Então eu vou contar.

-Não!!

-Você sabe que isso não é certo, e eu já apoiei muita merda que você faz -ela falou tirando a camisa e indo até meu closet.

Ver zoe nua já não era estranho pra mim, era como me ver nua. Ela saiu de lá segurando uma das minhas camisas e vestiu a mesma.

Ela se jogou na cama pegando o celular, peguei o teste de gravidez que estava no chão e fui para o banheiro. Me sentei na tampa da privada e deixei que lágrimas densas e quentes molhassem meu rosto, fazendo com que meu nariz entupisse e eu não conseguisse mais respirar por eles. Senti cada pedaço do meu ser gritar por ajuda, chorei não por estar grávida, ou por ser de Billie, mas por que eu não sei se consigo.

Mal sei cuidar de mim, quem dirá confiar a vida de um serzinho tão pequeno nas minhas mãos, com todos os meus problemas e sentimentos de merda, deixei que as lágrimas caíssem até molhar meu pescoço e me fazer seca-lo com as costas da mão.

A sensação agoniante no meu peito, como se meu coração batesse na garganta e doía demais, sentir isso doia muito, não uma dor física, nada em mim doía de verdade, era uma dor na alma.

...

Minha cabeça estava explodindo, nenhum remédio dava jeito e eu não posso me entupir de remédios até desmaiar e acordar amanhã, tem alguém dentro de mim agora.

Zoe já tinha ido embora, ela sempre vai de manhã, sentia meus olhos pesarem, passei a noite inteira sem dormir pensando em o que vou fazer da minha vida agora.

Ouvi batidas na porta e foi como se minha cabeça tivessem mil martelos, martelando ao mesmo tempo.

Meu pai entrou no quarto e me procurou pelo quarto me achando sentanda no canto da janela.

-Va tutto bene? (Está tudo bem?) -ele perguntou se aproximando.

Como eu respondo que não?

- (sim) -falei olhando para ele.

-Io e tua madre andiamo all'aeroporto, starai bene da solo?(eu e sua mãe estamos indo agora o aeroporto, você ficará bem sozinha?) -ele se preocupava acima de tudo, não comigo, mas com a casa, não queria que eu tocasse fogo nela.

Concordei com a cabeça e recebi um beijo no topo da cabeça, e vi ele sair do quarto sem muita cerimônia. Nossas conversas sempre eram ralas, sem muito carinho, ou o mínimo de concideracão com os sentimentos um dos outros, diria que nem eu nem ele sabemos como fazer isso, demostrar cuidado e carinho, amor e proteção, quando eu amo, eu amo, mas não sei se sei demostrar. Responsabilidade afetiva não era nosso forte.

We are going to have a babyOnde histórias criam vida. Descubra agora